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Produtor de shows do Skank faz série de lives com profissionais de JF

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Todos os shows, concertos e peças de teatro, entre outros eventos, precisam de uma peça fundamental na engrenagem: o produtor. É um dos inúmeros profissionais dos bastidores que ajudam a fazer tudo acontecer, mas que geralmente ficam nas sombras. Com a paralisação dos eventos culturais por causa da pandemia de Covid-19 e a proliferação das lives, aí é que – provavelmente – aparecem menos.

Pois o jogo pode mudar, malandragem. Um dos mais conhecidos produtores de shows do país, o juiz-forano Leandro Fortes realiza por cinco dias seguidos, a partir da próxima sexta-feira (12), a série de lives “Papos gerais – Backstage JF”, em que vai entrevistar produtores de Juiz de Fora que atuam tanto na cidade quanto – assim como ele – por todo o país com artistas dos mais variados gêneros. As entrevistas ao vivo serão realizadas a partir das 19h no perfil de Leandro no Instagram (@leandrofortes01).

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Com o tema “Santo de casa faz milagre”, as lives terão como convidados – pela ordem – os produtores Ricardinho Moreira, que já trabalhou com as bandas NX Zero e CPM 22 e atualmente faz produção técnica dos shows dos Titãs e Capital Inicial; Cibele Lopes, que já esteve na produção de Ney Matogrosso e Milton Nascimento; Filipe Barreto (DJ Alok); Eduardo Zebu, que trabalha na produção das apresentações do rapper Black Alien; e Luqui Di Falco, que trabalha com a Onze:20 e é um dos proprietários do Cultural.

“Convidamos cinco produtores para bater um papo sobre suas carreiras, como começaram, como foi sair de Juiz de Fora e conseguir projeção nacional e trabalhar com nomes conhecidos no país e no exterior. Contar as experiências, ‘causos’, apertos, alegrias e ajudar a entreter o povo nesses tempos de pandemia. Vamos falar sobre as dificuldades do mercado, os preconceitos e ainda o futuro, pois o setor de entretenimento está sofrendo muito com a pandemia, não existe uma volta pré-determinada”, adianta Leandro, lembrando que, antigamente, era difícil explicar até para a família qual era sua profissão. “Sempre que ia a Juiz de Fora (atualmente, ele mora em Belo Horizonte), perguntavam como fiz para chegar no Skank, o que era produção, e aos poucos foram entendendo. Hoje em dia, 90% das pessoas da família entendem o que faço.”

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Leandro no backstage com o baixista do Skank, Lelo Zaneti (Foto: Arquivo pessoal)

Valorização da cena local
Por se tratar de uma dúvida que muitos ainda têm, Leandro Fortes viu nesse período de isolamento (está sem produzir shows desde março) uma oportunidade para explicar o seu ofício, abrir espaço para os colegas e também incentivar e orientar interessados na área. Apesar da verdadeira chuva de lives nas telinhas de celulares, tablets e PCs, ele ficou em dúvida no início, mas decidiu encarar a empreitada.

“Resolvi fazer essas lives com produtores de Juiz de Fora para valorizar a cena local. São muitos profissionais que saíram daí, e talvez percamos apenas para Rio e São Paulo em número de produtores que trabalham com tantos artistas de peso, talvez Salvador também, mas são todas capitais de estados. Juiz de Fora deve ser a maior cidade de interior nessa área, é preciso mostrar a relevância de nossas origens”, diz.

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“Acredito que possa ser válido para quem tem interesse em seguir essa carreira, até porque existe uma visão romântica da área, e será bom mostrar que é muito trabalho. Podemos trabalhar com até 25 shows por mês, como já fiz, acordar e não saber em qual cidade estamos. E nossa vida é muito dinâmica; é um mercado informal, fechado, em que as indicações funcionam muito. Você pode até chegar, mas permanecer é muito difícil, nem sempre só o talento garante o sucesso. Há uma série de fatores que são importantes”, alerta. “Não havia curso, direcionamento, quando comecei nesse meio. Você aprendia com os tombos, por isso achei pertinente colocar uma luz na rapaziada da cidade, que oferece uma mão de obra muito específica e peculiar tanto no Brasil quanto no exterior.”

Quase 30 anos de bastidores
E quando fala da falta de cursos e direcionamento, Leandro fala com o conhecimento de quem tem quase 30 anos de carreira na produção, que vem desde o início dos anos 90. Na época, ele começou com a produção dos shows da banda The Quarrymen, especializada em tocar cover dos Beatles em Juiz de Fora. Mais para frente, em 1997, largou o emprego que tinha num banco e foi para a Bahia, antecipando as comemorações pelos 500 anos do Brasil, abriu um negócio próprio e seguiu na produção de shows, levando inclusive os locais do Eminência Parda e Midnight Blues Band.

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Leandro chegou a voltar para Juiz de Fora em 2002, onde trabalhou em duas boates locais até topar na rua com o cantor Emmerson Nogueira, que o convidou para trabalhar na produção de seus espetáculos. Ele chegou a ficar em dúvida se deveria aceitar o convite, pois estava na conclusão do curso universitário de turismo, mas foi procurado por Emmerson no dia seguinte e acabou por dizer “sim”. Ao aceitar o convite, a carreira no setor deslanchou de vez.

“Trabalhei com ele até 2006, quando fui para Belo Horizonte, e cheguei a passar um período em Florianópolis e depois em Londres, por causa dos Jogos Olímpicos de 2012. Desde então trabalhei na produção do Wilson Sideral, Paula Fernandes, César Menotti e Fabiano, e atualmente estou em minha segunda parceria com o Skank, com quem trabalhei pela primeira vez em 2013. Estive com eles em três edições do Rock in Rio e também faço a produção dos shows solo do Samuel Rosa (vocalista do Skank), incluindo o projeto que ele fez anos atrás com o Lô Borges. Graças a esses trabalhos, já estive em vários estados brasileiros e alguns países.”

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