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Musicista e compositora juiz-forana é a única mulher finalista em prêmio mineiro

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Além de finalista no BDMG Instrumental, musicista lança seu primeiro álbum em julho (Foto: Marcella Calixto/Divulgação)

A compositora e musicista juiz-forana Nara Pinheiro participa, na próxima semana, da final da 21ª edição do Prêmio BDMG Instrumental, um dos mais importantes do país. Ela – que toca flauta transversal – ficou entre os 12 finalistas dentre os 36 compositores, arranjadores e instrumentistas mineiros ou residentes em Minas Gerais habilitados para concorrer. De acordo com Nara, ela é a primeira artista mulher de fora da capital a se classificar para a final, que acontece entre os dias 26 e 28, no Teatro Sesiminas, em Belo Horizonte, e a única do gênero feminino na final deste ano. O edital da premiação vai contemplar quatro artistas com R$ 12 mil e a realização de shows, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) de Belo Horizonte, e no programa instrumental Sesc Brasil, em São Paulo.

Segundo o edital do BDMG Instrumental, cada artista precisa apresentar duas composições autorais inéditas e um arranjo de uma música popular brasileira à escolha do participante. No caso de Nara Pinheiro, ela apresentou as músicas “Ilusão” e “Tempo de vendaval”, parcerias com o violonista Marcio Guelber que estarão no álbum que leva o nome da segunda música, a ser lançado em julho por meio da Lei Murilo Mendes e da Lei Aldir Blanc de Minas Gerais. Inspirada pelo documentário “Canto livre de Nara Leão”, ela escolheu “Com açúcar, com afeto” do Chico Buarque, como a música que ganharia arranjo para participar do prêmio.

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“Fiquei tão impactada depois de assistir que, instantes depois do último episódio, fui inundada por uma sensação de beleza, e a presença dela encheu a sala. A admiração por essa artista imensa só cresceu! Claro que ela já tinha um protagonismo muito grande na minha vida! O meu nome é inspirado no dela. Nasci no mesmo ano que ela morreu, a sua música sempre esteve presente no meu cotidiano. Dessa maneira, achei o momento oportuno para homenagear sua grandiosidade e importância musical como mulher instrumentista”, diz a musicista, que falou ainda sobre estar entre os finalistas do BDMG Instrumental.

“Ser finalista desse importante prêmio é uma alegria imensa! O BDMG Instrumental é o prêmio mais importante não somente em nível estadual, mas também em âmbito nacional, porque apresenta e dá uma visibilidade incrível aos compositores do gênero. Existem poucas ações e concursos voltados para a música instrumental, e fora da capital esse movimento é ainda menor”, afirma. “Há pouco ou nenhum incentivo, circulam poucos shows e artistas de música instrumental. São raras também atividades de formação, de prática e escuta musical que visam a capacitar e instruir instrumentistas. Esse fato faz com que seja menor a participação de artistas de fora da capital em premiações do gênero. Fico feliz por fazer parte disso.”

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Sobre ser a única artista mulher entre os 12 classificados, ela ressalta a importância da representatividade. “Foi observando e admirando as mulheres instrumentistas e compositoras que vieram antes de mim que pude despertar o desejo de participar de um prêmio como esse. Nas últimas edições conheci o trabalho da Marcela Nunes (flauta transversal), da Luisa Mitre (piano) e da Natalia Mitre (vibrafone), e espero que a minha participação como finalista possa despertar esse desejo nas próximas mulheres instrumentistas e compositoras que virão!”

Álbum de estreia

Além da participação no Prêmio BDMG Instrumental, outro motivo de alegria para Nara Pinheiro é o lançamento de seu primeiro álbum, “Tempo de vendaval”, que será lançado em julho. O trabalho foi gravado em 2021, a distância, devido à pandemia, com a musicista gravando os vocais e flautas com Marcio Guelber no estúdio Sensorial. Camila Rocha gravou o contrabaixo no estúdio Motor, em Belo Horizonte, e Antônio Loureiro (piano, synth e bateria, responsável pela produção musical e alguns arranjos), registrou sua participação em seu próprio estúdio, na cidade paulista de São Roque. A mixagem e a masterização foram feitas por Marcelo Guerra.

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“Participar deste prêmio é ainda mais significativo, porque é a primeira vez que vamos nos reunir pessoalmente para tocar as músicas que foram gravadas a distância”, conta a flautista, que fala um pouco mais de sua estreia solo. “Esse é, certamente, o trabalho mais importante da minha carreira, porque é a minha estreia enquanto cantora e compositora, ao mesmo tempo que retrata minha trajetória como instrumentista. Esse disco foi feito a muitas mãos, e trago comigo uma geração de talentosos compositores e instrumentistas que muito somaram na concepção desse trabalho. É um álbum que tem como referência a sonoridade e estética da música mineira, onde canções e temas instrumentais se misturam de maneira harmoniosa. Como cantautora sinto ainda uma proximidade grande com a estética da nova MPB, ao mesmo tempo que esse disco dialoga muito com o Clube da Esquina de Milton Nascimento, Toninho Horta, Wagner Tiso, Lô Borges, Beto Guedes e Márcio Borges.”

Das nove músicas que farão parte de “Tempo de vendaval, cinco são parcerias com Marcio Guelber, mais uma em parceria com Juliana Stanzani, uma composta apenas por Nara, além de uma música feita em parceria entre Antonio Loureiro e Thiago Amud, outra feita a quatro mãos entre Marcelo Gehara e Arthur Ferreira e uma de Victor Guelber. Além do apoio dos editais, a musicista iniciou uma campanha de crowdfunding (financiamento coletivo) para possibilitar o lançamento e divulgação do disco.

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“O objetivo da campanha é, principalmente, realizar a pré-venda do CD e levantar recursos para o lançamento e divulgação desse trabalho. A cada meta atingida, será realizado um show presencial das músicas do disco, sendo em Juiz de Fora, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente”, explica. “Além do CD físico, eu preparei recompensas especiais para quem topar contribuir com essa proposta e ajudar a fazer com que esse trabalho musical, feito com tanto zelo e carinho, possa se realizar ao vivo e chegar a mais pessoas. Tem ingresso! Tem songbook! Tem serenata! Tem show! Tem aulas de flauta! Tem bornal e cartão postal exclusivo!”

Nara convida o público a contribuir com a campanha com o quanto puder, e, se não puder contribuir financeiramente, destaca que compartilhar o projeto já será uma grande ajuda. “Cada apoio e divulgação faz muita diferença! A sua contribuição irá não somente possibilitar o lançamento e divulgação desse trabalho, mas me fazer acreditar que é possível continuar fazendo arte e me impulsionar a fazer cada vez mais coisas novas.”

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