A união faz a força e leva o teatro de Juiz de Fora para lugares distantes. Três grupos da cidade – Corpo Coletivo, Santa Corja e Núcleo Prisma – decidiram levar o ditado a sério e vão participar do Fringe, uma das mostras do Festival de Teatro de Curitiba, no final do mês, com a Mostra Oxigênio, em que serão encenadas seis peças já conhecidas na cidade. A ideia de trabalhar em conjunto teve como resultado, ainda, o Coletivo Ozônio, que vai estrear na capital paranaense o espetáculo “Oxigênio”; a peça terá pré-estreia na cidade na próxima semana, no Espaço OAndarDeBaixo, que a partir desta quinta-feira (12) realiza uma prévia do que será apresentado no Fringe com a encenação de cinco peças. Além de acertar os detalhes finais, as apresentações servirão para fechar as contas e os 22 artistas dos grupos poderem viajar até Curitiba.
A primeira peça a ser apresentada n’OAndarDeBaixo é “Algodão azul”, do Núcleo Prisma, na quinta-feira. Na sexta (13), será a vez de “Sobre Capitu”, da Santa Corja, que retorna sábado (14) com a comédia “#trintei”; no domingo (15) e segunda-feira (16), o Corpo Coletivo apresenta “Plástico bolha” e “Casa dos espelhos”, respectivamente. Todas as apresentações têm início às 20h30.
Artista que participa dos três grupos, Gabriel Bittencourt explica que – além de arrecadar dinheiro para a viagem – as encenações servirão para afinar detalhes antes de partir para o Sul do país. “Esses espetáculos já foram apresentados na cidade, fazem parte da trajetória de cada companhia, mas estamos sempre tentando evoluir”, explica. “‘Casa dos espelhos’, por exemplo, passou por várias modificações por conta da resposta do público, e ‘Algodão azul’ terá a trilha sonora executada ao vivo. São experimentações feitas durante o percurso e que mostraremos quando representarmos Juiz de Fora no maior festival de teatro da América Latina.”
Gabriel conta, ainda, como se deu a ideia da criação do Coletivo Ozônio. De acordo com ele, a participação no Fringe pode se dar de duas formas, com a inscrição individual de espetáculos ou com a proposta de uma mostra de até seis dias de duração. A partir de conversas despretensiosas, segundo o ator, foi percebido o desejo das três companhias de estarem no Fringe, e logo veio a articulação de tentar essa participação de forma coletiva. “A gente viu o interesse dos grupos em participar do festival e a oportunidade de juntar espetáculos com linguagens próximas, daí criamos no final do ano passado a proposta dessa mostra e resolvemos montar uma peça com os três grupos envolvidos, que é a ‘Oxigênio’. O coletivo acabou se tornando uma consequência dessa ideia e facilitou várias coisas, como a parte burocrática, pois os grupos dividiram as tarefas.”
Em Curitiba, o Coletivo Ozônio fará sua primeira apresentação no próximo dia 31, com a estreia oficial de “Oxigênio”; depois, entre 1º e 4 abril, serão apresentadas as seis peças da mostra – “INcômodos: Teatro em casa” também entra na lista -, e o encerramento se dá no dia 5 com uma nova apresentação de “Oxigênio”. “Será uma oportunidade absurda de poder mostrar nosso trabalho para outras pessoas”, afirma Gabriel. “Geralmente nos apresentamos em Juiz de Fora e em festivais em Minas. Queremos expandir nossas apresentações, ser recebidos por pessoas que não conhecem a gente, descobrir como nosso trabalho será visto em outra região do país. É uma oportunidade de crescer profissionalmente, também, assistindo a outras peças, sejam elas nacionais ou internacionais, ter uma troca de conhecimento e ver como o teatro é importante em cada região.”
Apresentações n’OAndarDeBaixo
12/03, às 20h30 – “Algodão azul” (Núcleo Prisma)
13/03, às 20h30 – “Sobre Capitu” (Santa Corja)
14/03, às 20h30 – “#trintei” (Santa Corja)
15/03, às 20h30 – “Plástico bolha” (Corpo Coletivo)
16/03, às 20h30 – “Casa dos espelhos” (Corpo Coletivo)
21/03 a 23/03, às 20h30 – “Oxigênio”