A notícia de que Juiz de Fora havia registrado o primeiro caso suspeito de sarampo, em uma criança de 1 ano e 2 meses, movimentou os postos de vacinação nesta sexta-feira (31), último dia da Campanha Nacional de Vacinação contra Sarampo e Poliomielite (paralisia infantil). Conforme noticiado pela Tribuna, a Secretaria de Saúde informou que não fará novo Dia D neste sábado (1º setembro) já que, na mesma data, irá acontecer a Campanha de Vacinação Antirrábica na Zona Urbana. No entanto, o PAM-Marechal ficará aberto, das 8h às 17h, para aplicar as doses em quem não pôde comparecer durante a campanha, que será prorrogada pelas próximas semanas, uma vez que a procura pela imunização continua abaixo do esperado na cidade.
De acordo com balanço do Setor de Imunização do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Dvea), a campanha atingiu nesta semana 77% de cobertura do público-alvo – crianças entre 1 e 5 anos. A cobertura vacinal da poliomielite subiu de 59,38% para 77,59%, e a do sarampo, de 59,37% para 77,59%, aquém da meta de 95%, preconizada pelo Ministério da Saúde.
Na manhã desta sexta, segundo a enfermeira responsável pelo setor de vacinas no PAM-Marechal, Clariane Pereira, cerca de cem crianças receberam as doses. “O movimento foi bem diferente do observado no mês de agosto, quando registramos, em média, umas 40 aplicações dentro da campanha”, apontou. Uma das crianças vacinadas foi a Glennda Sophia, de 2 anos e 9 meses. Ela foi trazida pela mãe, a professora Arielly Duarte, 36. “Aproveitei que era o último dia, agora está tudo certo com o cartão de vacina.” Além da professora, outras mães aproveitaram a ida ao PAM para completar o cartão vacinal de seus filhos. Além das doses contra o sarampo e a pólio dentro da campanha, o setor também estava aplicando as demais vacinas orientadas pelo Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde.
As doses continuam disponíveis nas 63 UBSs, no PAM-Marechal e no Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente (DSCA).
Suspeita e descarte
O primeiro caso suspeito da doença foi notificado nesta quinta-feira (30). Em nota encaminhada pela assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde, a pasta informou que comunicou que as equipes de vigilância epidemiológica e de saúde foram à residência da paciente. Foi realizada coleta de material biológico para exame laboratorial, que irá concluir o diagnóstico. Ainda de acordo com o documento, a secretaria reiterou que a notificação ilustrou bem a importância da vacinação como medida de saúde coletiva, que tem como objetivo proteger não só aqueles que podem tomar a vacina, mas aqueles que ainda não podem ser imunizados. As doses são destinadas a crianças menores de 5 anos. Conforme o calendário do Ministério da Saúde, o esquema vacinal do sarampo inclui duas doses para garantir imunização. A primeira é administrada aos 12 meses e a segunda aos 15 – ou sempre que houver campanha. A criança com suspeita da doença havia tomado uma dose. A recomendação do Ministério da Saúde é para que tomem a vacina de reforço mesmo as crianças que já receberam as doses previstas no calendário vacinal.
Ainda no mesmo dia, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) divulgou um novo boletim epidemiológico do sarampo, contendo outros dois casos em Juiz de Fora. Mas ambos foram categorizados como descartados. Nesta sexta, a Secretaria de Saúde esclareceu que, até o momento, a cidade tem apenas um caso suspeito. Os outros dois considerados pela SES foram notificados em junho deste ano, mas como suspeita e doenças exantemáticas, que podem ser parvoviroses, como Zika e chikungunya, dentre outras. A suspeita do Dvea, nestas situações, era de parvovírus. Os casos foram investigados e descartados em junho, mas incluídos agora no boletim do Estado.