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‘Army of the dead: Invasão em Las Vegas’: Um desperdício de boas ideias

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Novo longa de Zack Snyder, “Army of the dead” mostra grupo disposto a arriscar a sorte milionária contra horda de zumbis (Foto: Divulgação)

“Army of the dead: Invasão em Las Vegas” é mais uma prova de que Zack Snyder conseguiu algo raro em Hollywood: fazer o que quer, como quiser, mesmo que seus filmes há tempos dividam crítica e público. Desde que ganhou a fama de “visionário” por causa de “300” (2007), o diretor norte-americano pôde imprimir seu estilo em produções que dividiram opiniões (“Watchmen”, “O Homem de Aço”) ou apanharam da crítica (“Sucker Punch” e “Batman vs. Superman”).

Entretanto, o cineasta angariou uma base fiel de fãs, para quem tudo o que ele toca vira ouro, e daí que Snyder consegue US$ 70 milhões (mais ou menos o orçamento de todo o primeiro filme do Deadpool) para filmar as cenas que queria para a sua interminável versão de “Liga da Justiça”, com quatro excruciantes horas de duração.

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Por isso mesmo, não é de surpreender que ele tenha conseguido outros US$ 70 milhões _ desta vez da Netflix _ para ser o diretor, produtor, diretor de fotografia e um dos roteiristas do longa de zumbis que chegou à plataforma de streaming em 21 de maio _ e que mais uma vez mostra que Zack Snyder é o rei da cilada, Bino.

O apocalipse zumbi não é novidade para Zack Snyder. Sua estreia em Hollywood se deu com o elogiado “Madrugada dos mortos”, em 2004, e o retorno ao subgênero cinematográfico parecia promissor – principalmente pelos 15 minutos iniciais, que mostram que um tipo de zumbi extremamente forte e inteligente é libertado após o comboio que o transportava da Área 51 para sabe-se lá onde sofrer um acidente. A cidade mais próxima é justamente Las Vegas, e não demora para que a capital da jogatina seja transformada num antro de zumbis, dos mais lerdos aos mais inteligentes, sem esquecer de coisas legais como tigres e cavalos zumbificados.

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Hollywood tem vários exemplos de filmes com zumbis que adicionam alguma novidade ao subgênero e que funcionam bem, casos de “Extermínio” e “Zumbilândia”. Em “Army of the dead”, a adição do “filme de roubo” no estilo “Onze homens e um segredo” poderia dar aquele tempero aos clichês já esperados para esse tipo de produção, mas Zack Snyder é o tipo de diretor que o estúdio não pode deixar tudo em suas mãos, porque ele perde os limites.

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Sem ter quem segure a onda do diretor, o longa se torna uma experiência decepcionante em vários sentidos. A começar pelos quase intermináveis 148 minutos de duração. Parte dessa gordura se deve tanto ao excesso de personagens quanto à criação de tramas paralelas que geralmente são esquecidas rapidamente, como a tentativa de reconciliação entre o protagonista Scott Ward (Dave Bautista) e sua filha Kate (Ella Purnell).

Apesar de decepcionar com uma trama arrastada e óbvia, “Army of the dead” já tem garantido um prequel em animação que vai mostrar alguns personagens encarando o apocalipse zumbi, além do boato de um filme sobre o passado de Dieter (Matthias Schweighöfer) como arrombador de cofres. Se tudo isso já está confirmado ou sendo discutido, podemos apostar que uma continuação é 99,99999999% certa. Afinal, Zack Snyder tem o borogodó de vender areia até no deserto.

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