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Espetáculo ‘Pequena’ reestreia em Juiz de Fora com novo elenco

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Submetida ao papel de dona de casa, Laura (Gabi Guarabyra) agora precisa lidar com o desejo de marido de ter filhos - algo que não está em seus planos (Foto: Daniela Souza/Divulgação)

Ser mulher em uma sociedade em que o machismo está enraizado em todos os níveis não deve ser fácil. O abuso, o assédio, a desvalorização, a cobrança, os preconceitos, são vários os motivos para carregar cicatrizes físicas e emocionais. Esse cotidiano desigual e opressivo é o mote do espetáculo “Pequena”, do grupo teatral Coletivo Feminino, que reestreia nesta sexta-feira (4), às 20h, no Espaço OAndarDeBaixo, com apresentações ainda nos dias 11 a 13 da próxima semana, no mesmo horário e local.

A peça, que tem dramaturgia e direção de Gabi Guarabyra, surgiu como desdobramento de uma cena curta apresentada em 2017 no festival InventaInCena e estreou em março deste ano no próprio OAndarDeBaixo. Depois ainda foi apresentada na Regaliz e no Festival Fofocarte, em Barroso. Agora, para sua nova temporada, o espetáculo chega com diversas mudanças.

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“O texto original foi escrito para quatro personagens, mas as outras atrizes que estavam na peça queriam seguir outros caminhos. Sou a única que restou do elenco original, então montamos o trabalho com a Beatriz Lira e Cibele Sales. Por conta disso excluímos uma das personagens, o que permitiu desenvolver melhor as histórias das outras três. Como o tempo era pouco, tínhamos que abrir mão de alguns detalhes, e agora o público pode se aprofundar melhor nos dramas de cada uma”, explica Gabi.

“Pequena” apresenta em suas três histórias um pouco do duro cotidiano de três mulheres diferentes, que seja no berço, seja na idade adulta, estão cercadas pelo machismo institucionalizado da cidade, enfrentando assédio, abuso psicológico e sexual, distúrbio alimentar e pressão estética, entre outros dramas – porém, o objetivo não é direcionar o espetáculo para o público feminino, apenas, e sim mostrar as dores do ser humano.
“Laura, a minha personagem, sofre basicamente a pressão da mulher que precisa estar no lar, o estereótipo da dona de casa, submissa ao marido e aos padrões sociais”, adianta a artista. “Ela era submissa ao pai, casou muito nova, aos 20 anos, conheceu o marido aos 15 e agora se vê num embate com o marido, pois ele quer ter filhos, e ela não.”

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Débora, personagem de Cibele Sales, vive situação diferente. “Ela é uma estudante de administração que foge da casa dos avós quando era jovem, pois eles a proibiram de fazer a faculdade. Pois é lá que ela se encontra com um professor que começa a abusar dela; diz que quer casar, sendo que faz isso com várias estudantes”, detalha. “Já a Mariana (Beatriz Lira) é uma bailarina, e com ela trabalhamos a questão estética do corpo que a mulher precisa ter. Ela tem vários problemas psicológicos por conta dessa pressão, entre eles distúrbio alimentar.”

O embrião da peça surgiu em 2017, num momento em que o país vivia um contexto social e político diferente, ainda que alguns setores conservadores e o machismo institucionalizado eventualmente ameaçassem tentar impor sua visão de mundo. Por conta disso, Gabi acredita no teatro como ferramenta de transformação social num momento em que tudo parece ter mudado para pior. “O teatro é uma forma de se comunicar com o público, passar uma mensagem que é superimportante. Na época, já recebíamos respostas sobre a importância de discutir o machismo e a misoginia. É importante, porém, tentar educar o público sem ser panfletário; entender que a gente, como artista, não tem a verdade absoluta, mas que é importante colocar nossa opinião sobre isso.”

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PEQUENA
Dias 4, 11, 12, e 13 de outubro, às 20h, no Espaço OAndarDeBaixo (Rua Floriano Peixoto 37 – Centro)

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