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Cantor Gabriel Acaju lança primeiro álbum solo, ‘Brasil Lofi’

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Gabriel Acajutem influências que vão de Tom Jobim a Michael Jackson (Foto: Vitcva)

Sabe o lema punk “faça-você-mesmo”? Deixou de ser novidade há muito tempo, assim como não é de se estranhar que muitos artistas utilizem a tecnologia para fazer música em casa, sem precisar de estúdio, com os recursos que tiver à mão – caso do celular. Entretanto, não basta querer fazer: é preciso fazer benfeito, e é o que o artista juiz-forano Gabriel Acaju conseguiu em “Brasil Lofi”, seu primeiro álbum como artista solo, lançado na última quinta-feira (7) e disponível nas plataformas de streaming. Parte do trabalho já estava disponível desde o início do ano, quando foram lançados os singles “Ninguém fala Deus Deus” e “Solitude”.

Quanto ao clima do “faça-você-mesmo”+novas tecnologias, Gabriel conta que o álbum foi gravado em apenas dois dias durante o mês de fevereiro. Para realizar a missão, o artista se valeu de um aparelho celular, um veterano iPhone 5, mais fone de ouvido, violão e outras ferramentas necessárias. Todo o processo demorou duas semanas, pois depois de gravar era preciso fazer a produção e a mixagem – e a capa, claro, para o serviço ficar completo.

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“Gravei a base da música primeiro, o beatbox e violão, e a partir daí construí tudo ao redor, camada por camada. Foi divertido e exaustivo, umas 16 horas por dia, muito café e maquiagem”, conta Gabriel, que ainda fala sobre as facilidades e os desafios em trabalhar nesse esquema. “A facilidade é que você tem o controle sobre tudo por estar sozinho, e uma grande acessibilidade, porque está literalmente tudo na palma da sua mão. A dificuldade em si não tem a ver com gravar, mas sim quanto a me disciplinar e onde estou gravando. Barulho externo, por exemplo. O jeito foi driblar essa questão implementando sons cotidianos nas canções.”

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Processo de criação

As sete canções de “Brasil Lofi” têm nítida influência da MPB, acrescentada de toques contemporâneos como as batidas eletrônicas. Dentre as influências, Gabriel Acaju cita figuras como Tom Jobim, Michael Jackson, David Bowie e Baden Powell basicamente. “Mas quando eu estava gravando, só ouvia ‘Urubu’ (álbum de Jobim lançado em 1976) nos intervalos.”

 

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As músicas de “Brasil Lofi” começaram a ser escritas pelo cantor e compositor ainda em 2017. “Foi de acordo com os altos e baixos da vida, fui juntando todas as músicas que escrevia. Eram umas 40 no total, e selecionei as sete que fazem parte do álbum.” Ele aproveita para falar, ainda, sobre algumas das faixas. “‘Clara’ foi composta com aldravias (poesias escritas com apenas seis palavras) do livro ‘Poesia em instante’, de Mônica Hortegas, uma poeta psicóloga de Juiz de Fora. ‘Ninguém fala Deus Deus’ é sobre colocar uma religião na frente de Deus. Por que estão sempre querendo colocar uma religião na frente ou coisa assim? ‘Você me fez (Egoísta)’ foi escrita depois de uma noite com um boy. Eu já tinha o instrumental todo pronto, pelo visto só faltava a inspiração para a letra. E ‘Meu amigo João Gabriel’ surgiu do nada. Eu estava pensando nele, e a música veio. É sobre o João Gabriel Paulsen, um grande escritor e amigo de anos, e achei necessário fazê-lo lembrar que duro mesmo é o chão.”

 

Para quem já tinha Gabriel Acaju no radar, o som de seu primeiro álbum solo deve causar estranheza quando comparado a seu outro projeto, o trio Michael Collins, que lançou um EP no final de 2019.

 

“Michael Collins é um dark-pop-rock’n’roll composto em banda, que inclusive não é mais um trio. Antes do show de estreia, que foi cancelado por conta do coronavírus, convidamos Luná Santos, fundador da Uivos e Luná Gang, para ser nosso guitarrista. ‘Brasil Lofi’ é em português e conversa mais com o som pop atual do nosso país”, explica. “Teremos mais novidades da banda após a quarentena, vamos fazer shows e continuar a produção do primeiro disco. Continuamos conversando via internet e criando músicas novas.”

 

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