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‘Homem-Aranha: Sem volta para casa’: Nas teias do Multiverso?

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O Escalador de Paredes retorna no aguardado “Homem-Aranha: Sem volta para casa”, longa marcado por várias teorias na internet (Foto: Reprodução)

Quando o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) teve início em 2008, com “Homem de Ferro”, a aposta do Marvel Studios teve seu primeiro momento de histeria nerd em 2012, com “Os Vingadores”, que faturou quase US$ 2 bilhões de bilheteria mundial. A partir de então, foram várias produções que ultrapassaram a barreira do bilhão de dólares, até chegar à apoteose emocional de “Vingadores: Ultimato” (2019), que quase chegou a US$ 3 bilhões de bilheteria global e foi, durante algum tempo, a maior arrecadação de todos os tempos no cinema.

Criar essa gigantesca narrativa audiovisual, com mais de 25 filmes e algumas séries de TV, tem seu preço. Desde o primeiro filme dos Vingadores, cada lançamento do Marvel Studios é aguardado com grande expectativa, mesmo que seja um personagem menor – com o perdão do trocadilho – como o Homem-Formiga. Filmes-maiores-que-a-vida como “Pantera Negra”, “Homem-Aranha: De volta ao lar” e os mais recentes “Vingadores” são antecipados por teorias mil e expectativas das mais variadas, entre elas as aguardadas cenas pós-créditos, que servem para alimentar novas teorias.

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E existem, ainda, as perguntas repetidas há quase uma década, que mais parecem uma torcida por parte de alguns: qual será o primeiro fracasso de crítica ou de público do MCU, ou os dois ao mesmo tempo? E quando o público vai se cansar dos filmes de super-heróis (ou será que já se cansou)?

Se depender de “Homem-Aranha: Sem volta para casa”, que estreia nesta quinta-feira (16) após sessões de pré-estreia lotadas – e ocupando mais da metade das salas de cinema em Juiz de Fora – a resposta para as duas perguntas pode ser: senta lá, Cláudia, que ainda vai demorar. Jon Watts retorna como diretor, com Tom Holland repetindo o papel do protagonista.

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Estratégia das HQs vinga no cinema

Um dos grandes trunfos dos quadrinhos de super-heróis é saber usar o conceito de continuidade (histórias conectadas a outras, que podem ter repercussão meses ou anos adiante) para manter o público ligado a universos como os da Marvel e DC Comics, que eventualmente criam eventos como “Guerra Civil” e “Crise nas Infinitas Terras”, que servem de conclusão para tramas grandiosas trabalhadas por muito tempo. A Marvel conseguiu levar esse conceito para seu universo no cinema, com produções como “Viúva Negra”, o já citado “Homem-Formiga” e “Doutor Estranho” apresentando novos personagens, histórias inéditas e criando mais camadas para a continuidade, com peças que se encaixarão mais adiante, geralmente nos longas dos Vingadores.

Além disso, mesmo que muitas histórias sejam genéricas em termos de trama, o Marvel Studios sabe aproveitar muito bem as infinitas possibilidades de levar os quadrinhos para a tela grande e também realizar o sonho dos nerds em promover encontros que, a princípio, a maioria acreditava que ficariam apenas no campo do “O que aconteceria se…?”, a exemplo da série animada “What if…?”, que estreou este ano no Disney+ -, assim como “WandaVision”, que apresentou um personagem completamente inesperado.

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É aí que entra o conceito do Multiverso, já conhecido nos quadrinhos e que o estúdio citou brevemente em “Homem-Aranha: Longe de casa” (2019) e começou a aprofundar na série “Loki”. Basicamente, o conceito de que existem infinitos universos alternativos, em que a história pode tomar rumos diferentes. “What if…?” apresentou algumas dessas possibilidades, e o novo filme estrelado pelo Homem-Aranha vai fazer o público descobrir um pouco mais do que se pode fazer com o conceito.

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Aranhaverso no MCU?

Desde que os primeiros detalhes da produção começaram a vazar, os fãs ficaram em polvorosa. Primeiro, foi a confirmação de que o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) estaria no longa; como o próximo filme do Mago Supremo tem o subtítulo “Multiverso da loucura”, as especulações sobre a trama cresceram em ritmo alucinante.

A loucura e as especulações sobre o Multiverso aumentaram ainda mais quando começaram os boatos de que Tobey Maguire e Andrew Garfield – que interpretaram o Aranha nos cinco filmes em live-action produzidos pela Sony, que nada têm (tinham?) a ver com o MCU – repetiriam seus papéis em “Sem volta para casa” (quem não assistiu à pré-estreia ou foi pego por spoilers ainda não sabe se isso vai acontecer).

