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Escritor Embla Rhodes negocia com editoras seu próximo livro

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Escritor juiz-forano embarca no realismo fantástico e negocia livro com editoras (Foto: Fernando Priamo)

O escritor juiz-forano Embla Rhodes está em busca de uma editora para publicar seu mais recente livro, “Vaikuntha”, e para isso tem um novo trunfo, além dos trabalhos já publicados: ele recebeu, em dezembro, uma Menção Honrosa no California Book Festival, concurso literário internacional promovido pela JM Northern Media. O livro concorreu na categoria de trabalhos ainda não publicados, que teve como vencedor “Trust and confidence”, de Jim Lichtman, e “Vaikuntha” foi a única publicação inédita a receber menção honrosa.

Embla Rhodes – que já tem publicados os livros “Fugas e luxúria” (2004), “Aether” (2007), “Viagem ao Sol” (2008) e “A farofa das Ides” (2012) – acredita que a premiação no concurso norte-americano ajuda a abrir portas no mercado editorial. “Tem muita gente correndo atrás das editoras. Sentei para ligar para as editoras, e quando falo sobre o concurso, que fui o único brasileiro e em língua portuguesa a receber o prêmio, sinto que isso ajuda a abrir portas, consigo conversar com os editores.”

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De acordo com o escritor, as conversas estão bem encaminhadas com pelo menos uma casa editoral. “Conheço pessoalmente o editor, então já havia essa abertura antes mesmo do concurso. Só não está fechado porque estamos no processo de formação de contrato, e o tempo do editor não é o mesmo do autor, que quer que tudo corra rápido. Por causa da pandemia, a maioria das editorias já fechou seus cronogramas para 2023 e 2024. Mas quem sabe, com um golpe de sorte, consiga publicar antes”, torce.

Em busca de reconhecimento

Embla Rhodes acredita que há uma chance maior de reconhecimento de seu trabalho no exterior do que em sua terra natal. “Nunca consegui me encaixar nos concursos no Brasil, geralmente são de poesia, contos curtos, e sempre tive muita desconfiança nos concursos brasileiros, acho que é um jogo de cartas marcadas. Por isso passei a ficar de olho nas premiações internacionais, pois já tive livros traduzidos para o inglês”, explica. “Foi uma emoção muito grande receber o e-mail com a notícia de que havia sido premiado, foram dois dias até a ficha cair.”

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“Vaikuntha” é a primeira experiência literária de Embla Rhodes com o realismo fantástico. Se os livros do escritor costumam ter Juiz de Fora como cenário, para o mergulho no novo gênero literário ele criou a fictícia Vaqueiral Bonito, que ficaria nas proximidades de Caxambu. O personagem principal é Murari, e a história trata de temas como desmatamento, indústria da carne, além de combinar cultura indiana, folclore brasileiro, política nacional, sociologia das massas, ecologia e heranças da cultura egípcia no romance.

“A história tem como cenários uma fazenda, a Santa Amélia, e a cidade, e é dividida em três partes: religiosidade, desenvolvimento e renúncia e liberação. O personagem principal, Murari, está de olho nesse movimento da consciência de Krishna (uma das divindades do hinduísmo). Ele é um fazendeiro que quer divulgar os ensinamentos de Krishna”, explana o autor, que também explica o significado do título da obra. “‘Vaikuntha’ é o nome em sânscrito para planetas espirituais e transcendentais onde estão as almas e ‘governado’ por Krishna. Quem consegue chegar a eles não retorna mais ao mundo material, pois a pessoa conseguiu atingir uma maturidade espiritual.”

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Sobre situar a história em uma cidade fictícia, Embla argumenta que a decisão permitiu a ele ter mais liberdade para desenvolver a trama. “O livro tem muita inspiração do realismo fantástico, então não queria falar de cidades existentes, porque acho que não passaria uma verossimilhança por tratar no livro de coisas que estão além da imaginação. Uma das personagens, por exemplo, é uma vaca que se transforma em mulher, esperando que o mestre dela envelheça e morra para que ela possa ir com ele para um dos planetas Vaikuntha. Nunca havia trabalhado com realismo mágico, mas gostei de trabalhar com isso.”

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