Em sua 19ª edição, que começaria no próximo dia 24, até 5 de abril, o Festival de Curitiba, um dos mais importantes eventos teatrais do Brasil, foi adiado para setembro. Em comunicado divulgado na tarde desta quinta (12), a produção do festival informou a decisão de adiar toda a programação devido à pandemia do Covid 19, o coronavírus.
“A decisão se deve à segurança e ao cuidado com a saúde do público, dos artistas e de toda a equipe de trabalho. O evento está reagendado para setembro de 2020, entre os dias 1º e 13. Os ingressos já adquiridos continuam válidos para a programação nas datas informadas”, informa a nota.
Grupos teatrais da cidade já se preparavam para viajar, integrando a programação paralela, o Fringe. Selecionado por seu monólogo “Versão demo”, Tairone Vale está às voltas com os cancelamentos, tanto de hotel, quanto de transporte e gráfica. Além dos transtornos logísticos e operacionais, ele lamenta o adiamento pelo peso que o festival representa no início do ano.
“Grande parte do meu planejamento de 2020 estava baseado no Festival de Curitiba. Eu já estava fazendo contatos com críticos e curadores para assistirem à peça e fazer um burburinho para eu estrear dia 15 de abril no Rio de Janeiro, no Teatro Poerinha. Eu precisava chegar ao Rio já tendo crítica e com o pessoal da imprensa especializada assistido à peça”, diz.
Outros três grupos locais também integram a programação do Fringe – Corpo Coletivo, Santa Corja e Núcleo Prisma. Neste fim de semana, n’O Andar de Baixo, seis espetáculos ganham a cena servindo como oportunidades finais para as companhias e, também, forma de angariar fundos para a viagem. Em Curitiba, ainda, o Coletivo Ozônio, união dos grupos, faria a estreia oficial de “Oxigênio”.
Acostumado a ter no festival seu pontapé inicial, o ano para o teatro começará de outra forma em 2020. “Ainda estou entendendo o que isso está significando, mas, realmente, é um senhor baque”, pontua Vale.