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Publicitário de JF participa de campanha da Netflix premiada em Cannes

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Maurício Dias (centro) participou do projeto premiado em Cannes com outros integrantes da AKQA Brasil, entre eles o diretor de arte Murilo Santos (à esquerda) e o motion designer Allan Langer (à direita)

O juiz-forano Maurício Dias, formado em publicidade e propaganda pela Centro Universitário Estácio de Sá, pode comemorar fazer parte da equipe que levou alguns dos prêmios mais cobiçados no setor em todo o mundo: os Leões de Prata e de Bronze no Festival Internacional de Criatividade de Cannes, realizado em junho na cidade francesa, graças a uma campanha realizada em 2017 pela agência AKQA Brasil para divulgar a Netflix na TV aberta.

Para quem é ligado em séries e filmes em geral, a Netflix é um serviço de streaming que já faz parte do cotidiano, a ponto de poder ser considerado tão essencial quanto os serviços de água, luz, gás, telefonia celular. Mas não é todo mundo que está conectado nas chamadas “modernidades”. Pensando nesse público, a plataforma encomendou à AKQA Brasil uma campanha para divulgar seu serviço entre o público ainda fiel à boa e velha TV aberta.

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Foi assim que, na virada do dia 28 para 29 de outubro de 2017, o SBT foi a primeira emissora no país a transmitir um episódio da popular “Stranger things”, série produzida pela Netflix, acompanhada por uma espécie de “SBT Repórter” ficcional apresentado por Marília Gabriela, “passado” em 1984 e traçando paralelos com os monstros da produção (os Demogorgons) e o mito do Chupacabra, que trazia ainda comerciais hilários ligados a “produtos” que aparecem na série. Tudo com visual retrô, bem anos 80.

O resultado foi tão bom que o projeto, intitulado “Stranger Broadcast” (também conhecido como “Bagulhos sinistros), ganhou dois prêmios no Festival Internacional de Criatividade de Cannes, um dos mais importantes no mundo no setor de publicidade: um Leão de Prata na categoria Entertainment e outro, de Bronze, na categoria Media.

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Esforço coletivo
Maurício mora em São Paulo há cinco anos e trabalha como redator na área de criação da AKQA Brasil há pouco mais de um, como redator. Ele esteve envolvido no projeto desde a criação e estratégia da ideia até a elaboração dos roteiros finais. “Teve muito pitaco na hora da edição também (risos)”, conta. “Foram aproximadamente quatro meses de trabalho, com várias etapas de aprovação. A ideia do ‘Stranger Broadcast’ agradou desde o início, mas não foi tão simples de sair do papel. Todos se esforçaram muito. Tanto agência, quanto cliente. E, depois de muito trabalho, as coisas se alinharam e tudo deu certo”, comemora.

O redator explica ainda que o SBT sempre foi o canal preferido para a execução da ideia. “Além de grande parte da audiência ser formada pelo público que queríamos atingir (pessoas que ainda não assinavam Netflix e não conheciam ‘Stranger things’), muitos brasileiros têm um vínculo afetivo com o canal. Existia também o fato de termos achado materiais antigos do ‘SBT Repórter’ que nos ajudavam a traçar o paralelo entre o monstro da série (Demogorgon) com o antigo mito do Chupacabras. Para completar, havia uma aproximação natural com o Silvio Santos, que citou a Netflix em diversas ocasiões – uma delas rendeu até uma resposta do presidente da própria Netflix, que deu ao dono do SBT uma assinatura vitalícia.”

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A premiação em um festival que é referência no setor é algo que Maurício afirma que precisa ser comemorado, por mostrar o reconhecimento de um trabalho que competiu com outros de igual qualidade – e também por ser o primeiro no evento que teve sua participação. “Foi uma alegria geral de todo mundo. O Festival de Cannes é um dos principais prêmios da publicidade e tem muita visibilidade. Isso o transforma numa espécie de termômetro, uma forma de saber para onde o mercado está caminhando criativamente. Ter o reconhecimento internacional pode abrir portas.” Um prêmio desse porte foi a primeira vez.

Campanhas de sucesso
Maurício destaca ainda que os prêmios ajudam a ressaltar a importância da presença da AKQA no Brasil, por ter uma visão que considera diferente do que costuma ser feito no país. “Ela está em vários países e acabou trazendo uma outra cultura para o mercado brasileiro. O modelo de negócios é diferente: a agência lucra na criação dos projetos e não no bônus de veiculação – o famoso BV, como a maioria das agências brasileiras fazem. Isso valoriza a criatividade e dá uma liberdade muito maior, pois as ideias não partem de um plano de mídia pré-estabelecido. Elas nascem sem formato. Pode ser do tradicional comercial de 30 segundos até a um aplicativo, um videoclipe, uma estátua no meio da rua ou qualquer coisa. Dependerá de onde vier a criatividade.”

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Além de “Stranger Broadcast”, Maurício participou de trabalhos para empresas como a Google, Bauducco, Uber e de outro projeto para a Netflix. “Teve a divulgação de ‘Bright’, o filme de Will Smith na Netflix, no qual usamos o Evaristo Costa na campanha. Utilizamos um trecho do filme para simular o ex-âncora contracenando com Will Smith, como se os dois estivessem na mesma cena.”

Sobre os projetos futuros, um pouco de mistério, tal e qual “Stranger things”. “Só posso falar depois que sair (risos)! Mas atualmente tenho trabalhado mais para projetos com o Google e a própria Netflix.”

 

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