A continuidade dos restauros permanece sendo o principal desafio do gestor do Museu Mariano Procópio nos próximos quatro anos. Segundo o atual diretor da instituição, Antônio Carlos Duarte, esse já era o desafio em 2017, quando assumiu o cargo, e continuará sendo até a reabertura total dos prédios, cuja data ainda é incerta. Presidente do Conselho de Amigos do Museu, Duarte assegura que ainda este mês será realizada a reunião do grupo para a elaboração da lista tríplice que será enviada à prefeita Margarida Salomão, responsável por definir o nome que comandará a fundação nos próximos quatro anos.
“O museu depende, ainda, de projetos, obras e recursos. Depende de uma conjuntura do país, mesmo. Muitos dos trabalhos são terceirizados, precisam ser autorizados nas três esferas de proteção – tanto municipal quanto estadual e federal –, e é uma obra muito especializada. Um prédio tem quase 160 anos, com determinada técnica de decorativismo e construtivismo. O outro é quase centenário. Estamos sempre buscando a reabertura. É uma realidade nacional sabidamente difícil, na área cultural e na área de museus”, lamenta o atual diretor, que dá, a partir desta semana, mais um passo rumo ao projeto de reabertura, com a restauração de dez oratórios e sete lanternas de procissão da coleção de Alfredo Ferreira Lage (1865-1944), fundador do museu.
A revitalização, avaliada em mais de R$ 100 mil, será realizada com recursos do Ministério do Turismo, por intermédio do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e durará um semestre. “Será avaliada a situação da madeira, da pintura e, em função disso, essas peças serão restauradas. São peças inteiras, em bom estado, mas precisam estar prefeitas”, indica Duarte, apontando que o conjunto estava entre as prioridades elencadas pela equipe técnica da instituição e sucedem a restauração de pinturas e porcelanas. De acordo com o diretor do museu, profissionais especializados de uma empresa de São João del-Rei farão o trabalho.
A pandemia como imprevisto
Antônio Carlos Duarte, que também assumiu a direção do Museu Mariano Procópio entre os anos 1997 e 2004, avalia positivamente os últimos quatro anos para a instituição. “Ouve uma caminhada, conseguimos continuar a restauração do Castelinho. É todo um trabalho feito. Esse ano que passou tivemos o imprevisto da pandemia”, observa, ressaltando a reabertura da Galeria Maria Amália, só fechada por conta da crise sanitária.
Duarte também comemora o restauro do chafariz da Escola Agrícola União e Industria, em fase final. A peça, cuja inauguração se deu com a presença de Dom Pedro II, em 1869, foi revitalizada com recursos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ao custo de R$ 76 mil. Questionado sobre seu interesse em permanecer à frente da instituição, o atual diretor desconversa. “Por enquanto não tenho posição”, diz, afirmando não ter conhecimento de conversas de bastidor para a definição da lista tríplice.