Representantes dos taxistas foram à Câmara Municipal pedir apoio dos vereadores para agilizarem a regulamentação do transporte por aplicativos em Juiz de Fora. Segundo eles, o clima de animosidade entre os profissionais de ambas as classes é intensificado pela falta de segurança e fiscalização em alguns locais e horários. O Terminal Rodoviário Miguel Mansur é considerado o ponto mais crítico, onde ocorre o maior número de divergências. “Infelizmente, ontem a situação acabou em agressão. O colega foi esfaqueado nas costas e na cabeça, e está internado”, afirmou um taxista que preferiu não ser identificado.
Inicialmente, a categoria planejava uma manifestação em frente à Câmara. “Nós decidimos não interferir no trânsito e prejudicar a população. Preferimos vir até aqui pessoalmente e pedir o apoio dos vereadores nesta causa”, explicou o presidente da Associação dos Taxistas, Luiz Gonzaga Nunes. No local, o grupo foi recebido pelo vereador Luiz Otávio Fernandes Coelho (Pardal-PTC), que utilizou o tempo no púlpito para lamentar a agressão ocorrida na rodoviária e solicitar a urgência na tramitação da matéria que propõe a regulamentação do transporte por aplicativo. “É lamentável o que aconteceu. A violência e a falta de respeito não levam à nada. Gostaria de aproveitar a oportunidade para pedir aos meus colegas agilidade nesta avaliação.”
Para o presidente do Sindicato dos Taxistas, José Moreira de Paula, a morosidade do Poder Público para a regulamentação dá margem para comportamentos inadequados. “Na rodoviária, a situação é mais crítica. Os motoristas de aplicativo estão indo até a plataforma chamar os passageiros, não estão aguardando serem acionados, e assim começam as discussões.” Segundo os profissionais, no horário noturno, a situação é pior, pois não há expediente da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra). “Não temos a quem recorrer.”
O presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de Juiz de Fora (Amoaplic/JF), Júlio César Marques Paes (Peixe), nega a informação. “Isto é uma inverdade. A nossa categoria não busca passageiros, pois se fizer é penalizada.” Ele diz que ocorrem provocações por parte de alguns taxistas. “Eles nos chamam de mendigos porque a nossa corrida é mais barata. Não são todos, apenas alguns. “De acordo com Peixe, a agressão ocorrida na última quinta-feira (27) foi decorrente de uma desavença pessoal entre os envolvidos. “Foi um caso isolado, não foi um problema entre as categorias. De qualquer forma, nós, da Associação, somos completamente contra este tipo de coisa. É algo muito ruim para ambas as famílias e todos os profissionais.”
Procurada pela Tribuna, a assessoria da Settra informou que “não iria se posicionar por se tratar de uma situação particular entre os envolvidos”.
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