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Tribuna checa com entidades informações divulgadas por Dom Gil sobre Covid-19

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Áudio com a fala de Dom Gil circulou por aplicativos de mensagens (Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que atua como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, negou, à Tribuna, que a instituição tenha feito projeções e informado que a taxa de letalidade da Covid-19 na população em geral é de 5%. A afirmação teria sido feita pelo arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, dom Gil Antônio Moreira, durante um discurso a fiéis. Em áudio que circulou por aplicativos de mensagens na terça-feira (29), dom Gil diz que “a Organização Mundial da Saúde prevê que 90% de todo o povo vai ter Covid-19, mas que só 5% vão morrer. Os 500 mil óbitos no Brasil, que tem 220 milhões de habitantes, não representa 5%, mas 2,5%. Quer dizer que nós ainda não estamos na situação pior”.

À Tribuna, a assessoria de comunicação e imprensa da Arquidiocese de Juiz de Fora informou que o arcebispo não se pronunciará a respeito.

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Ainda em sua fala, o arcebispo questiona o total de mortes causadas pelo coronavírus no país. “Desses 500 mil mortos, a gente tem que saber se todo mundo morreu de Covid-19 mesmo. Muita gente. Às vezes, vai no papel que (a pessoa) morreu de Covid, porque, quando morre de Covid, tem uma verba do Governo (…), mas a Covid, às vezes, não tem culpa não”, diz.

A Tribuna entrou em contato com a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde, que negou haver programa federal prevendo o repasse de verbas para municípios por morte registrada por Covid-19.

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Essa afirmação, inclusive, já foi negada pelo órgão federal em outras ocasiões. No ano passado, o site jornalístico de checagem de dados, Aos Fatos, também verificou não ser verdade que as prefeituras recebem milhares de reais do Governo federal a cada morte por Covid-19. Na época, o Ministério da Saúde informou ao site que a verba para o combate à pandemia “é repartida de acordo com critérios como o tamanho da população e a complexidade do serviço das unidades do município, não o volume de óbitos”.

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Em abril deste ano, a Lupa, agência de checagem de dados do Brasil, também checou a informação. À Lupa, o Ministério da Saúde informou que “não existe correlação entre o repasse de verbas para estados e municípios e o número de registros de óbito ou diagnóstico de Covid-19. Os requisitos de repasse consideram, entre outros fatores, a faixa populacional, os valores de produção registrados nos sistemas do SUS, além do número de leitos de UTI cadastrados”.

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