Igor Silveira nasceu em Santos Dumont, mas é em Juiz de Fora que o artista vem concentrando esforço para conquistar seu lugar ao sol na arte. Mas nem por isso ele esquece de suas raízes: é o que pode ser conferido no single “Pisa na terra”, que o cantor e compositor lançou em 27 de dezembro nas plataformas de streaming. Produzida pelo próprio artista, a música tem a participação do duo Arcanjos, formado por dois conterrâneos de Igor: Amanda Amaral e Gabriel William.
Gravada em apenas um domingo de setembro pelo trio no Bairro Ponte Preta, na Zona Rural de Santos Dumont, o single marca o primeiro registro sonoro do trio, mas a amizade é antiga, pois os três já estudaram juntos durante a adolescência e já dividiram alguns palcos por aí. Aliás, foi assistindo a um show dos Arcanjos em JF City, ainda em 2018, que Igor Silveira teve o estalo para criar “Pisa na terra”, com um clima de memória afetiva ligada à infância.
“Como os próprios Arcanjos dizem, o show deles tenta reunir todas as possibilidades do que pode ser um abrigo. Essa sensação de aconchego é muito perceptível na performance e nas letras das músicas, que trazem elementos de simplicidade, como o cheiro do café sendo passado ou a fruta que a gente colhe no pé, elementos estes que fizeram flertar os meus sentidos numa onda sinestésica”, explica. “Lembro que tudo isso evocou minha infância, que passei na casa de minha avó, que tinha um jardim na frente e um quintal enorme atrás. Tinha árvore para todo canto, fruta, bicho, inseto. E isso me trazia uma paz inebriante, que foi revisitada na minha escrita da canção.”
Quanto a trabalhar com amigos de longa data, Igor é só elogios a Gabriel e Amanda. De acordo com ele, a dupla consegue transmitir o que considera “uma calma e uma liberdade no jeito de estar vivendo o momento, coisa que eu admiro e busco também”. Para o artista, isso pode ser observado nas canções do Arcanjos e na gravação com a dupla.
“Nós passamos um diazinho inteiro na Ponte Preta para fazer as gravações, e tive comigo o desafio de liderar o processo de coordenação do que precisava ser feito. A hora de gravar o vocal de um, de outro, quais notas cantar aqui e ali. Na verdade, foi um desafio de dificuldade quase zero, pois isso, para mim, é estar num parque de diversões, e a entrega que os dois tiveram para a música facilitou tudo e me ajudou a crescer como produtor.”
Mais projetos para 2020
“Pisa na terra” não é a primeira experiência fonográfica oficial de Igor. Ainda no início de 2019 ele já havia lançado o EP “Sozin”, do qual também foi o responsável pela produção. O cantor considera esse trabalho fruto de uma vontade juvenil, pois desde quando começou a escrever as primeiras canções, aos 14 anos (agora ele tem 23), já tinha a vontade de lançar um álbum. “O ‘Sozin’ foi a convergência de um empenho criativo em fazer acontecer esse projeto, mesmo sem os recursos mais óbvios de produção musical, que são um estúdio, vários músicos, um produtor etc. Ali está impresso meu primeiro registro como produtor, instrumentista, cantor, arranjador e compositor. Gosto muito de como trabalhei todo esse processo numa onda intuitiva de aprender enquanto se faz”, relembra, acrescentando sentir uma evolução em seu novo trabalho.
“Eu sinto com ‘Pisa na terra’ um crescimento absurdo no entendimento estético sobre como chegar aos melhores resultados que posso ter em uma criação minha. Acho a vibe da música complementar ao ‘Sozin’ na resolução sonora, de forma que ela é quase um complemento ao que já foi feito, só que mais bem gravada e produzida”, acredita.
Depois de lançar o single, Igor Silveira já tem outros planos em andamento para 2020. O primeiro deles é o lançamento, até o fim do mês, do videoclipe de “Pisa na terra”, com direção de Vitória Kan e Emilainy. “Já penso em explorar mais criações audiovisuais ao longo do ano, pois vejo nelas um campo megafrutífero de soma para minhas piras musicais”, anima-se. No campo estritamente musical, o cantor e compositor trabalha no próximo álbum, também produzido de forma caseira, que deve ser lançado até o final do primeiro semestre.
“Quero muito continuar fazendo shows aqui em Juiz de Fora, mas também levar essas minhas músicas e meu show para outros cantos do Brasil, conhecer gente nova e ampliar minhas possibilidades artísticas e profissionais. Fazer essas músicas chegarem no número máximo de pessoas possível é o que mais quero, e estou muito confiante e motivado em trabalhar por isso.”