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Cantor juiz-forano Carlos Júnior participa do “The Voice Brasil”

the voice carlos junior
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Carlos Júnior durante sua apresentação no The Voice Brasil (Foto: Isabella Pinheiro/GShow)

Imagine ter uma notícia feliz e não poder contar para ninguém. E não apenas por meia hora, um dia, mas semanas que parecem não ter fim. E ainda surpreender muita gente quando todo mundo fica a saber. É o que aconteceu com o cantor juiz-forano Carlos Júnior. O artista, radicado há mais de uma década em São Paulo, mas com fortes ligações com sua terra natal, manteve segredo sobre sua participação no “The Voice Brasil”, reality show da TV Globo, até a última terça-feira (3), quando foi selecionado para participar do time de Carlinhos Brown, um dos jurados. Este, porém, foi o primeiro passo, pois ele terá de enfrentar outras eliminatórias para – quem sabe – ser o vencedor da edição 2020, que será revelado apenas em dezembro.

A classificação veio com emoção. Por causa da pandemia de Covid-19, a produção do “The Voice Brasil” tem seguido os protocolos de segurança, e com isso Carlos estava em seu quarto do hotel e ouviu várias vezes participantes que se apresentaram antes chegando e comemorando a classificação. Quando chegou sua vez de ir ao estúdio no Projac, no Rio de Janeiro, o alívio e a alegria se deram apenas nos derradeiros segundos dos menos de dois minutos que tinha para se apresentar. Ele foi escolhido por Carlinhos Brown – que até pediu desculpas pela demora por reconhecer a qualidade da voz de Carlos.

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Dois minutos da vida

Foto: Isabella Pinheiro/GShow

Na chamada “audição às cegas”, em que os “técnicos” ficam de costas para o intérprete, o juiz-forano defendeu “Fim de tarde”, sucesso do cantor Péricles, escolhida a partir de uma lista que ele apresentou à produção do reality show. “Acho que foram os dois minutos da vida, pois você está cantando e tentando mostrar a voz e convencer alguém que está de costas pra você”, conta Carlos Júnior, que conversou com a Tribuna na manhã desta quarta-feira (4). “A emoção é mais forte porque não é uma audição qualquer, é o sonho de divulgar a sua música e celebrar a carreira, enquanto tenta convencer uma daquelas feras a apostar comigo no meu trabalho.”

Ele lembra ainda do nervosismo de não poder ver a reação dos jurados _ além de Carlinhos Brown, participam Lulu Santos, Michel Teló e IZA. “Estamos acostumados a cantar de frente para o público, ver a reação da plateia, e ali você não recebe o feedback imediato, ainda mais que o Brown apertou o botão apenas nos segundos finais. Mas o que fica é um sentimento profundo de gratidão por proporcionar a mim uma oportunidade que tanto desejava, um alívio profundo. Mesmo que não acontecesse nada, já teria vencido um desafio pessoal. Ter um grande artista reconhecendo meu trabalho só me deixa ainda mais agradecido.”

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The Voice em segredo

Outro desafio para Carlos e seus pais (que puderam assistir à apresentação por meio de um link) foi ter que guardar a notícia por tanto tempo, pois sua participação havia sido gravada há algumas semanas. “Toda minha família está em Juiz de Fora. Meus pais tinham muita vontade de poder contar para todo mundo, pela alegria de viver e compartilhar esse momento”, relembra Carlos, cuja participação foi exibida apenas no último dos seis programas das audições às cegas. Com a exibição na TV, amigos e parentes não pararam de procurá-lo e comemorar na internet. “Meu celular não parou, nas redes sociais foi uma reação em massa. Colegas da época da escola, do coral, que conheciam meu caminho, ficaram felizes por me ver participar de um programa que valoriza tanto a voz. Os grupos da família estão bombando de alegria e felicidade.”

