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Juiz de Fora recebe recorte da Bienal de São Paulo

Exposição de Alejandro Corujeira para a 33a Bienal de São Paulo. 23/10/2018 © Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo

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Gigantesca, a Bienal de São Paulo ocupa cerca de 25 mil m² do Pavilhão Ciccillo Matarazzo no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Com um público estimado de um milhão de visitantes, a 33ª edição da mais importante mostra de artes visuais do país apresenta um pequeno fragmento de sua gigantez a partir desta quarta-feira, 12, no Museu de Arte Murilo Mendes. Atual curador da bienal, o crítico italiano Jacopo Crivelli Visconti traça um recorte particular da exposição pensada pelo espanhol radicado em Nova York Gabriel Pérez-Barreiro. Sob a temática “Afinidades afetivas”, a grande mostra tomou o prédio de linhas modernistas projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer entre os meses de setembro e dezembro de 2018, discutindo e apontando os novos caminhos da arte contemporâneo no Brasil e no mundo.

Enquanto a já findada mostra paulista destacou-se por se basear em 12 projetos individuais e sete mostras coletivas organizadas por artistas convidados, o recorte que segue em cartaz em Juiz de Fora até 8 de setembro reúne trabalhos que ocuparam diferentes espaços e segmentos na grande exposição. Segundo Jacopo Crivelli Visconti, trata-se de uma nova mostra, que se estabelece num conceito de articulação entre obras e discursos, como foi a 33ª Bienal de São Paulo. “Por sua própria natureza, ela também fugia da ideia de uma curadoria única, geral e universal”, pontua o curador, que para a cidade traz cerca de 40 obras de oito artistas distintos.

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A 33ª Bienal de São Paulo é aqui: Vista geral da mostra local em cartaz no segundo andar Museu de Arte Murilo Mendes. (Foto: Fernando Priamo)

Além do argentino Alejandro Corujeira, da alemã Andrea Büttner e do espanhol Antonio Ballester Moreno, integram a exposição os brasileiros Ana Prata, de Sete Lagoas (MG), Bruno Dunley, de Petrópolis (RJ), Bruno Moreschi, de Maringá (PR), Sofia Borges, de Ribeirão Preto (SP) e Waltercio Caldas, do Rio de Janeiro (RJ). Ainda que majoritariamente dominado pela pintura, o recorte local reproduz o tom arejado da mostra, cujas críticas dividiram-se evidenciando certa polêmica.

“Se na história recente da exposição chamou a atenção a ousadia de transbordamentos muito heterogêneos, nesta Bienal a tônica é uma contenção que é quase timidez”, lamentou Daniela Name em crítica da exposição para o jornal “O Globo”. “De um modo geral, obras e exposições foram pensadas como núcleos ensimesmados, montados de costas para o lugar que os abriga e para a vida fora do prédio, que começa no parque”, acrescentou a pesquisadora e crítica, num discurso que parece ter sido corrigido no projeto da “Itinerância” que desembarca em Juiz de Fora.

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O curador Visconti mantém a inspiração no romance “As afinidades eletivas”, de 1809, de Goethe, mas enfoca aproximações, que talvez pelo espaço mais reduzido, assim como pelo menor número de obras e artistas, soa mais claro. Inédita, a leitura que se apresenta na cidade merece atenção não apenas por contemplar Juiz de Fora dentre as capitais que receberam um fragmento da fundamental Bienal de São Paulo, mas, sobretudo, por potencializar reflexões fundamentais para a compreensão da arte contemporânea do presente.

33ª BIENAL DE SÃO PAULO

Abertura nesta quarta-feira, 12, às 20h. Visitação de terça a sexta, das 9h às 18h, sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h, no Museu de Arte Murilo Mendes (Rua Benjamin Constant 790 – Centro). Até 8 de setembro.

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