Quando confirmaram que Alfred Molina e Jamie Foxx retornariam aos vilões que interpretaram nos filmes da Sony (Doutor Octopus e Electro, respectivamente), o encontro entre universos se tornou inevitável, e os fãs enlouqueceram de vez – mais à frente, outros vilões foram confirmados, e a teoria de que veríamos o Sexteto Sinistro no MCU praticamente se consolidou. E no meio dessa história ainda houve o lançamento, também pela Sony, da animação “Homem-Aranha no Aranhaverso”, com várias versões do personagem e que mostrou que é possível, sim, reunir vários Homens-Aranha na mesma película.

O primeiro trailer do longa, que tem a participação do Doutor Octopus, só atiçou a curiosidade e a expectativa em relação ao filme, e depois vieram os cartazes que entregaram mais detalhes e o mais recente trailer,que ajudaram a fazer de “Homem-Aranha: Sem volta para casa” a produção mais aguardada do MCU desde “Vingadores: Ultimato”. Com a divulgação de várias críticas positivas, o longa tem o potencial de reforçar o argumento de quem defende que os longas de super-heróis em geral – e os da Marvel em particular – ainda estão longe da saturação, e que o MCU sabe as manhas para manter um público cativo quase 15 anos depois de Tony Stark (Robert Downey Jr.) vestir pela primeira vez a armadura do Homem de Ferro.

Doutor Octopus, vilão do “Homem-Aranha 2” da Sony, volta a ser interpretado por Alfred Molina (Foto: Reprodução)

O que se sabe sobre a história

A partir das informações divulgadas, matérias, boatos, trailers e entrevistas, pode-se apostar que “Homem-Aranha: Sem volta para casa” tem como inspiração duas sagas dos quadrinhos, “Guerra Civil” e a polêmica “Um dia a mais”. O filme é influenciado pelos eventos de “Longe de casa” – principalmente por uma das cenas pós-créditos do longa, em que J. Jonah Jameson (J. K. Simmons, que interpretou o mesmo personagem nos três primeiros longas do herói pela Sony) acusa o Escalador de Paredes de ter matado o vilão Mysterio (Jake Gyllenhaal) e revela que Peter Parker (Tom Holland) é o Homem-Aranha.

A revelação de sua identidade secreta vai provocar toda uma série de transtornos para o herói, que decide procurar o Doutor Estranho e pedir que ele realize um feitiço com o objetivo de fazer as pessoas esquecerem que ele é o Amigão da Vizinhança. Pelo que é mostrado no trailer, Stephen Strange vai realizar o pedido de Peter, apesar dos alertas de Wong (Benedict Wong), e as consequências para a realidade em que vivem devem incluir uma bagunça generalizada no Multiverso.

Fugindo dos spoilers

As redes sociais potencializaram uma questão que costumava ficar reduzida ao grupo próximo de pessoas com quem nos relacionamos: os spoilers. Não é difícil encontrar em redes sociais como o Twitter perfis pessoais ou até mesmo da imprensa, de blogs, sites, podcasts, canais do YouTube que entregam spoilers de filmes, seja por meio de comentários, imagens ou mesmo revelando momentos-chave dos longas. Em alguns casos, pode-se dizer é questão de falta de noção, mas normalmente quem pode estragar a experiência de quem ainda não foi ao cinema faz isso por maldade, mesmo.

Para fugir dos spoilers, normalmente são duas as opções: fugir das redes sociais ou silenciar o máximo possível de palavras, expressões e hashtags até assistir ao longa – o Twitter, pelo menos, oferece esse recurso. No caso de “Homem-Aranha: Sem volta para casa”, quem não quiser ser surpreendido vai precisar silenciar algumas dezenas de nomes, palavras, hashtags e expressões em geral, pois já na terça-feira, antes mesmo da pré-estreia, havia gente reclamando no Twitter de ter recebido spoilers.

O jornalista Andrey Santos é uma das pessoas que utilizam o recurso de silenciar palavras para tentar usar o Twitter com o menor risco possível de spoilers, seja de filmes ou séries. “Também fico de olho nos grupos de WhattsApp e redes sociais ligadas ao filme ou série, porque sempre tem alguém que solta algo neles”, conta, acrescentando que o ato (inocente ou maldoso) de entregar detalhes cruciais das produções atrapalha, sim, no seu caso, a utilização das redes sociais.

“Eu acesso sempre com um pé atrás. Não consigo aproveitar tudo, porque parece que alguém vai soltar algo. Então isso atrapalha um pouco quando é necessário ter acesso às redes sociais, (seja) por trabalho ou mesmo no tempo livre. É aquele incômodo que segue a gente on-line.” Andrey conta, ainda, que já foi vítima dos spoilers nas redes, apesar de todos os cuidados. “Acho que o maior spoiler que levei foi com ‘Game of Thrones’, referente à temporada final. Mesmo assistindo simultaneamente, alguns trechos vazaram e meio que tiraram o fator surpresa. Isso fez toda a diferença.”

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