Site icon Tribuna de Minas

Alles Club apresenta parcerias com Chadas Ustuntas

PUBLICIDADE
Alles Club prepara um novo álbum de inéditas para 2023 (Foto: Júlia Gaione/Montagem de Pedro Baptista)

Pouco mais de um ano depois do EP “Emballage”, com releituras de músicas de nomes como Cocteau Twins e Suzanne Vega, a Alles Club lançou na última semana, nos principais serviços de streaming de música, o single duplo com as músicas “Andromeda” e “Oumuamua”, primeiras composições inéditas desde 2018, quando foi lançado o álbum “Décollage”. Chegou também ao canal do grupo no YouTube o videoclipe de “Andromeda”, produzido pelo ilustrador e animador juiz-forano Léo Ribeiro, atualmente radicado na Noruega. O novo trabalho chega aos ouvidos dos fãs da banda via midsummer madness, selo carioca conhecido por lançar álbuns de alguns dos nomes mais conhecidos do indie rock brasileiro, como Stellar, Pelvs, Low Dream, Pin Ups e Cigarettes, entre outros, incluindo os locais do Macintushie.
“No final dos anos 90, quando eu conheci as primeiras bandas indie do Brasil, foi pela midsummer madness. Fui a alguns eventos no Rio e comprei CDs do Stellar, Astromato, Pelvs, Cigarettes e do Fellini”, relembra o guitarrista Rodrigo Lopes. “Eu achava que a mm era o espaço que integrava bandas mais próximas daquilo que eu estava buscando fora do país. Foi nessa época que descobri Yo La Tengo, o shoegaze e Mogwai, por exemplo. Fiquei impressionado de ouvir tanta coisa boa. Sempre tive admiração pelo selo e pelo Rodrigo Lariú (criador do mm) e é uma honra imensa fazer parte.”

Olhe para cima

As duas músicas marcam uma parceria inédita entre o grupo e o compositor Chadas Ustuntas, a partir do esquema de composição tantas vezes utilizado pela Alles Club, na ponte aérea via internet entre Brasil e Suíça. Chadas enviou para Rodrigo Lopes, que vive atualmente no país europeu, alguns loops que havia produzido em seus sintetizadores analógicos. A partir desse material, Mr. Lopes criou e gravou os acordes de baixo e guitarras, e enviou de volta para este lado do Oceano Atlântico as linhas de bateria que foram gravadas por Bráulio Almeida.
“Eu geralmente gosto de fazer jams em cima de loops, principalmente quando componho no contrabaixo. Algumas músicas da Alles Club surgiram a partir de loops um pouco aleatórios. ‘Décollage’ e ‘Madrugada’ (do álbum ‘Décollage’), por exemplo, surgiram assim”, conta. “Deixei o loop rolando e criei o baixo por cima, que deu uma outra tonalidade no loop. A partir dessa ideia eu pedi para o Chadas fazer uns loops com os sintetizadores incríveis que ele tem. É um músico incrível que eu sempre admirei, de outra escola de música (ou outras escolas), e eu gosto disso. Ele acabou fazendo algumas coisas além dos loops, como algumas melodias e harmonias. Meu trabalho foi criar os baixos e guitarras em cima dos loops dele.”
Mr. Lopes conta, ainda, que foi por meio do show “Cosmophonia”, em que Chadas Ustuntas misturava imagens astronômicas com a música, que ele encontrou uma conexão entre a Alles Club e o trabalho do músico. “Eu já conhecia outros projetos dele e curtia, mas no ‘Cosmophonia’ eu vi um artista que trabalhava música instrumental com ambientes lindos, às vezes minimalista e usando muitos sons novos. Conversei com ele no final para pensarmos em uma parceria, que acabou vindo dois anos depois. A temática do espaço é desconhecida para mim, mas me pareceu bonita. Acho que a música da Alles Club é mais ar e espaço do que terra”, filosofa.
Parceiro de Rodrigo nas composições, Chadas é daqueles que acredita ser possível fazer música para cada uma das galáxias, mas escolheu Andrômeda pelo fascínio provocado por ela. “É o objeto mais distante e a única galáxia visível a olho nu. É bem curioso isso, porque nosso olho humano não consegue ver outro objeto com tanta distância assim. É uma galáxia gigantesca”, diz ele no material de divulgação do single duplo. Já “Oumuamua” foi inspirada em um evento que abalou a comunidade astronômica, quando um objeto celeste – que recebeu o nome de Oumuamua (“mensageiro de muito longe que chega primeiro”, em havaiano) -, com cerca de 800 metros de comprimento e 80 metros de largura, foi descoberto ao atravessar nosso sistema solar em 2017.

PUBLICIDADE

Álbum novo em 2023

No caso da dobradinha “Andromeda/Oumuamua”, Rodrigo Lopes foi o único membro da Alles Club que participou das composições e gravação. Mas ele adianta que o sexteto segue trabalhando no segundo álbum, inicialmente previsto para o primeiro semestre deste ano mas que ficou para 2023. “Esse futuro álbum tem muita coisa de todos os integrantes da banda; gravamos muita coisa juntos já, e vamos gravar outras ainda, presencialmente e à distância, cada um gravando os instrumentos em separado. As músicas já estão compostas e agora temos que continuar as gravações dos arranjos. Funciona bem assim, mas leva mais tempo de idas e vindas. Agora em julho faremos um show juntos em Juiz de Fora, no Muzik, e teremos a oportunidade de trabalhar um pouco mais no nosso material.”

 

PUBLICIDADE

 

Exit mobile version