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Edifício do Rio Hotel é reformado para reabrir em 2021

(Foto: Fernando Priamo)

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Prédio, com fachada e volumetria tombadas como patrimônio municipal em 2014, vai ganhar telhado novo, mantendo projeto original (Foto: Fernando Priamo)

O Centro de Juiz de Fora possui um patrimônio arquitetônico impressionante, com edificações nos mais variados estilos datados do final do século XIX até meados do século XX que, com seu tombamento durante as últimas décadas, ajudam a manter vivas a memória, a história, a cultura e até mesmo a autoestima da cidade. Difícil, porém, é garantir que todo esse conjunto consiga se manter em condições originais.

Um desses exemplos é o Rio Hotel. Localizado em um dos pontos mais movimentados e importantes de Juiz de Fora – o cruzamento da Avenida Getúlio Vargas e ruas Batista de Oliveira e Marechal Deodoro – o edifício construído na década de 1940 há muitos anos se apresentava em péssimas condições, pelo menos no que diz respeito à parte da fachada, tombada como patrimônio histórico municipal em 2014 junto com sua volumetria. Pois a construção, em estilo art déco tão em voga na época de seu erguimento, está passando por profundas reformas para voltar a funcionar no próximo ano, a princípio dentro da atividade de hotelaria pela qual se tornou conhecida.

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Deteriorada, fachada em estilo art déco será restaurada ainda este ano (Foto: Fernando Priamo)

Segundo o responsável pela obra, Thiago Moraes Delgado, a decisão pela reforma e restauro total da edificação se deu em 2017, quando o antigo inquilino devolveu o hotel a seus proprietários. Um dos motivos foi o péssimo estado de conservação de toda a construção, o que também acarretou na suspensão das atividades enquanto os serviços não fossem realizados. Conforme nota enviada pela Prefeitura, um projeto para reforma do interior e requalificação das fachadas foi apresentado ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac) em junho de 2018, e em 2019 a Defesa Civil realizou vistorias que não observaram riscos de colapso parcial ou total da estrutura, o que permitiu a realização dos trabalhos. Portanto, a marquise não apresenta risco a pedestres, como foi equivocadamente divulgado nas redes sociais.

Como no caso do Rio Hotel, apenas fachada e volumetria são tombadas, os proprietários têm permissão para fazer as adequações necessárias e estruturalmente possíveis no interior do edifício, precisando apenas manter a aparência e características originais da fachada. A colocação de estacas nas marquises, por enquanto a parte mais visível do trabalho, são medidas de praxe para obras desse tipo, tanto para evitar possíveis imprevistos quanto para permitir que materiais que não podem ser transportados por meio das portas de acesso possam chegar ao interior da edificação.

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Janelas estão sendo trocadas ou reformadas, preservando o projeto original (Foto: Fernando Priamo)

A supervisora da Divisão de Patrimônio Cultural (Dipac) da Funalfa, Angélica Moreira Costa, destaca que o projeto de restauro da fachada teve aprovação do órgão, que acompanhará os serviços quando forem iniciados. “É uma parte delicada, pois exige mão-de-obra qualificada”, afirma.

Tudo novo

A Tribuna visitou o interior do prédio na última semana, acompanhada por Thiago Delgado, que deu detalhes da obra. O trabalho inclui mudanças significativas em toda a estrutura de atendimento ao cliente por parte do hotel. “Teremos um total de 27 quartos, e agora todos eles terão banheiro individuais (antigamente, de acordo com ele, a maioria dos quartos era atendida por banheiros coletivos), ar-condicionado, TV por assinatura e acesso à internet”, adianta. “Também passaremos a ter lavanderia, cozinha, elevador e plataforma de acessibilidade pela entrada na Avenida Getúlio Vargas.”

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Marquise está escorada por medida preventiva, devido à obra, mas não apresenta risco a pedestres (Foto: Fernando Priamo)

Outras reformas incluem a derrubada de paredes para ter quartos com tamanhos adequados para a clientela e reforma total dos sistemas elétrico, hidráulico, de esgoto e de prevenção contra incêndio. Serão removidos, ainda, os canos externos, colocadas novas portas, e retirado todo o telhado que não faz parte da construção original. Todo o emboço foi trocado, e foi colocado piso de granito nas áreas comuns e de porcelanato nos quartos.
“Acreditamos que a reforma na parte interna do hotel termine em março, e em seguida iniciaremos o restauro da fachada e marquise, que está com as escoras por medida preventiva solicitada pela Defesa Civil. Inclusive já começamos a reformar as janelas e trocar as que estão inutilizáveis, mantendo o aspecto original”, explica, acrescentando que essa etapa deve estar concluída em junho. “Depois vamos comprar todo o mobiliário, treinar funcionários. Com isso, planejamos reabrir no início de 2021.”

Ainda de acordo com Thiago, a reforma era mais que necessária por conta do estado em que se encontrava o hotel. “A ideia é continuar com sua atividade original, mas sem reformar era impossível. É um patrimônio histórico que precisa ser preservado, que está no coração da cidade, no encontro de três ruas centrais”, pontua. “E esta será uma reforma para que não tenhamos que nos preocupar por muitos anos e vai ajudar a valorizar o imóvel. É um transtorno que trará benefícios eternos.”

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