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Longo caminho

Passar pela audição às cegas foi o primeiro passo de Carlos Júnior no reality show. Agora, ele faz parte de um dos 64 cantores (16 por time) que tentarão vencer o programa. Eles serão orientados e receberão dicas, críticas, orientações dos respectivos treinadores, incluindo técnicas de interpretação e voz, entre outras. E será o treinador de cada time que escolherá a dupla de seus “pupilos” que vai interpretar a música escolhida por ele para as batalhas, que serão eliminatórias. Carlos destaca que a batalha será ainda mais difícil, porque a orientação será feita de modo remoto, dentro dos protocolos impostos pela pandemia.

A participação no “The Voice Brasil” é mais um passo na carreira de Carlos Júnior, que comemora 31 anos em dezembro e está ligado à música desde a infância. “Naquele momento em que a família começa a pensar nas atividades extracurriculares dos filhos, como natação ou outra atividade esportiva, eu já tinha um brilho nos olhos pela música, e minha mãe percebeu isso.

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Minha iniciação musical foi aos 5 anos. O primeiro instrumento foi um teclado, depois passei para o violão”, conta.
Mais tarde, aos 10 anos, ele começou a estudar no Conservatório Estadual de Música, onde ficou por sete anos, além de ter circulado pela Escola Pró-Música. Ele lembra ainda dos anos no Coral do Colégio Academia. “Participei do coral dos 9 até os 16 anos, e foi onde tive minha maior imersão musical. Viajamos por todo o estado e vários lugares do Brasil, e até mesmo pelo exterior. Isso me enriqueceu na parte musical e cultural, fiz amigos que me acompanham até hoje. Foi lá que vi que seria na parte vocal que iria me desenvolver na música, que cantar era o que me mobilizava mais.”

Foto: Isabella Pinheiro/GShow

Canto lírico

Aos 12 anos, Carlos Júnior ganhou o festival de música ‘Canta criança’, que era uma parceria entre a UFJF e uma emissora de TV local, e foi a partir daí que surgiram convites para cantar em eventos sociais diversos, ainda de forma precoce, pois era menor de idade, com cuidado pra não atrapalhar os estudos. Mas foi em São Paulo, para onde se mudou aos 18 anos, que sua carreira passou a ter um rumo mais definido. Carlos foi para a capital paulista a fim de estudar música na USP, instituição em que se graduou em canto lírico. “Mas esta não é a área em que me desenvolvi, acabei investindo na canção popular e no teatro musical”, ressalva, lembrando que participou do elenco do musical “O Rei Leão” entre 2013 e 2014.

Carlos Júnior tem desenvolvido desde então sua carreira solo dentro da música popular, transitando nos mais variados estilos musicais. “Sou muito influenciado pela soul music e R&B, mas em meus shows procuro fazer apresentações temáticas, seja no pop, clássicos da MPB, sertanejo e pagode, que sempre ouvia muito na casa de meus pais. Mas o que mais gosto de cantar é sobre o amor, que é o sentimento que mais mexe com o cantor.”

É sobre o amor, aliás, que trata o single “Tô nem aí”, lançado por ele em junho nas plataformas de streaming e que também ganhou videoclipe em seu canal no YouTube. Com sua produção autoral e a participação no reality show, ele espera conseguir a sonhada exposição. “O artista independente busca a máxima visibilidade e alcance, dependemos disso. Independente do resultado, o programa dá chance de reconhecimento, valorização, e espero com essa exposição mostre para mais pessoas que canto, que vivo disso, que essa é minha verdade. A expectativa é poder, a partir do programa, colher mais frutos daquilo que entendo que é muito gratificante pra mim, que é uma aposta de muitos anos não só minha, mas de meus pais também.”

Por isso mesmo, ele sonha com o dia em que poderá voltar a se apresentar em sua terra natal. “Meu desejo é poder fazer o caminho de volta, apresentar aos meus familiares e amigos o que tenho feito aqui. Essa apresentação no ‘The Voice Brasil’ tem muito do que vivi e aprendi em Juiz de Fora, todo meu alicerce artístico e cultural vem daí. Se não fossem os projetos artísticos da cidade, o coral, sem sombra de dúvida não estaria nesse palco. O apoio e o incentivo das pessoas foram muito importantes para chegar até aqui.”

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