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Minha vizinha é uma onça!

Ilustração: Monique Oliveira/Riso Leve

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Antes que você pense que eu fiz esse texto pra quem mora perto de mim, apenas pela adjetivação do substantivo, pode esquecer. Ela não mereceria tanto, nem pintada… Mas vamos à vizinha em questão, bem mais vistosa.

O fato é que o aparecimento de animais da nossa fauna em pleno contexto urbano nunca foi novidade por aqui. Sem falar daqueles que já passaram pelo palácio Barbosa Lima, essa parte elevada da baixada carioca já conviveu _ e convive _ com capivaras acampadas nas avenidas e até mesmo aquelas que gostam tanto de jotaefe que insistem em frequentar os bons restaurantes da cidade. Têm bom gosto. Ah, e ainda tem aquelas que ficaram famosas depois de pularem no barco daquele moço desse mesmo palácio, porque estavam com medo da água fria. Elas também estavam frias, mas o moço falou que ele não sabia como elas tinham ido parar por lá… Mas isso é outra história, envolve até mesmo armas de fogo. E como o eleito está regulando essa coisa, melhor deixar pra lá. Deve ter sido invasão de propriedade mesmo, entendendo que o barco era dele…

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Aqui também tem micos e ouriços desfilando em cabos telefônicos em vários bairros, e tem tatus que saem de bueiros em pleno centro da cidade. Talvez por conta dos buracos que também habitam atualmente o pavimento dessa Princesa de Minas. Isso é lógico: onde tem tatu, tem buraco. E deve ser vice-versa também. E apesar de buraco não ser coisa que se queira, os tatus são animais que também tem almas. Portanto, aquilo que não se queira sempre vive perto das que tem almas. Mas isso também é outra história, vamos à atual.

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A onça.

A primeira pergunta que todos fazem é: de onde ela surgiu? E por que nunca foi vista antes? Bom, numa cidade em que o poder público se esqueceu de cuidar, é natural que, pouco a pouco, surjam animais selvagens… Então, depois das capivaras e dos tatus urbanos, surgem as onças. E a prefeitura está a cada dia se aprimorando nisso. Aqui no meu bairro, o mato está tão alto que a gente se sente no cenário do filme Jumanji… Logo, logo, eu espero me deparar com elefantes (brancos…) e já me vi frente a frente com algumas antas, fazendo nada por aqui, só pastando.

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Mas, e a onça?!

Me lembrei de um ditado que diz “onde não tem onça, porco folga”. Mentira, não me lembrei disso não, foi minha irmã que me mandou isso, sou sincero. Bom, mas talvez a explicação da onça esteja nesse ditado. A onça pode ter aparecido pra que essa porcaria toda que está acontecendo na capital da Zona da Mata mineira tenha um fim. Talvez a onça seja um presságio, no modo de ver dos ocultistas. O aparecimento dela esteja querendo dizer: “cuidem dessa cidade, que está crescendo e não está mais cabendo em si do jeito que está”.

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Essa onça foi pintada, desenhada, fotografada, filmada e postada em redes sociais. E desde o tempo do onça sabemos que precisamos, às vezes, cutucar a onça com a vara curta para que os amigos da onça finalmente se revelem, e saibamos quem é quem. É a hora da onça beber água! Acho que agora é hora de usarmos esse aparecimento como exemplo e mostrarmos que podemos nos unir num único propósito, seja ele chamado onça, jaguatirica, pintada, parda ou jaguaretê.

Assim como às onças, preservemo-nos!

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