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Alles Club fala sobre show com intervenção visual de Rafael Ski

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Com integrantes em continentes diferentes, a Alles Club planeja lançar novos álbuns e realizar shows esporádicos (Foto: Marcelo Ribeiro – 28/11/2018)

Vou ali na Suíça, mas já volto. É com este espírito que a banda juiz-forana Alles Club se apresenta neste sábado (9), às 17h (abertura da casa), na Necessaire, em show especial que marca uma pausa nas atividades do grupo, pois dois de seus integrantes (Mr. Lopes e Nina Hübscher) vão passar uma temporada na Suíça. Para marcar o hiato, a apresentação será especial, com participação do artista visual Rafael Ski, responsável pela instalação interativa e multissensorial criada especialmente para a ocasião. Além da Alles Club, a noite terá ainda o show da Algarabya.

Mr. Lopes adianta que o show de 40 minutos terá canções do primeiro álbum da Alles Club, “Décollage”, mais algumas coisas antigas – incluindo músicas não tocadas há muito tempo e as convidadas Stéphanie Fernandes e Isabel Oliveira nos vocais.

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“Eu vi a instalação que o Rafael fez na pista de dança em uma festa que aconteceu no espaço OAndarDeBaixo, um lance interativo em que utilizou o Kinect para capturar os movimentos das pessoas e projetar em um pano, com umas montagens. Conversei com ele a respeito de fazer algo para um show nosso, foi um flerte que durou algum tempo, e como esta será nossa última apresentação por algum tempo, vi que era a oportunidade ideal”, explica. No show, o grupo estará separado da plateia por um pano, onde serão projetadas as siluetas dos músicos mais as intervenções de Rafael. “Será algo parecido com o ‘Mito da Caverna’ de Platão (risos)”, adianta Mr. Lopes.

Intervenção audiovisual fez com que Rafael Ski fosse convidado para realizar instalação no show de ‘despedida’ da banda (Foto: Yure Resende/Divulgação)

Rafael Ski diz que esta será a primeira vez que fará uma intervenção audiovisual com uma banda, tendo experiência com galerias de arte, teatro e festas. Ele lembra que foi em um de seus trabalhos em uma festa que os integrantes da Alles Club gostaram do seu trabalho, a ponto de filmá-lo e solicitarem autorização para utilizá-las em um videoclipe. “Apesar de ser músico desde a adolescência, ter tocado em várias bandas e atualmente fazer parte da Radiocafé, nunca consegui fazer esse trabalho de projeções porque sempre estava tocando, não dava para fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Agora vai ser muito legal, estou muito empolgado.”

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De acordo com o artista visual, ele e a banda estão pensando a intervenção como um espetáculo, aproximando-se do trabalho em galerias de arte e no teatro. Estamos curiosos para saber como será. Escuto bastante o som da banda, adoro, estou em todos os shows. Acho o estilo inspirador, e esses efeitos que criei – antes mesmo do convite – são muito conectados (ao som da banda). A coisa já funciona naturalmente, e agora vamos oficializar isso”, anima-se Rafael Ski, que vai se mudar para Belo Horizonte por conta de seu trabalho, mas pretende manter uma base em Juiz de Fora, retornando pelo menos uma vez por mês.

Ponte musical Suíça-Juiz de Fora

Se a apresentação de sábado marca o final de uma fase para a Alles Club, ela não significa que o quinteto (Fred Mendes; Nina Hübscher; Ruan Lustosa, também membro do Basement Tracks; e Pedro Baptista – ou Pedro Baapz) vai ficar vendo as nuvens e o tempo passarem. “É uma pena (esse hiato), porque estávamos fazendo uma série de shows, inclusive fora da cidade, mas também fico animado pois terei tempo para criar na Suíça”, diz Mr. Lopes.

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Segundo o músico, o grupo já tem material composto para pelo menos dois novos álbuns, além de outras ideias circulando. Para Mr. Lopes, os quase quatro anos em terras brasileiras foram profícuos para o processo de criação da Alles Club, que inclui o EP “1999”, dois singles (“Eclipse” e “Quanto tempo”) e o álbum lançado no ano passado. E a banda vai continuar com o processo de gravação iniciado seis anos atrás, quando ainda estava no país europeu, em que pedaços de música iam de um continente para outro por meio da internet, pensando sempre em frente. Graças à rede mundial de computadores, o grupo pode dizer que seus integrantes estarão tão longe e – ao mesmo tempo – tão perto.

“Eu e a Nina podemos fazer alguma apresentação na Suíça usando o nome da banda, basta encontrarmos um baterista por lá. E podemos fazer alguma coisa por aqui, alguma pequena turnê, quando eu retornar em julho ou em outras ocasiões”, planeja, mesmo que a formação possa sofrer alterações. “A ideia sempre foi ter essas pessoas circulando pela banda. Tenho a segurança que estamos consolidados para continuar. A ideia é continuar.”

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‘Décollage’ em vinil

Ex-integrante da duplodeck, Mr. Lopes diz que ainda não parou para pensar a respeito da trajetória da banda, uma vez que tem andado ocupado com os preparativos para a mudança. Ao ser questionado, ele afirma que o sentimento é de satisfação. “Tudo começou comigo lá na Suíça, e as pessoas aqui se doaram muito; o Pedro, o Ruan, Fred, a Stéphanie Fernandes, o pessoal da Pug Records e tantos outros. A banda cresceu muito graças a todos, e com o lançamento do álbum senti que estávamos consolidados. Ficamos felizes com a reação orgânica do público, que conheceu e curtiu o som. Tudo isso nos deixa firmes o suficiente para aguentar o tranco desse hiato.”

Não só os fiéis seguidores das boas bandas de shoegaze e post-rock se deixaram cair nas graças da Alles Club. Segundo Mr. Lopes, o álbum ganhou resenhas elogiosas no exterior e, por isso, vai sair do mundo virtual do streaming. “Recebemos o convite para lançar o disco em vinil por um selo americano, o Custom Made Music, e fechamos o contrato. Devemos receber uma tiragem para vender lá pelo meio do ano. E foi tudo pela internet, circulando entre a comunidade shoegaze, que é bem ativa. Lançar o álbum foi um marco para nós.”

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