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Cia. Sala de Giz estreia o espetáculo “Histórias irrecusáveis” dia 16

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A pandemia – sempre ela – tem exigido dos artistas que encontrem novas formas de chegar até o público, e o teatro é uma das expressões que mais tem buscado por novos caminhos. É o caso da Cia. Sala de Giz, que estreia nesta sexta-feira (16) o espetáculo “Histórias irrecusáveis”, definido pelos atores Felipe Moratori e Bruno Quiossa como o primeiro experimento cênico narrativo-virtual da companhia. O projeto tem orientação do ator, diretor e dramaturgo recifense Giordano Castro, do Grupo Magiluth, de Pernambuco.

As apresentações de meia hora de duração acontecem até domingo (18), das 19h às 21h30 por meio de diversas plataformas: WhatsApp, Instagram, YouTube, Spotify ou Deezer e contato telefônico. Cada apresentação terá apenas um espectador, e os ingressos podem ser adquiridos através do Sympla; o link está disponível no perfil da Sala de Giz no Instagram (@saladegiz).

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“Todos os dias são hoje”: Bruno Quiossa mantém relação com seu falecido pai através do registro digital do game de corrida que ambos jogavam Fotos: Luis Filipe Fontes/Divulgação

De acordo com o grupo, “Histórias irrecusáveis” é composto por duas histórias independentes e que conduzem o público pelas plataformas virtuais enquanto se torna íntimo dos personagens através de seus relatos, e por conta disso cada apresentação será para apenas um espectador. A primeira história é “Todos os dias são hoje”, em que Bruno Quiossa mantém a relação com o seu falecido pai através do registro digital do game de corrida que ambos jogavam, até coisas inesperadas acontecerem. A segunda é “Eu vou ser velho um dia”, em que a Morte passa a conversar com Felipe Moratori após ler no jornal um anúncio feito por ele.

“Eu vou ser velho um dia”: Morte passa a conversar com Felipe Moratori após ler no jornal um anúncio feito por ele Foto: Luis Filipe Fontes/Divulgação

Felipe Moratori conversou com a Tribuna sobre o espetáculo. Questionado sobre o conceito de “experimento cênico narrativo-virtual”, ele explica primeiramente que o termo foi escolhido por ser uma nova possibilidade cênica experimentada pela Sala de Giz, dentro da busca de novas formas de seguir com o fazer teatral longe do público durante a pandemia.

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“Demoramos a entender um formato que fosse interessante para a gente e tivesse a ver conosco. Isso se deu quando tivemos contato com o que vinha sendo feito pelo Grupo Magiluth, que foi selecionado para o 2º Festival Sala de Giz de Teatro, em abril, com o espetáculo ‘Tudo o que coube numa VHS'”, conta Felipe. “É um grupo que já tem uma longa estrada, respeitado nacionalmente, que também precisou se reinventar e ser inovador durante a pandemia. Foi uma surpresa a forma como abordaram o teatro nas plataformas virtuais.”

Criando e testando

Depois do festival, Bruno e Felipe participaram da oficina de processo criativo “Jogo do teatro em Plataformas” ministrada por Giordano Castro através do Sesc Pernambuco, e foi aí que se construiu a base para o projeto e o convite para o diretor auxiliá-los na execução. “Vivenciamos tudo de forma bem técnica, o que nos conduziu para a construção de nossas narrativas”, explica Moratori. “Eu parti de um texto que escrevi a convite para a série da Tribuna ‘Como será o amanhã’, sobre a pandemia. No caso do Bruno, a base foi a perspectiva da companhia de produzir a partir de notícias; no caso, ele se inspirou na história – que considerou poética – do jovem que perdeu o pai e manteve contato com ele pelo game de carros que eles jogavam, pois o registro do pai ficou salvo.”
O esboço da peça foi feito durante a oficina, que durou uma semana, e depois passou por um melhor acabamento até ficar pronta para chegar ao público. “Amadurecemos o experimento com várias apresentações para o Giordano e os outros integrantes da Sala de Giz, entre outros motivos para testar o ritmo. No Instagram, por exemplo, as pessoas podem perder o foco facilmente, então é importante prender o espectador com um bom ritmo durante essa meia hora. O conceito pode ser diferente, mas os ensaios foram no esquema tradicional de repetição.”

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Múltiplas plataformas

E como será a dinâmica dessas apresentações? Felipe Moratori e Bruno mantêm a estrutura narrativa tradicional do teatro, porém usando plataformas virtuais como o WhatsApp para narrar as histórias para o espectador. Será pelo aplicativo de mensagens que o público de uma pessoa só terá acesso aos links do Instagram, YouTube e Deezer/Spotify que ajudarão a contar as histórias.
“O WhatsApp nos permite enviar material de outras plataformas e bater papo com espectador, e assim criamos um jogo em que cada cena é construída por meio desse diálogo”, pontua Moratori, lembrando que ele e Felipe farão cada um 30 encenações diferentes para cada espectador durante os três dias. “O que entendemos de teatral nessa experiência é a parte ao vivo no Instagram, mas queremos criar essa intimidade com o espectador durante o desenvolvimento dessa história.”

Além de “Histórias irrecusáveis”, a Cia. Sala de Giz vai trabalhar com Giordano Castro em um novo projeto, que envolverá todos os integrantes do grupo. “Fomos contemplados pela Lei Murilo Mendes para encenar uma peça chamada ‘Minas impura’, projeto que investiga a mineiridade de Juiz de Fora. Assim que encerramos o ‘Histórias irrecusáveis’ vamos fazer a adaptação para o formato on-line a fim de lançar até o fim do ano”, antecipa.

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“Histórias irrecusáveis”

16 a 18 de julho, entre as 17h e 21h30
Plataformas de execução: WhatsApp, Instagram, YouTube, Spotify ou Deezer e contato telefônico
Indicação etária: 16 anos

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