Assim que começaram a subir os créditos de “Vingadores: Ultimato”, quem estava no cinema tinha não apenas que absorver o impacto de quase três horas de um filme que encerrou uma narrativa que reuniu 22 longas em pouco mais de dez anos, mas também pensar “e agora, o que a Marvel vai fazer? O que vai acontecer?”. Mas também não faltou o “coitado do Homem-Aranha”: afinal, é o Amigão da Vizinha o protagonista de “Homem-Aranha: Longe de Casa”, primeiro filme do MCU (Universo Cinematográfico Marvel) após “Ultimato” e que estreia nesta quinta-feira com a missão de encarar o impacto do maior filme de todos os tempos.
Pois a produção dirigida por Jon Watts, sem ter como fugir da responsa, está aí com um misto de altas e baixas expectativas. Por um lado, depois de toda a saga envolvendo Thanos e a Manopla do Infinito, a dupla morte do vilão e o sacrifício de Tony Stark e a volta de todo mundo que havia morrido em “Vingadores: Guerra Infinita”, era de se esperar que a nova aventura da parceria Marvel/Sony fosse uma espécie de interlúdio entre as Fases Três e Quatro do MCU. Porém, o chefão do Marvel Studios, Kevin Feige, declarou recentemente que “Longe de casa”, e não “Ultimato”, é o verdadeiro capítulo final da Fase 3, incluindo duas cenas pós-créditos que, segundo a crítica, vão deixar os fãs enlouquecidos.
Por outro lado, a Marvel jamais faria um filme apenas para “matar tempo”, e além das tais cenas pós-créditos, a história avança a jornada de Peter Parker (Tom Holland) em se ver como um herói no nível do Homem de Ferro e tantos outros. Aí, a expectativa dos fãs cresce, mais pela presença de alguns personagens importantes que pela trama em si, que aí sim busca não forçar demais a cabeça do público depois de tantas emoções.
“Longe de casa” se passa alguns meses depois dos eventos de “Vingadores: Ultimato”, que já havia dado um salto de cinco anos em relação a “Guerra Infinita”. Ou seja: estamos entre 2023 e 2024, com o mundo precisando lidar com o retorno repentino de metade dos seres vivos após o Hulk reverter o estalar de dedos de Thanos, sem esquecer os sacrifícios dos heróis. Também precisando se recuperar, o herói vê a chance de dar o descanso merecido quando surge uma oportunidade de viajar com seus colegas de escola para um rolê na Europa. Além disso, Peter acredita que será o momento ideal para conquistar o seu crush, a empoderada MJ (Zendaya).
Mas não será essa molezinha toda, claro. Quem aparece na área é Nick Fury (Samuel L. Jackson), que ao lado de Maria Hill (Cobie Smulders) tem lidado com quatro criaturas elementais ancestrais dispostas a dominar ou destruir o mundo – quando se trata de vilões genéricos, nunca se sabe muito bem o que esperar. O ex-manda-chuva da S.H.I.E.L.D. pretende que Peter Parker dê um jeito nos monstrengos com ajuda do enigmático Mysterio (Jake Gyllenhaal), que nos quadrinhos é um dos mais antigos inimigos do Homem-Aranha, mas que no longa aparece, a princípio, como um herói.
Apesar de não ter pedido para entrar nessa roubada, Peter Parker terá que lidar com a desconfiança de Nick Fury, que vê em Mysterio alguém mais preparado para a missão, que envolverá batalhas em cartões-postais como Londres, Berlim, Praga e Veneza. Pode-se esperar, então, mais uma passo na jornada de amadurecimento do Homem-Aranha, que desde a sua chegada no MCU sempre foi visto como um pupilo de Tony Stark.