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Websérie reúne depoimentos de lideranças femininas de JF

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A Funalfa deu início na última segunda-feira (8) à websérie “Saberes femininos”, que integra a programação em comemoração ao Mês da Mulher em Juiz de Fora. No total, 13 mulheres – a maioria das regiões periféricas da cidade – contam suas histórias em diversas áreas de atuação, como arte e cultura, esporte e lazer, ação social, diversidade religiosa e geração de renda.
Os depoimentos, que resgatam trajetórias marcadas pela resiliência, superação e empoderamento, serão exibidos em episódios separados durante todo o mês, às segundas-feiras e sábados, por meio do Instagram (@funalfacultura) e da página da Funalfa no Facebook. A série começou com a publicação dos vídeos de Maria Geralda de Souza, educadora popular de Economia Solidária, e de Jussara Alves, doutoranda em Educação pela UFJF e diretora da Escola de Samba Mocidade Independente do Progresso, e prossegue neste sábado com Franceslaine Vidal, professora de capoeira, e a militante Graça Candanda.
Também participam da websérie Andreina Cassete, representante da religiosidade cristã; Angélica Cosenza, coordenadora do grupo de pesquisa UFJF na área de educação ambiental; Brune Coelho Brandão, psicóloga e militante da comunidade trans e travestis; Cleonice de Oliveira, do Batuque Afrobrasileiro Nelson Silva; Janaína Barbosa de Oliveira, representante da religiosidade de matriz africana; Marilda Simeão, ativista do Movimento Negro Unificado e contadora de histórias; Selmara de Castro Balbino, assistente social e militante do movimento negro; Valéria Andrade, militante pelos direitos da pessoa com deficiência; e Vera Lúcia Augusta do Nascimento, representante dos moradores de rua e catadora de materiais descartáveis.

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Audiovisual para driblar a pandemia

Para a diretora-geral da Funalfa, Giane Elisa, a websérie é importante por ser um meio de visibilizar as lutas cotidianas das mulheres, pois, de acordo com ela, é no cotidiano que os direitos são violados, e os espaços, negados às mulheres. “Principalmente àquelas que ocupam determinados territórios e fazem parte de determinados grupos que, no tecido social, são altamente discriminados e vulnerabilizados. Nesse sentido, o audiovisual é uma ferramenta importante para fortalecer a luta das mulheres por igualdade”, destaca.
A gerente de Acesso à Cultura da Funalfa, Silvânia Santos, conta que a ideia era criar uma ação que pudesse celebrar o mês dedicado às conquistas femininas já consolidadas, além de lembrar as que estão em curso e ressaltar tantas outras causas pelas quais ainda têm que batalhar para que se tornem realidade. “As personagens foram convidadas a participar e nos enviaram vídeos por WhastApp e por e-mail, produzidos pela elas”, diz, destacando que todos os vídeos ganharam tradução em libras. “Traduzir em libras é uma questão que vai além da acessibilidade, é uma questão de respeito.”
Ela acrescenta que a websérie foi uma alternativa de execução rápida, considerando que a nova equipe da Funalfa assumiu seus postos no início do ano. “Recorremos ao modelo audiovisual e em ambiente virtual também para nos adequarmos às restrições impostas pela pandemia”, explica Silvânia. “Apresentar mulheres com expressão, quase todas negras e periféricas, vai ao encontro do trabalho que estamos realizando na Funalfa de mapeamento e pesquisa com artistas e lideranças no Centro, mas, principalmente, nas franjas da cidade. Estamos investindo em diálogo e aproximação, buscando ideias, saídas, parcerias. No atual contexto sanitário, muita coisa vai acontecer mesmo em ambiente virtual. Fácil não é, mas não estamos aqui para esmorecer.”

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Impacto e representatividade

Quanto ao critério para a seleção das personagens que participam de “Saberes femininos”, Silvânia diz que a Funalfa optou por buscar personas femininas com representatividade em suas lutas, cujas ações impactem a comunidade em que estão inseridas e reverberam também na cidade como um todo.
“A pandemia dificultou as iniciativas para conscientizar a população sobre os direitos das mulheres, assim como potencializou as dificuldades e desafios enfrentados por muitas delas nos últimos 12 meses. É bastante difícil, mas absolutamente necessário tratar dessas questões, das vivências e das experiências dessas mulheres”, afirma. “Não é fácil ser mulher em nenhum momento da vida. E a pandemia exige um despertar com ainda mais garra, vontade e criatividade. As pessoas destacadas na nossa websérie retratam a potência e o exemplo que a Funalfa busca ressaltar.”
A gerente de Acesso à Cultura comenta, ainda, a importância dessa troca de experiências no que ela pode ser representativa quanto aos espaços já conquistados, e daqueles que ainda precisam de futuras vitórias. “Nessa websérie, a Funalfa mostra pequenas e grandes vitórias. Narra histórias de luta e promove um resgate histórico. São histórias que precisam ser contadas. Não queremos que elas fiquem esquecidas, silenciadas. Inclusive porque são inspiradoras para outras mulheres, então que sejamos parte de cada conquista e possamos ser exemplo de resistência, honestidade, luta e, principalmente, conquistas”, aponta. “Cada vídeo é um presente, lembrando a cada uma de nós que desistir não nos compete, não é uma possibilidade e que nós podemos tudo!”

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