“Uh é Juiz de Fora! Uh é Juiz de Fora!”, esse foi um dos gritos que sobressaíram no backstage do WebFestValda 2017. O evento aconteceu no último final de semana, na Fundição Progresso, na cidade do Rio, e é conhecido como o maior festival de bandas independentes do Brasil. Banda Matilda foi a terceira melhor banda do festival, e Etc (Etcoetera) levou prêmio Warner Music. Hey Joe, banda de Leopoldina, que está sempre por Juiz de Fora, foi a Banda Revelação 2016 e participante da abertura do festival 2017. Laura Jannuzzi também marcou presença na última edição e conquistou ainda mais ouvintes e fãs pela sua música e poesia irretocáveis.
Novamente, este ano, 7 e 8 de julho foram memoráveis não só para a Banda Matilda e Etc (Etcoetera), mas para a música de nossa cidade, que está a todo vapor conquistando o Brasil inteiro. Na verdade o mundo é pequeno para a qualidade de som produzida aqui. Avante Juiz de Fora! Além disso, uma das bandas principais do line up deste ano foi a Onze:20, que abriu a noite do dia 8, mais uma vez representando Juiz de Fora.
Deu gosto de ver as fotos das Matildas – Juliana Stanzani (vocal), Bia Nascimento (violão), Amanda Martins (flauta) e Fabrícia Valle (percussão) – segurando aquele troféu com tanta garra. São merecedoras de todo trabalho artístico que deu vida ao disco “Patuá”. Para o WebFestValda, elas inscreveram a música “Degradê”, que ganhará um clipe dirigido pelo Felipe Saleme cheio de mistérios muito em breve. Entre 20 bandas finalistas, com mais de 2.500 inscritas, as meninas, acompanhadas do baterista Thales Scoton e do baixista Marcelo Mattos, todos juiz-foranos, subiram ao palco com uma sintonia e felicidade que transbordava.
Sabiam que tinham feito uma boa apresentação, o resultado veio mais tarde com esse superprêmio que os colocou no pódio em meio a tantas bandas excelentes do Brasil inteiro. “Foi muito importante para a história da Matilda, tudo que a gente já passou. Aqui todo mundo já conhece, já temos um público que vem ao show e acompanha, mas, lá, não. ‘Quem é Matilda na fila do pão?’ Chegamos e fizemos, e é muito bom ver esse reconhecimento”, contou Bia, violonista, que ficou apaixonada por tocar guitarra nas jams do festival. A banda ganhou um prêmio em dinheiro que é convertido em instrumentos musicais e também 500 cópias do DVD com gravação de suas músicas ao vivo no palco da Fundição Progresso.
A Etc (Etcoetera) também fez apresentação que chamou atenção no festival. A música inscrita e tocada foi “Ana Rosa”, de seu primeiro disco. Formado por Eduardo Fávero (vocal/violão), Felipe Balut (bateria) e Vinícius Ferreira (baixo), o trio, em suas apresentações, é acompanhado pelos músicos Beto Grizendi (guitarra), Rafael Souza (trompete) e Advar Medeiros (saxofone), e também, nessa ocasião, o ex-integrante Daniel Morais (teclado) estava no palco. Entre as histórias de corredor de festival, Eduardo Fávero foi parado pelo Chico Netto, um dos jurados da “Rolling Stone”, que contou sobre ter votado no Beto Grizendi na categoria de melhor guitarrista.
Os meninos saíram de lá com o prêmio Warner Music. Isso significa que a empresa quer uma aproximação com os músicos, como um selo de reconhecimento da Warner em ter eleito a banda como a que mais representou o ponto de vista da empresa. Além da Warner, Deezer e ONErpm estavam presentes.
Juiz de Fora foi a cidade mais premiada do festival, e Eduardo Fávero conta que, nos bastidores, giravam comentários sobre essa boa fama musical daqui. “A cena local está com um corpo muito denso, de muita qualidade. Ela só tem que sair, o néctar está concentrado aqui.” Além disso, ele contou sobre a conexão que está havendo entre as bandas da cidade, o próprio Marcelo Mattos é um fio que une a Matilda ao Etc (Etcoetera). “É como se houvesse uma teia do conhecimento, que a gente vai compartilhando, e que vai se tornando hábito, para que as próximas gerações da música bebam dessa cultura musical da cidade.”