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Podcast Phármakon lança terceira temporada com escritores de JF

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A ideia de criar um blog de contos surgiu em 2008, mas logo veio a necessidade de expandir as narrativas para outras linguagens. A literatura é o que guia o blog Hupokhondría: por meio da escrita, o projeto atravessou barreiras e ganhou vida nas mais diversas formas. Dos palcos do teatro à criação de cenários sonoros, a iniciativa lançou nesta quinta-feira (01), mais um de seus experimentos, a terceira temporada do podcast Phármakon, em parceria com escritores de Juiz de Fora.

Hupokhondría, conforme a etimologia da palavra, é o local abaixo do diafragma. Mas como esse termo se relaciona com o projeto? Significa “que a gente não escreve com o coração, mas com o fígado”, revela Táscia Souza, criadora do Hupokhondría. Aqui o sentido de melancolia – associado muitas vezes à palavra hipocondria – dá espaço para sentimentos fluídos.

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“Entre um briefing e outro na agência de publicidade, recebi uma mensagem da Táscia: ‘criei um blog, um texto por semana, o primeiro é meu. Estamos precisando escrever’. Isso foi em março de 2008 e desde então temos mantido a periodicidade”, comenta Gustavo Burla, professor, escritor, marido de Táscia e também responsável pela iniciativa.

Cada produção tem um objetivo “terapêutico”, afinal, desde o próprio nome do projeto até os temas dos conteúdos são conectados, em certa medida, a termos médicos. Os livros, dramaturgias, peças e filmes funcionam quase como um tratamento para uma determinada doença que afeta o público. “Pensamos em escrever sobre doença, só que não existe só doença do corpo, tem doença da alma, da cabeça, da cultura, da política, da economia, da vida social… Tudo é doença, tudo é conflito. E isso nos motiva o tempo inteiro”, explica Gustavo.

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A ideia de criar um blog de textos partiu de Táscia, e conta com a participação de seu marido Gustavo (Foto: Arquivo Pessoal)

Entre a leitura e a escuta

Com a vontade de expandir a contação de histórias, Táscia e Gustavo decidiram criar o podcast Phármakon no ano passado. Inspirado no Teatro La Colline, da França, eles começaram a convidar pessoas para escolher um texto – produzido inicialmente pelos dois – e gravar a leitura. A partir da segunda temporada, aconteceu a construção de um personagem que guiaria os episódios. De forma mais ousada, a terceira temporada terá 15 textos com uma protagonista bastante peculiar: a galinha.

“A gente conta histórias explorando diferentes formatos. Nessa terceira temporada construímos um conceito, tanto em relação ao tema dos textos quanto ao uso dos elementos sonoros a partir dos textos que foram enviados. Vamos crescendo enquanto pesquisa e, claro, sem perder a diversão. A gente se diverte e quer que as pessoas se divirtam escutando o podcast e reflitam sobre as histórias que contamos”, relata Gustavo.

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A temporada foi feita para dar autonomia ao ouvinte, que pode escutar os episódios em qualquer ordem; mas, ao mesmo tempo, se ouvir em sequência, encontra uma narrativa que se conecta. “Convidamos 13 pessoas para escrever em cima do tema de uma galinha que atravessa a rua, não demos nenhuma orientação além disso. Fizemos essa colagem e deu muito certo, parecia que essas pessoas estavam em sintonia, as histórias se encaixam ao mesmo tempo sem perder autonomia.”

O mergulho sonoro, no formato de podcast narrativo, explora enredos com travessias e traços singulares produzidos por profissionais de diversas áreas de Juiz de Fora. José Luiz Ribeiro, fundador do grupo de teatro Divulgação, foi um dos colaboradores desta temporada. O ator e dramaturgo escreveu uma história e interpretou outra. Para ele, o importante é motivar as pessoas que estiverem ouvindo. “No meu texto, coloquei a galinha justamente na Avenida Rio Branco e a partir daí inventamos a história. Toda vez que a gente conta uma história, queremos envolver o espectador, desejo que eles sintam a mesma emoção da descrição por meio da nossa contação.” Também colaboraram autores como Ulisses Belleigoli, Elena Oliveira, Daniel Furlan e o repórter da Tribuna Marcos Araújo.

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Inspirado no Teatro La Colline, da França, o podcast conta com a participação de convidados para leitura dos textos (Foto: Arquivo Pessoal)

Outras ações

Além do podcast e dos textos no site, que são publicados toda segunda-feira, acompanhados de uma ilustração, o Hupokhondría também realiza um módulo de estudos literários, com reuniões quinzenalmente. O grupo também produz livros, espetáculos de teatro e filmes. Para mais informações acesse o site do projeto: hupokhondria.com.

Escute o primeiro episódio no Spotify.

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