Site icon Tribuna de Minas

Projeto ‘ABC do Patrimônio’ faz homenagem a Juiz de Fora de A a Z

PUBLICIDADE
Série homenageia personalidades, locais, obras de arte e a arquitetura de Juiz de Fora                                                  Foto:Reprodução

São vários os personagens, obras de arte, locais e arquitetura que representam a História (com H maiúsculo) de Juiz de Fora, e alguns deles estão no projeto “ABC do Patrimônio de Juiz de Fora”, do designer e artista de lettering Leopoldo Lima. Ele tem publicado desde 16 de setembro em seu perfil no Instagram (@letrasdoleo) uma série de obras que reúnem tipografia, design e fotografia para relembrar personalidades e histórias da cidade a partir das letras do alfabeto.

Com sete publicações até agora, o “ABC do Patrimônio de Juiz de Fora” já homenageou Alfredo Ferreira Lage e Bernardo Mascarenhas, o Cine-Theatro Central, o artista plástico Dnar Rocha, a Estrada União e Indústria, a Estação Ferroviária localizada no Centro da Cidade e o Museu Mariano Procópio por meio da escultura “Guerreiro Gaulês”, de Émile Louis Picault.

PUBLICIDADE

De acordo com Leopoldo, a ideia de realizar a série surgiu no fim do ano passado, a partir do desejo de “fazer algo novo”. “Como gosto de estudar tipografia, comecei a pesquisar a parte técnica (o desenho das letras) e quis unir esses estudos com algum tema para prática a composição gráfica. Fui afunilando as ideias”, explica.

Formado em design gráfico, Leopoldo também desenvolve trabalhos ligados ao lettering. Foto: Reprodução

Pesquisa

A princípio, ele tinha pensado em fazer o “ABC da música brasileira”, homenageando artistas do país inteiro, mas decidiu deixar esse projeto para 2021 e se dedicar, primeiramente, à cidade. Com a iniciativa definida, o primeiro passo foi pesquisar para definir quem seria homenageado a cada letra do alfabeto.

PUBLICIDADE

“Levantar a história de Juiz de Fora de A até Z foi um desafio muito grande, foram quase nove meses de trabalho que incluiu pesquisar as personalidades, o acervo dos museus, e depois veio a pesquisa da parte visual. Fui até alguns museus para fazer fotos, consegui acervos na internet. A etapa seguinte foi quebrar a cabeça desenhando, vendo como se encaixavam”, relembra.

A criação das imagens foi um desafio à parte, incluindo adequar as produções à tipografia de cada letra, ou vice-versa, e ainda encontrando outras soluções criativas. “A letra C, do Cine-Theatro Central, deu mais dor de cabeça. No início seria a fachada, mas a letra C é ‘redonda’ e o prédio é ‘quadrado’. Foram alguns meses quebrando cabeça; então, olhando meu acervo, encontrei uma foto que fiz lá um dia que resolveu o problema.”

PUBLICIDADE

“Algumas tipografias foram desenhadas por mim, outras baixei em sites de fontes e fiz os ajustes necessários, como na letra A, para ‘encaixar’ a mão do Alfredo Ferreira Lage. No caso do Dnar Rocha, não fiz nada de mais, já tinha feito o retrato e coloquei a cor branca para dar mais destaque”, acrescenta. “Em outras letras, fui pegando a paleta de cores do lugar para tentar ver o que ficava harmônico.”

Foto: Reprodução

Sem ‘estrangeiras’

A série ainda não está fechada. A letra Z, por exemplo, ainda está para ser definida, e também podem ser feitas mudanças de última hora. A letra O foi recentemente mudada por causa de uma reportagem recente da Tribuna sobre os 70 anos da televisão, e o homenageado passou a ser Olavo Bastos Freire, responsável pela primeira transmissão de TV no país. Outra decisão de Leopoldo foi não utilizar as antigamente chamadas “letras estrangeiras” K, W, e Y.

PUBLICIDADE

O artista adianta, ainda, alguns dos futuros homenageados, como a pintora Maria Pardos, o acervo da época do Império do Museu Mariano Procópio e a empresa Pantaleone Arcuri – além dos cavalos de Cândido Portinari na fachada do Edifício Clube Juiz de Fora, no Centro, que estarão presentes na letra H. “Algumas letras podem ter mais de um homenageado, mas ainda não me decidi”, observa.

Mercado em expansão

Leopoldo Lima é formado em design gráfico pelo Centro Universitário Estácio de Sá e trabalhou em projetos como o “Tipo no muro”, do coletivo Tipo Assim, que homenageava grandes nomes da tipografia com obras em muros da cidade utilizando a técnica dos caligramas (que usam as letras para formar rostos de pessoas). Outra iniciativa da qual participou foi o projeto #EuAmoJF, que homenageou em 2017 os 167 anos da cidade.

“Eu tenho interesse pelo lettering desde a época do ensino médio, ficava observando e percebia que as letras tinham alma. E passei a me interessar ainda mais na faculdade, quando nos aprofundamos no estudo da tipografia”, conta. “Foi na época que surgiu o ‘boom’ do lettering no Brasil, mas ainda era mais como uma atividade para relaxar. Depois fui pegando mais habilidade e técnica, e passei a fazer disso uma profissão.”

De acordo com Leopoldo, o país conta com ótimos artistas no setor, que tem crescido. “O mercado tem crescido muito porque as empresas querem alguém com tempo, habilidade e carinho para criar, ainda mais que vai na contramão da tecnologia de só comprar pela internet uma tipografia já pronta”, acrescenta, lembrando que recentemente fez o lettering para uma barbearia na cidade. Leopoldo também faz quadros personalizados, bastando o cliente enviar a frase desejada, e pensa em transformar a atual série em quadros que possam ser vendidos.

Exit mobile version