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Funalfa retoma proposta para troca de livros no Centro de Juiz de Fora

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Projeto Compartilhe a Leitura, da Funalfa, permite que pessoas doem e peguem livros gratuitamente, no Parque Halfeld (Foto: Leonardo Costa)

Hosseyn de Andrade Shayani admite ser um devoto do poder da partilha e um leitor ávido. Administrador e professor, ele, que mora em Juiz de Fora há 30 anos, vem desenvolvendo projetos que têm como principal objetivo o incentivo à leitura. Mas não apenas aquela leitura isolada, na penumbra de um quarto. A leitura compartilhada, em praça aberta. É isso, por exemplo, o que ele busca fazer no projeto Aulas Virtudes JF, em parceria com escolas da cidade, em que as crianças são convidadas a conhecer e se debruçar sobre os livros de maneira lúdica.

Em 2019, ele conheceu um projeto da Funalfa em que pessoas poderiam doar livros e outras pegá-los bem ali no Centro da cidade, no Parque Halfeld, em frente à sede da fundação. Naquela época, no entanto, ele não conseguiu doar os livros à casinha laranja instalada com o nome de Compartilhe a Leitura. E doar livros é ação rotineira para Hosseyn, que carrega diversas edições em seu carro exatamente para isso.

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A Funalfa, então, divulgou, na semana passada, o retorno desse projeto. Neste ano, a casinha, que continua laranja, se apresenta maior, rearranjada, pronta para receber e entregar novos livros. Como uma biblioteca ao ar livre, as regras são: pegue um livro quando quiser; deixe outro quando puder; e mantenha a caixa sempre cheia de histórias, impressas bem à vista na casinha. Ou seja: é a própria população que mantém a casinha.

Hosseyn aproveitou o primeiro dia do ano para doar oito livros. “Quando eu vi que retornou, decidi ir. Já tenho tanto livro, pensei que seria interessante essa troca.” Ele selecionou os mais variados: história infantil, espiritualidade, poesia, inclusive um do juiz-forano Ícaro Renault. “Um pouco de tudo”, resumiu.

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Assim que deixou os livros, encontrou duas senhoras curiosas em saber do que se tratava aquela casinha. Ele, então, conta que conversou com elas e falou sobre o projeto. Na mesma hora, uma pegou um dos livros alegando que doaria a uma sobrinha, e afirmou voltar em outra hora para doar tantos outros. Hosseyn acredita que é assim que o projeto vai se desenrolando: na medida em que pessoas vão colocando ali os livros, outras tantas vão pegando e deixando cada vez mais edições. Ele tenta ajudar a continuação dessa roda através das redes sociais, em que compartilhou fotos do dia em que foi doar e convidou diversos amigos a fazerem o mesmo. Através da #CompartilheaLeitura essas fotos ficam concentradas.

Professor Hosseyn aproveitou o primeiro dia do ano para doar oito exemplares ao projeto (Foto: Arquivo Pessoal)

Por outras praças

Escolher o Parque Halfeld para ser o primeiro lugar a receber o projeto não foi à toa. É um ponto central, com grande circulação de pessoas, que, por isso, atrai muito os olhares. Mas Hosseyn confessa que seria um sonho ter a casinha espalhada por outras praças da cidade, sobretudo fora da região central. “A praça é um espaço para todos nós. E a gente precisa ocupá-las para que elas não se deteriorem.”

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O professor considera que, ao mesmo tempo que esse tipo de projeto ajuda na ocupação das praças, ele influencia e populariza o acesso à leitura, o principal objetivo do Compartilhe a Leitura. É dessa forma que mais pessoas têm acesso a diferentes exemplares e conseguem conhecer as novas histórias. Ele ainda pontua que são os livros infantis que costumam ser os mais procurados, o que, para ele, é benéfico. “Eu penso que a importância de tudo isso está mesmo na leitura em conjunto. Mas o ponto principal é que é através da leitura que se tem um senso mais crítico, que se começa a questionar e a entender o mundo”, finaliza.

Leitura desde criança

Pedagoga Maisa Colombo afirma que os pais são fundamentais para introduzir a leitura na rotina das crianças (Foto: Divulgação)

Ainda nesse ensejo de incentivar a leitura, principalmente entre as crianças, a pedagoga da Estácio Maisa Colombo afirma que são os pais os principais responsáveis por inserir o hábito na rotina dos filhos. “Os pais devem estimular o interesse por livros quando a criança ainda é bebê, utilizando livros de banho ou pano, pois, além de uma forma de atenção e carinho, contribui para desenvolver o hábito da leitura na criança”, afirma.

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Além de ser importante para o senso crítico, como Hosseyn pontuou, a pedagoga reitera que a leitura estimula a afetividade e criatividade, o que acaba diminuindo a ansiedade. Mas é importante, na hora de escolher o livro, levar em conta não apenas a idade, mas o desenvolvimento psicológico das crianças.

Para aproveitar que no próximo sábado (7) é comemorado o Dia do Leitor, Maisa dá dicas de como começar a inserir os livros na rotina das crianças:

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