O isolamento social, que teve início no começo de março deste ano em função da epidemia do novo coronavírus, afetou a rotina do país e do mundo, criando desafios também para aqueles que possuíam uma rotina como casal. Muitos se viram desafiados a criar maneiras inovadoras de continuar sua história de amor, como foi o caso da médica Flávia Travassos e do policial rodoviário Hélder Tavares, que celebraram seu casamento na semana passada, mesmo respeitando os protocolos de segurança.
“Foi tudo diferente do planejado: meu casamento civil seria em abril, e o religioso, em maio, só que tudo precisou ser adiado por conta da pandemia. Já remarcamos quatro vezes! Agora, o religioso, só ano que vem”, conta Flávia, que já vivia as dificuldades de um relacionamento à distância há dez anos com Hélder, que vive no Mato Grosso do Sul. “O cartório possui um prazo, prorrogou para o final de julho. Aí, como meu marido não conseguiria vir depois, por conta do trabalho, ele disse: ‘tem que ser semana que vem’.”
O casamento no civil foi diferente do planejado: pequena celebração na casa da mãe de Flávia, todos de máscara, apenas duas testemunhas e os pais do casal. Até então, não haveria nenhuma comemoração, até que a mãe de Flávia, a cirurgiã-dentista Alda Travassos, teve a ideia de fazer uma surpresa para os recém-casados. “Eu vi que o músico Fernando Gaio andou fazendo algumas serenatas e achei interessante, era uma forma de não passar esse dia em branco, já que o religioso foi adiado e o civil tivemos que fazer rápido.”
Alda conta que escolheu cinco músicas que tinham a ver com a história do casal, chamou os padrinhos – que ficaram dentro dos carros – e a serenata aconteceu na rua. “A vizinhança toda curtiu e interagiu. Alegrou o dia.” De acordo com Hélder, o noivado ocorreu em 2017, e o planejado era esperar Flávia se formar para casarem, o que aconteceu no meio do ano passado. “Como toda história de amor, tem suas dificuldades e expectativas.”
Certezas e incertezas
O policial conta que os próximos passos são realizar o casamento no religioso e acertar os detalhes da vida do casal, uma vez que Flávia ainda não sabe quando irá para o Mato Grosso do Sul em definitivo. “A incerteza de quando iríamos conseguir casar era a grande dificuldade para nós, mas a certeza de que o casamento iria ocorrer nunca faltou.”