Quando despontou como a primeira vilã mirim do país, em “Viver a vida”, de 2009, Klara Castanho se tornou popular entre mães e avós. Já dos adolescentes, ela se aproximou mesmo foi em 2016, quando atuou ao lado de Ke?fera Buchmann no longa “É fada”, adaptação do livro “Uma fada veio me visitar”, da escritora Thalita Rebouças. E é no público que regula idade com ela, 16 anos, que Klara continua a investir em 2017, com o lançamento de “Meu jeito certo de fazer tudo errado” (Arqueiro, 384 páginas).
Escrita a quatro mãos com a autora Luiza Trigo, a publicação aborda temas, como relacionamento em família, amizades, amores e dilemas típicos dos adolescentes através da história de Giovanna. Apelidada de Nanna, essa garota é apaixonada por rock clássico, é estilosa e acaba de se mudar com a família de Campinas para São Paulo. Ela está no ensino médio e vai precisar encarar todas as aflições dessa etapa escolar em um cenário totalmente hostil.
Klara conta que, assim como acontece com sua protagonista, ela vive um momento de superar os desafios de uma nova vida. “Esse foi um ano de muitos recomeços e de fuga da minha zona de conforto, que era a televisão, a minha casa. Lancei o livro e o filme. Foi uma conquista atrás da outra”, conta a atriz, que estreitou os laços com as artes ainda bem pequenina e que se prepara para voltar aos cinemas ainda em 2017, na comédia “Chocante”, estrelada por Bruno Mazzeo, Renata Gaspar, Marcos Magella, Bruno Garcia, Lúcio Mauro Filho e Pedro Neschling.
Sala de Leitura – O livro tem passagens biográficas?
Klara Castanho – Fielmente, não tem nada, mas, em algumas situações, me identifico muito com a Giovanna . Ela tem essa coisa de mudar de cidade, porque ela mudou de Campinas para São Paulo, e, toda vez que eu tenho que gravar algo, saio de São Paulo e vou para o Rio. Também me identifico com a questão de ela acabar se surpreendendo com algumas amizades e com a relação dela com os pais. Meus pais são muito controladores, mas de uma forma que me ajudou muito sempre.
E como aconteceu esse encontro entre você e Luiza Trigo, que escreve o livro com você?
Há uns dois anos, quando ela estava lançando “Meus 15 anos”, ela mandou o livro para mim e pedi um autógrafo. Sempre gostei muito de escrever, tinha uns textos parados em casa e não sabia o que fazer com eles. Queria fazer alguma coisa, porque eu achava que eles tinham potencial, aí enviei para a Luiza. Só queria pedir uma opinião, ver o que poderia melhorar neles. Ela levou os textos para casa, e uma semana depois veio com a ideia do livro.
Como vocês dividiram a história?
Como ela tem mais experiência que eu, ela pegou grande parte, e quando havia decisões muito importantes para dar rumo à história, decidíamos juntas. Durante os cerca de sete meses e meio de produção, a gente sempre se ligava ou mandava mensagens uma para a outra para decidir o futuro da Nanna.
Por que “Meu jeito certo de fazer tudo errado”?
Não sabia como é que os autores escolhiam os títulos. A Nanna é uma boa menina. Mas como, de uma certa forma, ela estava se vendo em situações às quais não estava habituada, a gente achou que esse nome era o mais apropriado. Isso aconteceu quando o livro já estava completamente pronto. Ela faz a coisa certa, do jeito dela, porém acaba dando tudo errado.
Que mensagem querem passar aos adolescentes?
Quando a Nanna começa a andar com um determinado grupo de pessoas, ela tenta se ajustar aos padrões daquele grupo. No fim das contas, acaba vendo que quem realmente gosta dela vai aceitá-la de qualquer forma. Essa é a mensagem principal do livro. Você não precisa mudar para ser aceito. Sendo você mesmo, vai ter sempre alguém para gostar de você.
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* Marisa Loures é jornalista e professora de língua portuguesa e literatura