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Eminência Parda volta aos palcos em show inspirado nas sonoridades das raízes nordestinas

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Por Matheus Policarpo, Estudante colaborador sob supervisão da editora Isabel Pequeno
Formada por Wesley Carvalho, Guiley Cardoso, Edson Leão, Marcelo Panisset, Danniel Goulart e Luiz Lima, a banda apresenta projeto recheado com influências de artistas brasileiros dos anos 70.

Na cena musical juiz-forana desde finais dos anos 80, a banda Eminência Parda se apresenta neste sábado (12) no espaço Arteria Fábrica de Cultura com sua formação clássica e a presença das raízes musicais nordestinas. Com uma resistência de macambira e a tradicional lírica dos sertões, o grupo conhecido no cenário musical da cidade apresenta seu novo projeto “Táxi Lunar – Brasil Nordeste”.

Este será o segundo show do sexteto, após a pausa desde o fim do ano passado. “A possibilidade de partir para um novo projeto foi revitalizadora e um desafio, já que nos obrigou a mergulhar num universo musical específico ao mesmo tempo muito rico. Acaba sendo um recomeço, e isso é sempre bom para uma banda com tanto tempo de estrada”, conta Edson Leão em entrevista à Tribuna. Desde 1994 com a mesma formação, quando gravou seu primeiro álbum, o Eminência Parda trabalha sua sonoridade autoral com outras vertentes. De lá para cá, foram dois discos e um DVD. E para quem gosta de uma viagem musical até outros anos, a banda tem no currículo vários projetos de releituras de artistas e movimentos que os influenciaram.

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Desta vez, Marcelo Panisset (bateria), Edson Leão (vocal), Guiley Cardoso (contrabaixo), Luiz Lima (percussão e vocal), Danniel Goulart (violão, bandolim e vocal) e Wesley Carvalho (violão e vocal) assinam o projeto recheado com influências de berço, quando formaram a banda e viram artistas brasileiros dos anos 70 contribuindo para revitalizar a música brasileira através da mistura de diferentes essências do rock: psicodelia, folk, pop e outros gêneros que passam por artistas como Belchior, Fagner, Zé Ramalho, Alceu Valença, Robertinho de Recife, Geraldo Azevedo, entre outros.

“Estes nomes foram referências muito fortes na juventude de boa parte dos integrantes e sempre estiveram entre os pontos em comum entre nós. Não é por acaso que a primeira releitura que gravamos no nosso primeiro CD autoral foi uma versão rock de ‘Cavalo de pau’ do Alceu Valença, ao mesmo tempo em que uma presença obrigatória nos shows era uma versão psicodélica do ‘Pavão mysteriozo’ do Ednardo”, explica Edson.

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Segundo ele, a canção “Agalopado”, de Alceu, foi o ponto alto da história, em que os integrantes do Eminência se aproximaram dessa geração de músicos devido à mistura poética e à musicalidade tradicional com uma atitude rock. Atravessando gerações, hoje, o vocalista revela a admiração pelas canções de novos artistas que estão surgindo com o mesmo ar inspirador da cultura nordestina, como a dupla The Baggios, de Sergipe, e Arcanjo Gabriel, de Pernambuco, ou, se preferir, da praia neo psicodélica como denominou o vocalista juiz-forano. (Fica a dica!)

Na apresentação deste sábado, a performance acontece com formato acústico, com violão de 12 e bandolim, um ingrediente a mais para mergulhar no universo da cultura nordestina, atmosfera de inspiração que percorreu toda a carreira do grupo que tem como características a resistência e a busca pelos caminhos da revitalização e criatividade. “O Nordeste é a região brasileira que melhor representa a capacidade de resistência, luta e transcendência dos limites de nossa precariedade, através da criatividade.

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Uma região, que, apesar de toda a miséria, sempre foi uma potência cultural, política e espiritual, e isso está impregnado na força telúrica, lúdica, poética e rítmica de suas canções”, conta Edson. Segundo a banda, o novo projeto é certeza de qualidade poética e musical aliada à força telúrica e lúdica da canção nordestina, garantindo a diversão e densidade cultural em um único espetáculo.

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