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Instituições culturais devem permanecer em prédio

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Prédio deve ser ocupado por secretarias estaduais, que irão conviver com instituições culturais. (Foto: Marcelo Ribeiro/Arquivo TM)

Em passagem por Juiz de Fora, a nova superintendente de Bibliotecas, Museus, Arquivo Público e Equipamentos Culturais de Minas Gerais Célia Corsino visitou o Museu de Crédito Real, envolto em polêmica desde julho deste ano, quando o Governo estadual notificou cinco instituições culturais que ocupam o prédio na esquina da Avenida Getúlio Vargas com Rua Halfeld, solicitando a desocupação das salas para posterior ocupação por secretarias do Estado. De acordo com Célia, a situação está perto de ser resolvida. “O prédio tem a história dele. Ali tem um museu, feito em três salas do primeiro andar, e um prédio inteiro. O museu não está no prédio inteiro. E o museu não vai sofrer mudança em sua área expositiva”, garante, reconhecendo a urgência em ampliar o alcance da instituição. “O que a gente precisa é implementar um setor educativo, a visitação. As pessoas precisam visitar o museu. Tem que ter um cartaz grande: ‘Vá ver o museu! Vá conhecer o dinheiro brasileiro de antigamente!’. Tem que ter coisas que atraiam o público. Não é fazer um texto complexo. A gente precisa ser mais amigável com o público.”

Museóloga com especialização em administração de projetos culturais pela Fundação Getúlio Vargas, Célia defende uma atualização e consequente valorização do acervo do espaço. “A documentação do Banco de Crédito Real está em caixas, não tem banco de dados, e a gente não consegue identificar. Tem uma identificação nas caixas, mas não tem um elemento de busca. Não há nada digitalizado, não tem acesso a esses documentos. Minha proposta é recolher esses documentos como uma coleção do Arquivo Público Mineiro, onde tenho pessoas especializadas que poderão fazer um projeto específico para digitalização, tratamento e acondicionamento desse acervo, que voltará ao museu, em meio digital, para consulta. Muito melhor do que ter várias estantes e várias caixas sem acesso. Com isso vou ter esse acervo guardado de forma mais adequada do que a que está agora”, sugere a superintendente.

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Reunião deve anunciar solução

Ainda ocupando salas do prédio, o Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora, o Instituto Teuto-Brasileiro William Dilly, a Associação de Cultura Luso-Brasileira, a Associação dos Funcionários Aposentados do Banco de Crédito Real de Minas Gerais e a Agência de Desenvolvimento de Juiz de Fora e Região (ADJFR) não devem sair do imóvel, segundo Célia. “Hoje o governo de Minas está numa retração financeira e num enxugamento da máquina muito grande e em Juiz de Fora precisou de um prédio. Qual o prédio que tem em bom estado para abrigar setores da administração pública estadual? O prédio do Crédito Real! Garanto a você que o que foi inaugurado como Museu do Crédito Real não perderá nenhum centímetro, mas vai haver um realinhamento da ocupação do prédio. É um prédio público, ocupado por diversas instituições, que salpicavam nos andares. A ideia é juntar todos num andar, com diminuição de salas, obviamente”, explica a respeitada gestora.

Presidente do Instituto Teuto-Brasileiro William Dilly, Rita Couto não confirma as informações, mas afirma que as negociações estão caminhando e estão sendo favoráveis às instituições. Uma reunião entre os representantes das associações e institutos foi realizada em Belo Horizonte com a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado, pasta responsável pelo prédio, e outra é aguardada para o final de novembro, onde, possivelmente, será anunciada a resolução oficial para o caso.

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