Nem só de confete e purpurina vive o carnaval. Forte tendência há alguns anos, as tiaras são populares em bloquinhos e desfiles. Há quem curta ser diabinha, com os chifrinhos que piscam, há quem prefira ser um gatinho, com as orelhas feitas de pérolas, e, mais recentemente, a febre das tiaras de unicórnio ganha as ruas de todo o país durante a folia. Pensando em faturar uma grana extra – já que, até então, o desemprego era uma preocupação -, a roteirista Analu Pitta, 30 anos, resolveu, junto de sua mãe, Márcia, 55, produzir tiaras divertidas para ajudar nas contas de casa. E contou com uma ajuda especial para divulgar os produtos: a da vovó Vilma.
“Como eu e minha mãe sempre bolamos acessórios de carnaval para mim, ao longo dos anos, me ocorreu que a gente deveria fazer isso profissionalmente este ano. O trabalho foi totalmente em conjunto: eu procurei referências na internet, desenhei os modelos, comprei os materiais, mas foi ela quem usou a pistola de cola quente”, ri Analu. A mãe da roteirista faz artesanatos há muitos anos, e sua habilidade foi essencial para que o negócio improvisado desse certo.
A divulgação dos trabalhos manuais foi via redes sociais, o que fez com que Analu descobrisse um universo de rede de apoio virtual. “Grupos no Facebook como o ‘Feministrampos’ e o ‘Compro de quem faz’ são incríveis e dão um suporte gigantesco a mulheres do Brasil todo que estão fabricando e vendendo os produtos mais incríveis. Entreguei muitas encomendas em Juiz de Fora e fui para São Paulo com uma mala imensa, cheia de tiaras para serem entregues”, conta.
O projeto deu certo, e Analu conseguiu arrecadar cerca de R$ 2 mil com a venda dos acessórios, que custam R$ 25 cada. Os modelos mais vendidos foram o de Sol e o com os dizeres “Fora Temer”. Porém, quem comprou, comprou, e quem não comprou, só na próxima folia. “Poderíamos ter arrecadado mais, mas é que foram muitas encomendas, e eu e minha mãe percebemos que não daríamos conta de todas”, diz Analu. Mesmo estando empregada atualmente, ela diz que pretende confeccionar as tiaras no próximo carnaval, e, até mesmo, no Halloween.
Será que teremos vários chifrinhos, morcegos e chapéus de bruxa? Eu aposto que sim.
A vovó é a alma do negócio
Mas o sucesso dos acessórios confeccionados por Márcia e Analu não se deve apenas ao fato e serem bonitos e benfeitos. Eles ganharam um baita charme quando a dona Vilma posou como modelo das tiaras. A avó da roteirista é uma figura fofa e muito simpática, que retrata muito bem a doçura da imagem de avó. “Minha avó é a alma da nossa casa. Eu, ela e a minha mãe sempre participamos de projetos juntas. Minha avó, com 84 anos, faz artesanato e participa de feiras em Juiz de Fora. E, quando eu vi as tiaras prontas, pensei que elas também seriam uma ótima desculpa para eu registrar e documentar essa mulher tão incrível, que é a dona Vilma”, conta Analu.
Para a roteirista, as vendas foram, sim, impulsionadas graças à fofura da avó. “As fotos com ela fizeram muito sucesso! As pessoas ficaram muito tocadas, porque ela é muito expressiva, e eu acho que, em cada foto que fiz, ela aparece carregando o carnaval no olhar.”
- Júlia Campos estagiária sob supervisão do editor Guilherme Arêas