O “efeito dominó” acontece quando uma peça cai e outras tantas acabam deslizando e caindo também por conta do impulso dessa primeira. Nesta sexta-feira (17), o cantor e compositor juiz-forano Pablo Abritta lança seu novo single, “Dominó”. O título do trabalho, como sugere o artista, refere-se ao efeito que é lembrado para explicar o que acontece com a bagagem que fica quando um relacionamento acaba, mas ainda segue interferindo em futuras relações. A música, que se volta para o pop alternativo, pretende falar sobre as nuances dos indivíduos, enxergando para além do certo ou do errado, e também para mais que um fim doloroso. Além disso, o artista diz se voltar para a parte do amor que fica mesmo depois que um casal se separa, tentando transformar a dor de forma que não mais aprisione ou condene ao fracasso.
A ideia desse single surgiu para Pablo dois anos atrás, quando refletia sobre seus próprios relacionamentos. “Estava pensando sobre as coisas que deram certo e as coisas que deram errado. Era como se tivesse colocado todo aquele sentimento em uma balança e condensado. Foi preciso entender que temos uma tendência de colocar um lado certo e um lado errado na história, tanto pra gente quanto pro outro, mas na verdade não é assim, somos pessoas com muitas camadas”, diz.
Ao explorar o efeito, ele fala sobre como, por conta disso, muitas pessoas podem sair machucadas, e por isso também fala sobre a chance de se abrir novamente. “A música fala sobre coragem, decisões, respeito e também sobre entender os indivíduos, e como entender os motivos dos outros e os nossos da melhor maneira possível. É importante entender esses lugares e atingir outras pessoas, para que isso não se repita e para que a gente esteja aberto de fato para novas experiências”, revela.
A escolha do pop alternativo veio justamente pela forma pela qual ele acredita ser possível se acertar com as pessoas. “O que mais me chama atenção é a forma de se conectar com as pessoas. O pop alternativo tem uma questão bem sentimental, mas traz sempre as tendências que o pop nacional e internacional exploram. O pop alternativo me toca dessa forma, pois consigo trazer toda a minha visão, todas as minhas vivências, de uma forma sonora e visual”, explica. A música, inclusive, vai contar com um clipe que será lançado, no dia 24 deste mês, e que conta, além do cantor e compositor, com uma equipe majoritariamente LGBTQIA+. “Cada pecinha desse jogo e dessa mensagem foi construída a muitas mãos”, diz.
Ele também enxerga que, na cena cultural juiz-forana, ser um artista independente e LGBT é desafiador – e por isso ressalta sempre a colaboração de apoiadores, como o São Bartolomeu, que cedeu alimentação durante a produção, e também o Entreato Produção, que cedeu o espaço de ensaio. “Parece que é um desafio a mais pra gente tentar se inserir nesse mercado e mostrar que a gente pode sentir também, que a gente pode ser amado e merece estar em um local de respeito. Para trilhar caminhos e abrir caminhos também”, diz. Mesmo com as dificuldades, ele afirma: “A cena musical, artística, em geral, da comunidade LGBT é absurdamente incrível”.
Desdobramentos e próximos passos
Além do lançamento de “Dominó”, Pablo também traz a produção de um mini-documentário chamado “Estratosfera: Visando futuros”, com a mesma equipe que está atuando na produção da música e do videoclipe. Nesse produto cultural, vai trazer justamente os bastidores da gravação do clipe, juntamente com os relatos sobre as vivências das pessoas envolvidas. Além disso, o single “Dominó” também fará parte de um EP homônimo, que tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2023 e que deve trazer outras três músicas inéditas de pop alternativo que traduzem tanto as experiências de Pablo como artista LGBT quanto suas reflexões sobre seus próprios relacionamentos.