Site icon Tribuna de Minas

Estudantes de JF participam de ações pelos 30 anos do ECA

PUBLICIDADE

Mais de 20 estudantes, professores e jovens de Juiz de Fora participam de uma iniciativa em comemoração aos 30 anos – completados no último dia 13 – do decreto que criou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Todos eles enviaram vídeos com poesias sobre o assunto ou que tenham alguma ligação com o tema da criança e do adolescente para o projeto “ECA 30 anos _ Versos & ReVersos”. A iniciativa é organizada por Francisco Cesar Rodrigues, superintendente de desenvolvimento do Projeto Guri, destinado ao ensino musical para crianças, adolescentes e jovens em cerca de 300 municípios do estado de São Paulo. Os vídeos dos juiz-foranos começaram a ser publicados no último dia 20 e podem ser assistidos nos perfis de Francisco no Instagram e Facebook.

A partir de sua experiência pessoal, a Poeta Tay participou da série de vídeos sobre os 30 anos do ECA (Foto: Reprodução)

Francisco – que também é um dos idealizadores e organizadores do Slam Viral – trabalha na área social, em especial com crianças e adolescentes, desde 1989 – antes do Estatuto existir -, e destaca que a luta é contínua, um dos motivos para a ideia da ação virtual. “A cada 13 de julho, sempre temos várias manifestações, que aumentaram com as redes sociais. Agora que todos ficamos confinados a essas redes (por causa da pandemia), decidimos por essas interações com o pessoal dos slams, que dialoga com a juventude e é um canal potente, em especial com os jovens da periferia”, justifica. “Resolvi então dar ênfase às crianças e adolescentes como protagonistas para falarem do ECA, seus direitos, de preferência de forma poética. Para isso, converti minhas páginas particulares durante o mês a fim de dar visibilidade a essas ações.”

PUBLICIDADE

O superintendente usou as redes sociais para divulgar a iniciativa, de forma a ampliar a participação. “Alguns jovens engajados já haviam me enviado poesias, aí trouxe adultos que participaram desse processo de discussões e implementação do Estatuto, mas sempre com o maior espaço para crianças e adolescentes. E o Éric, que trabalha com os slams em Juiz de Fora, resolveu juntar com as comemorações enviando os vídeos. A galera participou, tanto crianças quanto adolescentes, jovens e adultos.”

‘Poesia também pode ser um trabalho’

De acordo com Éric Meireles de Andrade, a Confraria dos Poetas recebeu um total de 27 vídeos de estudantes, professores e outros jovens de Juiz de Fora num espaço de menos de duas semanas de mobilização, dos quais 24 foram enviados _ três deles tiveram problemas de documentação e não puderam participar. “Fizemos a campanha e buscamos parcerias com o Conselho Tutelar da Região Leste e o Conselho da Juventude. Conseguimos também uma parceria comercial com a Pizzaria São Bartolomeu, que deu 20 pizzas tamanho família para os 20 primeiros que enviaram o vídeo. Não deixa de ser uma forma do jovem mostrar aos pais que aquela poesia rendeu resultados, que poesia também pode ser um trabalho”, destaca.

PUBLICIDADE

Éric explica ainda que a poesia não precisava ser inédita e ser exatamente sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas tinha que ter alguma relação com o debate sobre os 30 anos do ECA. “Fico muito feliz com a participação dos jovens, e também dos professores, artistas. É bom você ver as críticas (ao ECA), entender as limitações e as potencialidades do Estatuto para proteger as crianças e a necessidade de implementá-lo em todos os lugares. É um desafio que o Brasil ainda não conseguiu cumprir.”

DG MC também deu sua contribuição para a iniciativa, que tem 24 poetas juiz-foranos participando (Fotos: Reprodução)

Crítica construtiva
Para Éric Meireles, o poeta tem uma influência social muito forte, e esse tipo de iniciativa pode ajudar na conscientização da população quanto aos direitos de crianças e adolescentes. “O ECA tem que chegar a mais pessoas; quando você transforma o debate em arte, ele altera a percepção do poeta e da sociedade perante o tema. O artista vira um divulgador da temática, ajuda a conscientizar as pessoas sobre a situação da criança e do adolescente no Brasil, que tem um dos estatutos mais avançados do mundo. Com esses vídeos, incentivamos a diversidade, a pesquisa sobre o tema e a importância e a dimensão do Estatuto”, argumenta. “É importante podermos avaliar o que avançou ou não nestes 30 anos e, principalmente, a grande importância da campanha foi abrir mais espaço para crianças e adolescentes falando dos seus direitos e do ECA”, finaliza Francisco.

PUBLICIDADE

 

Exit mobile version