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Cia. Teatro Circense Andança apresenta peça inspirada na obra de Mia Couto

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A ancestralidade e o feminino são dois dos temas principais de ‘Da outra margem do rio’, protagonizadas por Luisa Alves e a mãe Renata Alves (Foto: Mariana Kreischer/Divulgação)

O palco se transforma em um rio, com duas mulheres (mãe e filha?) em cada uma das margens. Elas contam histórias e entoam antigas canções, num resgate espaço-temporal que trata de maternidade, feminilidade e outros temas. É desses laços afetivos-temporais que trata a peça “Da outra margem do rio”, da Cia. Teatro Circense Andança, de Petrópolis (RJ), que se apresenta neste sábado (14), às 21h, no Teatro Paschoal Carlos Magno, mais uma atração do I Encontro Sala de Giz de Teatro e Poéticas do Corpo. Além do espetáculo, também acontece neste sábado a 2ª Mostra de Solos Sala de Giz, às 18h, no Museu Ferroviário.

A peça, que tem quase dois anos de carreira, é um trabalho em família. A direção é de Madson José, enquanto que no palco estão sua mulher, Renata Alves, e a filha, Luisa Alves. O catalisador para a história foi a obra do escritor moçambicano Mia Couto. “A primeira coisa que nos motivou a criar esse espetáculo foi desenvolver um trabalho em família. Já havíamos feito uma experimentação nesse sentido com inspiração em Fernando Pessoa, mas não culminou em uma montagem”, relembra. Esse interesse voltou em 2015, então procuramos um estímulo que pudesse fomentar esse processo de criação. Nós temos um vínculo muito forte com a obra do Mia Couto, temos cerca de 20 livros dele, então partimos para um trabalho de desenvolvimento que durou cerca de um ano e meio.”

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Durante o processo, pai, mãe e filha colheram fragmentos de contos e romances do escritor africano, e muitos deles podem ser encontrados no espetáculo. “Foi feita, de certa forma, uma costura, conciliando com nosso trabalho de expressão corporal, musicalidade”, resume. “É um espetáculo com um fio que conduz as ações, mas deixamos o mais aberto possível para que o público possa fazer sua interpretação a partir da interação com a peça.”

Reverberações afetivas

Para Madson, “Da outra margem do rio” pode ser considerada uma peça sobre ancestralidade, o feminino, o ciclo de vida e morte, e ainda a ideia da relação de parentesco. “Às vezes parece relação mãe e filha, ou pai e filha, avó e neta, mas não nos interessou fazer uma costura de forma concisa. O que esperamos e buscamos é que gere algum afeto nas pessoas de acordo com sua singularidade, ver o que reverbera nelas.”

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Com exceção de uma apresentação fechada em Paraty para integrantes do Ateliê de Pesquisa do Ator (APA), esta será a primeira vez que a peça será encenada para o público em geral fora de Petrópolis. Por conta disso, apesar de toda nova apresentação ter uma carga própria de expectativa, Madson José espera por um “frisson diferenciado”. “Gera uma expectativa diferente imaginar como as pessoas vão receber (o espetáculo). Por mais que a gente faça muitas apresentações do mesmo espetáculo, sempre tem um quê de novidade que ‘desestabiliza’ a gente, mas de forma positiva.”

DA OUTRA MARGEM DO RIO
Sábado, às 21h, no Teatro Paschoal Carlos Magno (Rua Gilberto de Alencar s/n – Centro)

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