Faz tanto tempo, mas tanto tempo, que Zé Geraldo não lembra a última vez que se apresentou em Juiz de Fora. Independentemente do tempo, porém, é fato que o cantor e compositor mineiro retorna à cidade nesta quinta-feira (14), às 21h, no Teatro Solar. No formato voz e violão, ele faz um apanhado geral da sua carreira iniciada no final da década de 1960, interpretando clássicos e sucessos como “Cidadão”, “Senhorita”, “Milho aos pombos”, “Reciclagem”, “Quem nasce Zé não morre Johnny”, entre outras.
“Como existe essa proximidade com a plateia, podemos até atender alguns pedidos, talvez mostrar alguma coisa nova também”, adianta Zé Geraldo, que conversou com a Tribuna na manhã desta quarta-feira (13). Apesar de estar acostumado a tocar com a banda que o acompanha há anos, o cantor explica que tem apostado no formato mais intimista a fim de não perder o contato com os fãs. “Estava perdendo oportunidades por conta disso. Se ficar esperando as condições ideais para levar a equipe completa talvez eu nunca volte. É a oportunidade de voltar a uma cidade (como Juiz de Fora) em que não toco há muito tempo, com uma proposta mais intimista. Digo logo no início para o público fazer de conta que eles estão na sala de casa, tomando uma cerveja.”
Apesar de preferir companhia no palco, Zé Geraldo diz que “pegou gosto” pelo formato, que tem rendido boas apresentações. “É uma forma de realimentar esse público, mostrar que estou vivo”, diz o artista, que está no processo de conclusão de seu próximo álbum de inéditas, “Ei, Zé” – o 17º da carreira, segundo ele -, previsto para sair ainda no primeiro semestre, no esquema independente que ele adotou desde o seu sexto disco. “Mesmo com sacrifício, passei a bancar meus discos”, diz, acrescentando que um dos motivos para estar sem lançar algo novo há tanto tempo é uma mistura das dificuldades enfrentadas pelo mercado fonográfico com o fato de não ter o costume de compor todo dia.
Mesmo assim, ele planeja entregar três novos projetos até o final do ano. Um deles é um álbum em parceria com o violeiro Francis Rosa, com o título “O poeta e o violeiro”, em processo de gravação. Para o final de ano, ele comemora as quatro décadas de lançamento de “Terceiro mundo” com a regravação na ordem original do álbum, que virá agora com o nome de “Terceiro mundo 40 anos”. “Vamos lançar em vinil e CD com os arranjos originais, com uma ou outra mudança sutil nos arranjos. A ideia é aproveitar a qualidade de produção que temos hoje”, explica o cantor, que tem uma ligação especial com a cidade. Nasci em Rodeiro, que fica na Zona da Mata, e tenho duas irmãs que moram na cidade, além de tios, primos. Vou a Juiz de Fora pelo menos uma vez por ano para visitá-los, ou quando estou a caminho da minha cidade natal. É uma relação forte, e só faltava me apresentar aí de novo.”
ZÉ GERALDO
Show nesta quinta-feira (14), às 21h, no Teatro Solar (Avenida Presidente Itamar Franco 2.104)