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Polícia Federal deflagra operações contra o tráfico em JF e outras cidades de Minas

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A Polícia Federal deflagrou duas operações em cidades mineiras, inclusive em Juiz de Fora, nesta terça-feira (28). Em uma delas, batizada de Forseti, os alvos foram investigados por esquemas de corrupção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Cinco pessoas, entre elas três policiais civis, foram presas na manobra, que contou com a participação da Corregedoria-Geral de Polícia Civil de Minas Gerais e do Ministério Público.

Já a operação Terceiro visou desmantelar organização criminosa, com sede operacional em Juiz de Fora, ligada ao tráfico de drogas e de precursores químicos e à lavagem de dinheiro decorrente dessas ações. A Força Tarefa de Segurança Pública, coordenada pela PF e composta pelas polícias Civil, Militar e Penal, esteve à frente da ação, que resultou na captura de quatro suspeitos. A PF não informou se houve prisões em Juiz de Fora, mas só no município foram apreendidos cinco carros, uma moto, uma lancha e um jet ski. Na capital foram recolhidos um carro e três motos.

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No caso da Forseti, foram cumpridos mandados expedidos pela 2ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro de Minas Gerais, sendo sete deles de prisão preventiva, 20 de busca e apreensão, seis afastamentos da função pública de policiais, bloqueio de valores em 23 contas bancárias de investigados e envolvidos, além do sequestro de 33 imóveis e de diversos veículos. As ordens judiciais foram cumpridas, simultaneamente, em Belo Horizonte, Contagem, Nova Lima, Ibirité, Sarzedo, Sete Lagoas e Juiz de Fora, mobilizando 76 policiais federais e 28 civis. Balanço divulgado à tarde confirmou apreensão total de 17 armas, 24 carros, duas motos e um quadriciclo.

Questionada sobre o resultado da investida em Juiz de Fora, a assessoria da PC disse não ter informações sobre prisões ou afastamento de policiais na cidade, acrescentando que os mandados foram cumpridos na capital e Região Metropolitana (Nova Lima, Betim e Contagem). “A ação é resultado de investigações relacionadas à prática de crimes contra a Administração Pública, entre outros.” Ainda conforme a PC, os servidores presos foram recolhidos na Casa de Custódia da Polícia Civil, onde estão à disposição da Justiça.

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Carros, motos, armas, jet ski e quadriciclo foram apreendidos pelos agentes da Polícia Federal, e também houve sequestro de imóveis e bloqueio de contas bancárias (Foto: Divulgação PF)

‘Policiais receberam vultosos valores’, diz PF

De acordo com a PF, no decorrer das investigações da operação Forseti, voltada para desarticular grupo criminoso envolvido em corrupção, tráfico e outros crimes relacionados, “foram encontrados fortes indícios de que policiais da Delegacia de Repressão ao Furto, Roubo e Desvio de Cargas (Depatri), da PCMG, receberam vultosos valores para esvaziar o procedimento investigativo sobre um indivíduo preso na cidade de Ribeirão das Neves.” O homem citado teria sido flagrado com 36kg de cocaína no interior de uma residência utilizada como espécie de laboratório para o armazenamento, preparo e corte de drogas.

“Conforme apurado, a negociação envolveu tanto a soltura do preso quanto a devolução da carga ilícita apreendida aos criminosos. O aprofundamento das investigações revelou, ainda, o envolvimento dos policiais investigados com outros esquemas de corrupção, de tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro, nos quais há a utilização de interpostas pessoas, físicas e jurídicas, para ocultação dos valores obtidos como produto dos crimes”, detalhou a PF.

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Segundo a polícia, o nome da operação “está relacionado à figura mitológica nórdica caracterizada pela representação da justiça e do conhecimento interior”. Os presos ficaram à disposição da Justiça e vão responder por tráfico de drogas, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Se condenados, podem cumprir até 37 anos de reclusão, além da multa.

Base operacional de tráfico em JF

Segundo informações da PF, as apurações da operação Terceiro – batizada em referência ao chefe da organização criminosa, significando “terceiro filho” – começaram com a descoberta de um esquema de corrupção no qual o alvo principal, por meio de seu advogado, corrompeu equipe policial que havia flagrado um de seus laboratórios de processamento de drogas, situado em Ribeirão da Neves, na Região Metropolitana.

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“As investigações revelaram o pagamento de suborno de mais de R$ 500 mil para a soltura de um comparsa e a devolução da carga apreendida. Também foi descoberto que a organização criminosa negociou produtos químicos suficientes para produção de duas toneladas de cocaína.” Ainda foram detectados registros de movimentações patrimoniais e financeiras de cerca de R$ 19,3 milhões em um intervalo de dez meses.

Sessenta policiais federais e 16 militares cumpriram, em Belo Horizonte, Esmeraldas, Ribeirão das Neves e em Juiz de Fora, três mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária e 12 de busca e apreensão. Também foi determinado o bloqueio de valores em 20 contas bancárias de investigados e envolvidos, o sequestro de um imóvel de alto padrão e de diversos veículos envolvidos na lavagem de dinheiro. Os presos também vão responder por tráfico de drogas, corrupção ativa e lavagem de dinheiro, podendo cumprir até 37 anos de reclusão.

Apesar das coincidências entre as duas operações desencadeadas na mesma data, a PF não deixou claro se foram as investigações da Terceiro que resultaram na Forseti. Questionada sobre essa relação e sobre possíveis prisões na cidade, a assessoria da PF não retornou com os esclarecimentos até o fechamento desta matéria.

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