Uma aluna do ensino fundamental, de 11 anos, foi flagrada portando uma arma de fogo na Escola Municipal Cosette de Alencar, em Juiz de Fora. O caso ocorreu nesta quinta-feira (30) e foi registrado pela Polícia Militar, que afirmou que a arma estava sem munição. Conforme o registro da ocorrência, os militares foram acionados quando a direção da escola identificou que a menina estava portando um revólver. Inicialmente, segundo o documento policial, a direção da escola teria dito que se tratava de uma arma de brinquedo, a fim de “não criar mais alarde” entre os alunos. A polícia, entretanto, constatou que tratava-se de uma arma de fogo. Procurada, e por meio de nota, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informou que não houve feridos no incidente.
Segundo o boletim policial, a menina disse que a arma seria do pai dela, um policial aposentado que atualmente trabalha como porteiro. A aluna ainda relatou que já havia comentado com um colega sobre o revólver, e que o menino teria duvidado que ela levaria a arma para escola a fim de mostrá-lo. Para provar ao colega, a estudante contou que levou a arma na mochila, sem o conhecimento dos pais, que também não teriam ciência de que ela sabia onde a arma ficava guardada – embaixo do colchão da cama dos genitores. Segundo o relato, a menina afirmou que não tinha o objetivo de ameaçar ninguém. Ela teria narrado, ainda, ter sabido da existência do revólver do pai quando ajudava a mãe nos afazeres de casa.
Diante dos fatos, o pai da criança, 55 anos, foi chamado à escola e teria confirmado ter a posse da referida arma. Segundo o documento, o homem afirmou que a arma seria herança do pai e que guardava o objeto apenas como lembrança de valor sentimental e que, por isso, não teria documentação da arma. O homem afirmou não possuir outros armamentos e alegou não transitar armado. Entretanto, o pai da aluna foi preso pela posse irregular de arma de fogo e por omissão de cautela. Ele foi conduzido para a delegacia, e a arma foi apreendida.
A Prefeitura afirmou, ainda, que o Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso. No entanto, conforme o boletim de ocorrência, a polícia tentou acionar o órgão, que teria informado que não compareceria à escola, uma vez que a criança já estava no local sob a responsabilidade dos pais.
Situação assusta pais e alunos
Em contato com a Tribuna, um grupo de pais contou, com preocupação, que a situação amedrontou e trouxe insegurança aos seus filhos. Uma mãe, que prefere não ter a identidade revelada, contou que a filha ficou “desesperada” ao ver a colega com o revólver. A mãe narrou que a filha precisou ser amparada pela professora. Diante do ocorrido, alguns pais estiveram na escola e contam ter solicitado explicações e medidas por parte da instituição de ensino. Outra mãe, que também pede para não ter o nome publicado, afirmou que não recebeu “nenhuma posição da escola” e que seu filho está amedrontado com a possibilidade de voltar às aulas. “Uma tragédia poderia ter acontecido”, diz. A PJF, que responde pela escola municipal, não deu outros detalhes sobre a situação.