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Distrito de Sarandira terá nova residência artística

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Primeira residência do Ciclo de Residências Sarandira, realizada em novembro, resultou na criação de pequena praça para a comunidade (Fotos: Bernardo Biagioni)

A Associação Carabina Cultural e a Galeria de Arte Quarto Amado abriram no último dia 2 as inscrições para o chamado da Residência Artística de Esculturas Públicas e Arte na Terra, programada para acontecer entre 26 de abril 9 de maio _ caso a pandemia recue nas estatísticas – no Distrito de Sarandira. Os interessados podem se inscrever até o próximo dia 26 por meio do site carabinacultural.com.br, onde também está disponível o regulamento.
A iniciativa integra o Ciclo de Residências Sarandira, cuja primeira residência aconteceu em novembro de 2020, e tem apoio do Fundo Estadual de Cultura de Minas Gerais. Segundo a instituição, podem participar artistas, escultores, arquitetos, estudantes, pesquisadores, criadores em geral e amadores (de acordo com a Associação, do verbo “amar”), indivíduos ou coletivos. O projeto vencedor será aquele que apresentar a melhor proposta para trabalhar de forma mais criativa e inovadora, além de promover o diálogo com a realidade local e o contexto natural e cultural da região, tendo como referência o princípio da perenidade e permanência da obra. Ainda de acordo com a Carabina cultural, os participantes da residência serão contemplados com cachê e recursos para a execução dos trabalhos, além transporte, hospedagem e alimentação.
O Ciclo de Residências Sarandira é mais uma das iniciativas da Carabina Cultural no distrito, que desde 2014 tem realizado atividades para obter recursos, promover atividades de formação e incentivar o crescimento da autoestima da localidade. Dentre elas, uma parceria com a Galeria de Arte Quarto Amado resultou na série de pinturas nas fachadas das casas do distrito em 2017, que teve entre seus desdobramentos o Ciclo de Residências Sarandira.

Descentralização

A primeira Residência, realizada em novembro último, foi de confecção de Utilitários Lúdicos Públicos e Paisagismo Afetivo, realizada pelos arquitetos Clara Sefair e Rafael Monteiro, de Juiz de Fora, que ajudaram a criar uma nova praça central para a comunidade. Já a Residência Esculturas Públicas e Arte na Terra, também coordenada pelo jornalista e curador Bernardo Biagioni, terá como foco uma tradução literal do movimento artístico conhecido como Land Art. A próxima etapa do ciclo, Desenvolvimento do Artesanato Criativo, tem coordenação da especialista em artesanato Andreia Costa.
A presidente da Associação Carabina Cultural, Suzana Markus, explica que o Ciclo de Residências Sarandira tem por objetivo tentar incluir ainda mais a comunidade na área cultural, por se tratar de um distrito distante do Centro de Juiz de fora. “Queremos oferecer a acessibilidade de cultura, e também por meio dela incrementar o turismo, até mesmo na gastronomia e pela água milagrosa que dizem existir lá. Temos os murais já criados na comunidade e que atraíram mais pessoas, e temos essa questão de levar mais criadores, pessoas que possam desenvolver projetos artísticos no distrito.”
Suzana ressalta que a chamada foi feita num momento em que a situação da pandemia não estava tão ruim, e por conta disso a próxima residência pode ser adiada. “A ideia é escolher os residentes logo, mas provavelmente teremos que adiar por causa do aumento de casos e mortes (por Covid-19). Vamos esperar um posicionamento das ondas, se teremos mais segurança para a equipe e comunidade. Gostaria que fosse realizado agora, mas tudo vai depender da pandemia”, afirma. “Mas, quando for realizada, a expectativa é ter uma participação grande da comunidade e que entendam a importância do acesso à cultura, pois muitos dos moradores nunca tiveram acesso a cinema, teatro. A expectativa é que possam usufruir do que for criado.”

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Aceitação e cumplicidade

Após tanto tempo trabalhando com a comunidade de Sarandira, Suzana Markus observa que os projetos tiveram uma aceitação da população local, surgindo ainda um sentimento de cumplicidade. “Eles participam ao máximo dos projetos, e também foi importante termos entendido desde o início como funciona essa visão deles em relação à cultura, políticas públicas. Nós nos tornamos facilitadores de ideias, conversamos sobre o que pode ser legal para a comunidade, e quando apresentamos um projeto eles mergulham fundo, ajudam os artistas”, comemora.
“Essa vivência entre comunidade e artistas é muito rica. Sempre quisemos fazer a maior troca possível entre eles, e temos a proposta de criar um centro cultural no distrito. Estamos restaurando um casarão tombado pelo Patrimônio Histórico com este fim.”
Sobre a primeira residência, realizada em novembro passado, Suzana lembra que ela aconteceu por perceberem que o momento oferecia maior segurança, pois o Brasil estava num momento de queda nos casos e mortes. “Seguimos todos os protocolos de segurança, e a receptividade foi ótima. Foi uma criação para a comunidade de um espaço que não existia, uma pracinha que era uma demanda da comunidade há anos. Eles adoraram, participaram do projeto e usufruem disso de uma forma tranquila, pois não estão aglomerando.”
Além da segunda etapa do ciclo, a Associação Carabina Cultural já iniciou, de forma virtual, a terceira fase da iniciativa, o Programa de Desenvolvimento do Artesanato Criativo. “Criamos um grupo de artesanato que está bombando, estão muitos ativos e com vontade de desenvolver o artesanato de lá. Decidimos criar um grupo virtual com os artesãos de Sarandira a fim de introduzir algumas questões do desenvolvimento do artesanato, conhecer as técnicas que utilizam. Essa residência é específica para os artistas locais, e, assim como a residência de escultura, será presencial quando possível, com as duas realizadas em paralelo.”

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