Um acordo homologado pela 5ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora na última semana, entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a indústria farmacêutica Medquímica, com sede na cidade, prevê o repasse de R$ 100 mil para o Fundo de Apoio ao Museu Mariano Procópio (Famapro-MP). O documento é resultado de uma Ação Civil Pública ajuizada em 2008, que apurou possíveis danos ambientais gerados por um empreendimento da empresa no Bairro Granjas Betânia.
Segundo nota da assessoria de comunicação do Ministério Público, no termo de compromisso, firmado entre a iniciativa privada e o Poder Público, a indústria compromete-se a realizar o descomissionamento da área, com a retirada das instalações de tratamento de efluentes, além de monitorar a antiga área por ela ocupada na Zona Nordeste de Juiz de Fora. A empresa também deverá apresentar estudo elaborado por hidrogeólogo, examinando a existência de nascentes no local e, caso constate a perenidade de eventual nascente, precisará promover a recuperação da área de preservação permanente e da própria fonte.
Questionada sobre a destinação dos recursos, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Juiz de Fora afirmou ter sido comunicada informalmente e que a direção do museu aguarda notificação para desenvolver um planejamento para a verba. A Tribuna entro em contato com a empresa Medquímica, mas não obteve resposta.
O museu: breve histórico
Fechado para reformas desde 2008, o Mariano Procópio teve reaberta sua Galeria Maria Amália em 2016. Ainda encontram-se em revitalização a Villa Ferreira Lage e salas do prédio anexo. Construído a pedido de Mariano Procópio para servir ao imperador Dom Pedro II, o casarão é rodeado por um extenso jardim, hoje em grande parte aberto ao público. Fundado por Alfredo Ferreira Lage em 1915, o museu abriga um dos mais importantes acervos do Brasil imperial.