Site icon Tribuna de Minas

Carnaval 2021 é oficialmente adiado pela Funalfa

PUBLICIDADE

A Funalfa anunciou na manhã desta terça-feira que o carnaval de 2021 foi adiado na cidade. De acordo com a fundação, o motivo é o avanço de casos da Covid-19 no município e as novas restrições determinadas dentro da onda amarela do Minas Consciente. A decisão segue a mesma ação tomada em várias cidades do país, como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, que já haviam adiado os desfiles de escolas de samba e blocos, entre outras atrações.
Ainda segundo a Funalfa, é no final do ano que são realizados os editais de apoio aos blocos carnavalesco e as conversas com os grupos ligados ao carnaval. Esta ano, entretanto, toda a preparação foi sendo adiada devido à pandemia, a ponto de a indefinição quanto ao avanço da Covid tornar impossível garantir a realização das festividades no formato dos últimos anos, antes mesmo da data oficial da folia no Brasil.
Uma nova data, porém, não foi anunciada. Segundo a diretora-geral da Funalfa, Tamires Fortuna, o motivo é a iminente troca na Administração Municipal, que acontece em janeiro. Dessa forma, uma possível data para o carnaval em 2021 ficará a cargo da próxima diretoria da Funalfa, a ser escolhida pela prefeita eleita Margarida Salomão. Procurada pela Tribuna, a Funalfa não quis dar mais declarações a respeito da decisão.

Decisão já esperada

Tanto a presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Juiz de Fora (Liesjuf), Sônia Beatriz Alves de Oliveira, quanto o presidente da Associação das Entidades Carnavalescas de Juiz de Fora e Região (Aesbloc), Marcelo Guedes Barra, disseram que a decisão da Funalfa já era esperada pela entidade e seus associados.
“Não tem como fazer uma festa do tamanho do carnaval no meio dessa pandemia, até por respeito às famílias dos mortos”, afirma Sônia. “Esse é o chamado bom senso e empatia; bom senso pelo que está acontecendo no mundo todo, e empatia por todos que estão sofrendo as perdas. Não gostaria de colocar o carnaval nas ruas e ser responsável por uma pessoa que morreu por causa disso. É melhor aguardar para fazer nossa festa com a grandeza e segurança que merecemos, e acredito que esta seja a opinião de quem gosta do carnaval e da cultura em geral.”
Marcelo Guerra tem a mesma opinião que a presidente da Liesjuf. “Temos que ver, acima de tudo, a saúde do povo. Já esperávamos essa decisão, só faltava a confirmação da Funalfa. Agora esperamos a próxima diretoria para ver se há uma previsão de quando fazer o carnaval.”

PUBLICIDADE

Tempo ao tempo

Com a decisão do carnaval 2021 passando para a próxima diretoria da Funalfa, Marcelo Barra diz que vai procurar o próximo responsável pela Fundação em janeiro, após a posse do futuro diretor. Ele prefere dar tempo para que a nova direção conheça a situação e, assim, a Aesbloc possa mostrar suas ideias para o carnaval – e saber se já há uma previsão de quando ele irá acontecer.
No caso de Sônia Beatriz, ela pretende entrar em contato com o próximo responsável pela Funalfa assim que o nome for anunciado, mas salienta que, no momento, é prematuro discutir carnaval sem saber quem continuará ou sairá do órgão. “Temos um bom relacionamento atualmente, e esperamos manter isso com quem assumir o lugar. Vamos ficar no aguardo.”

Carnaval junino?

Ainda que não se saiba se e quando haverá carnaval no próximo ano, as duas associações têm orientado seus integrantes a não ficarem totalmente parados, esperando por novidades mais concretas. “Já passei para os outros blocos que devem ir preparando alguma coisa, seja o tema do desfile, o enredo. Eu represento o Pagodão dos Clubes, e já começamos a nos preparar: a música já está pronta, já mandei gravar”, conta Marcelo. “Temos a perspectiva de que o carnaval seja no meio do ano, assim como no Rio de Janeiro, estamos esperançosos e trabalhando com essa previsão. Mas só faremos com o apoio da Funalfa.”
“Continuamos trabalhando e nos organizando para fazer o carnaval da maneira que Juiz de Fora merece”, afirma Sônia. “Todo mundo está se organizando com a documentação, organizando os barracões, pronto para começar a fazer nossos eventos assim que possível, mas sempre com segurança e de acordo as leis federal, estadual e municipal. Mas acho prematuro colocar uma data, porque precisamos esperar pela vacinação, que não sabemos quando estará disponível para todos. E sem segurança não existe festa, folia. Há coisas mais prioritárias no momento, apesar de amar o carnaval e estar triste pelo adiamento.”

PUBLICIDADE

Sem pressa, pela saúde de todos

O presidente da Aliança Carnavalesca Regional, Batista Coqueiral, é outro representante do carnaval a afirmar que a decisão já era esperada, tendo em vista a situação atual e o adiamento já anunciado de cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte. “Vamos esperar por uma vacina para poder marcar uma nova data. O carnaval é um evento de grandes aglomerações e uma escola pode botar cerca de 800 componentes na avenida, fora os profissionais que trabalham, o público, e é muito perigoso fazer um evento desses sem qualquer proteção”, argumenta.
Por enquanto, as seis agremiações da Aliança seguem no mesmo compasso de espera das escolas da Liesjuf e os blocos, preparando o que for possível, além de pensar ainda mais à frente. “Estamos elaborando novos enredos para podermos trabalhar quando for liberado. E vamos finalizar um projeto que pretendemos apresentar para a próxima administração a fim de termos mudanças no carnaval, para que possa ser um carnaval empreendedor, que traga turistas, com aumento de arrecadação em todos os setores, do grande empresário ao ambulante, para que todos possam ter ganhos e retorno. E que a próxima prefeita possa usar essa arrecadação para melhorar a cidade.”

Exit mobile version