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Banda Daki: Quando a nostalgia é o tema do carnaval

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É dia de a Avenida Barão do Rio Branco ser tomada pela Banda Daki. A concentração começa às 11h deste sábado (10), no Largo do Riachuelo. José Carlos Passos, o Zé Kodak, comerciante que trabalha diariamente em sua loja de fotografia na galeria que dá em frente ao antigo Cine Palace, é o general da banda composta por 25 membros. As paisagens se transformam, 46 anos passam desde o primeiro movimento, ainda despretensioso, de formação da Banda Daki. Aquele carnaval, em 1972, começava entre rodas de amigos e brincadeiras, até que de repente preencheu a principal avenida da cidade com milhares de pessoas. Por que ainda pintam essa tela? A camisa 2018 está com uma das razões estampadas: Patrimônio Cultural da cidade desde 2002.

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Zé Kodak mantém o espírito do antigo carnaval e celebra a alegria nas ruas. (Foto: Olavo Prazeres)

Expressar as emoções humanas, com a ajuda de cores vibrantes que transmitem os sentimentos das pessoas. A mesma curta e simples descrição do movimento artístico de vanguarda na Alemanha cabe ao carnaval. É festa de transbordar os sentimentos alegres e, principalmente, transformar as angústias inerentes em cada um. É reducionista dizer que alguns brasileiros vivem o ano inteiro esperando o carnaval? De certa forma sim, mas Zé Kodak é uma destas figuras. Carnaval é vício, ou, como ele diz, é hobby. “Eu faço carnaval o ano todo, eu vivo o carnaval. Tem gente que coleciona carro antigo ou selo, eu gosto de colecionar blocos. Quase todos os blocos de carnaval da cidade têm a minha mão”, diz Zé ao se lembrar da formação do Bloco do Batom, da batalha do confete e do retorno de grupos que estavam sem desfilar.

Pinceladas borradas do que se passou ao longo de meio século, cobertura por serpentinas lançadas de todos os lados, e pacotes de confetes de papel na atmosfera do desfile. Cinquenta, 30, 20, 15 mil pessoas, o número cai a cada ano, na tentativa das ocorrências policiais também diminuírem. Não tem bandeira, não levanta temática, é sobretudo um convite a que cada turma forme seu bloquinho e se junte com todo mundo. Vai de encontro aos movimentos culturais de nicho, é bloco para o “Deus e o mundo”, e, por isso, tão popular. Nem com fantasia é preciso se preocupar. “Não queremos sacrificar o folião tendo que gastar com fantasia, ela é a mais simples e praticamente sem custo algum. Tudo o que a mulher não usa, e tem em casa, pode ser a fantasia da Banda Daki. Sapato alto, batom e peruca. E se o folião não tiver dinheiro para tomar uma cervejinha com a gente na Avenida, uma garrafinha de cachaça dentro de casa, ele tem, é só colocar debaixo do braço e vir brincar.”

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As marchinhas são a verdadeira atração. Em meio a blocos de música eletrônica em vinil, bandas independentes trazendo suas próprias canções, MPB, frevo-canção e batuques de maracatu, podemos dizer que a Banda Daki é retrô. O repertório nunca foi alterado. Tem “Mamãe eu quero”, que originalmente foi gravada em 1937 por Jararaca e Vicente Paiva, mas se popularizou e se fez “hit” após quatro anos, pela gravação de Carmem Miranda. A banda toca ainda “Turma do Funil”, registrada em 1956, por Mirabeau, M de Oliveira e Urgel de Castro, mas popularmente conhecida em 1980, pelo Tom Jobim e Miúcha. Além de “Cabeleira do Zezé”, “Até Quarta-Feira” e “Bandeira branca”.

Programação

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Banda Daki
10 de fevereiro, às 11h, no Largo do Riachuelo – Centro

Balança, Mas Não Cai
10 de fevereiro, às 11h, na Praça João Alvares de Assis – Jardim Esperança

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Escola de Samba Mirim Império da Torre
10 de fevereiro, às 14h, na Rua Augusta Vicente Vieira – Grajaú

Homenagem ao Centenário de Geraldo Pereira
11 de fevereiro, às 11h, na Praça Antônio Carlos

Balança, Mas Não Cai
11 de fevereiro, às 11h, na Praça João Alvares de Assis – Jardim Esperança

Ninhu du Urubu
11 de fevereiro, ao meio-dia, na Rua Duarte de Abreu – Mariano Procópio

JK Folia
11 de fevereiro, às 14h, na Rua Murilo Andrade Abreu – JK

Milho Folia
11 de fevereiro, às 15h, na Quadra da G.R.E.S. União das Cores – Milho Branco

9º Carnaval de Marchinhas
11 de fevereiro, às 15h, na Praça Alfredo Lage – Manoel Honório

Unidos do Bairro Floresta
11 de fevereiro, às 16h, na Alameda Mundo Novo – Floresta

Vai Quem Quer
12 de fevereiro, às 17h, no Parque Halfeld

Xicleteiros
12 de fevereiro, às 17h, na Rua Alberto Guedes – Jardim Esperança

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