Um lugar que um dia já foi sonho, hoje é um espaço voltado aos sonhos de outras pessoas. Foi inaugurado, na antevéspera da virada do ano (30), o Instituto Sandumonense de Arte e Cultura (Isaac): um ambiente que visa a fortalecer a arte e a cultura de Santos Dumont, município distante cerca de 50 quilômetros de Juiz de Fora. Ele é fruto da Companhia Artística Sandumonense (Comparsa), que já nasceu, em maio de 2022, unindo os produtores, artistas e professores da cidade em prol da idealização desta casa. A proposta é ter na cidade um espaço de fortalecimento das uniões culturais, bem como possibilitar a formação de novos artistas e abrigar os espetáculos feitos tanto pela companhia como pelos novos alunos que chegam com o ano.
Já em fevereiro, inclusive, as aulas de teatro serão abertas, nas modalidades introdução, atuação e improviso. As matrículas abrem no dia 16, mas um formulário já está aberto com os horários e as aulas disponíveis, no Instagram. As aulas serão pagas, mas Álef Tavares, diretor artístico e coordenador pedagógico do espaço, adianta que as mensalidades serão acessíveis, já que a proposta é que a casa seja um lugar para todos.
Esse sonho começou a ser desenvolvido quando Álef, que é especialista em Práticas Pedagógicas, além de professor de teatro e integrante do Comparsa, teve uma experiência como residente do Teatro do Oprimido no Rio de Janeiro, em abril e maio do ano passado. Logo após esse período, com a cabeça fervilhando de ideias, ele se juntou com outros seis amigos para fundar o Comparsa. A proposta, já de início, era que dessa companhia surgisse um instituto. Mas, além disso, a ideia era que dessa junção saísse também um espetáculo, que vai ser o primeiro que o Isaac vai receber. Empenhados em fazer acontecer, a peça vai sair, a “Vale tudo”, um espetáculo de improviso com teor humorístico e o lema: “nada é combinado e tudo é possível”.
Todos os sete integrantes do Comparsa têm produção em Santos Dumont. Todos eles enfrentam as dificuldades que é viver e produzir arte em uma cidade do interior. “Mas nossa luta continua árdua, e a Comparsa surge justamente com a gana de criar as oportunidades que até agora ainda não temos”, garante Álef. De acordo com ele, o Isaac, além das aulas de teatro e do espetáculo “Vale tudo”, vai oferecer mais aulas e projetos gratuitos ou com taxas simbólicas. Aos poucos, essas informações vão sendo lançadas nas páginas do instituto.
A base de toda essa história é a educação. E, por isso, eles acreditam que o Isaac tem papel revolucionário. “Ele procura renovar o paradigma e o conceito de educação, de forma dialógica e menos hierárquica. Busca tornar a arte e a cultura, e a própria educação de qualidade, acessível a todas e todos, não só dispondo, mas convidando a fazer junto. Nós temos a visão de que a formação integral e humanista é um direito de cada pessoa, mas que infelizmente não é garantido de forma irrestrita e suficiente. Sonhamos com um mundo onde a garantia desse direito seja realidade, e lutaremos de todas as formas possíveis para que isso aconteça, em um processo que garanta à classe artística e aos profissionais da educação de nossa cidade atingir o máximo de suas potencialidades. Essa é a nossa revolução”, finaliza Álef.