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Av. JK tem 2.127 autuações por excesso de velocidade nos dois primeiros meses do ano

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Um grave acidente envolvendo dois ônibus deixou 24 pessoas feridas na tarde desta segunda-feira (27), na Avenida JK, na Zona Norte. O choque entre os coletivos aconteceu menos de uma semana após um estudante de 11 anos ter sido atropelado na mesma via. No caso desta segunda, os dois coletivos, que seguiam em direção ao Centro, bateram na região do Bairro Nova Era. Das 24 vítimas divulgadas pela Polícia Militar, 23 deram entrada para atendimentos nas unidades de saúde do município, sendo sete no HPS e outras 16 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte. Não há feridos graves, mas muitos permaneceram internados em observação após serem avaliados pela cirurgia e traumatologia. Entre os passageiros, havia crianças e idosos.

Foto: Marcelo Ribeiro

A Avenida JK é o principal corredor de tráfego que liga a Zona Norte a outras regiões do município. Por esta razão, possui grande fluxo de veículos a qualquer hora do dia. As pistas estão em boas condições, com sinalização vertical e horizontal adequadas, semáforos e três conjuntos de radares espalhados por todo o segmento. Mesmo assim, os acidentes são frequentes, muito pela imprudência dos próprios condutores, conforme pessoas ouvidas nesta segunda pela Tribuna. De acordo com a Settra, 2.127 condutores foram autuados nos radares, apenas em janeiro e fevereiro deste ano, nesta avenida, por excesso de velocidade. Ou seja, mais de 36 ocorrências por dia.

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Foto: Marcelo Ribeiro

A batida desta segunda, registrada por volta das 14h, causou mais de três quilômetros de retenções a partir do Distrito Industrial, exigindo dose extra de paciência de quem passava pelo local. Um desvio precisou ser feito no tráfego, com os veículos circulando pelas ruas internas do Nova Era. Segundo a PM, o motorista que faz a linha 740 (Humaitá) contou que não conseguiu acionar os freios e acabou colidindo com o veículo da linha 741(Valadares) ambos da Viação São Francisco. De acordo com o sargento Varlei Gilson de Deus, o motorista do coletivo que vinha atrás alegou falha mecânica. O condutor, apesar de não aparecer na relação de feridos da Secretaria de Saúde, também se machucou na batida. “Ele nos relatou que, ao aproximar-se do ponto de embarque e desembarque de passageiros, os pedais de freios não funcionaram, pois abaixaram rapidamente, e ele não conseguiu parar, vindo a colidir na traseira do ônibus que estava à sua frente”, explicou o sargento. Ainda segundo ele, com a colisão, passageiros dos dois ônibus foram arremessados, sofrendo vários ferimentos. Havia informações iniciais de suspeitas de traumatismos craniano e no tórax, fatos não confirmados até o fechamento desta edição.

Foto: Marcelo Ribeiro

Assistência

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Em nota, os Consórcios Integrados do Transporte Urbano (Cinturb) informaram que foi oferecido todo o suporte para ajudar no socorro às vítimas. “Os veículos foram recolhidos para perícia interna a fim de apurar as causas do ocorrido. Conforme é praxe, serão avaliadas as imagens de câmeras, realizadas simulações, além de contar com o apoio técnico dos fabricantes, a fim de averiguar motivos e tomar medidas corretivas que se fizerem necessárias.”

Já a Settra informou que, caso seja confirmada falha mecânica ou más condições de uso do veículo, a pasta poderá penalizar o consórcio responsável pelo ônibus conforme legislação municipal em vigor.

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Acidentes na via preocupam comunidades

O estudante de 11 anos atropelado na Avenida JK, em frente ao Colégio Militar, na última quinta-feira, permanece internado em estado grave no Hospital Monte Sinai. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, porém, ele está lúcido com estado clínico em evolução.

Segundo o vendedor Alexandre Zapico, que trabalha em uma loja na via, os acidentes na JK têm preocupado os comerciantes e os moradores. “Recentemente tivemos o atropelamento de criança em frente ao colégio e também um motociclista que acabou batendo atrás de um ônibus. Mas não é somente um problema da JK. A cidade inteira tem sofrido com a falta de respeito dos motoristas, que abusam da velocidade. Se não fosse feita a divisão da avenida com os canteiros, a situação seria pior. Infelizmente estamos sujeito a isso, mas esperamos que alguma medida seja tomada para amenizar tudo isso”, argumenta.

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Presidente da Associação de Moradores do Bairro Santa Lúcia, Fabiula Esteves disse que os acidentes na Avenida JK têm preocupado a comunidade. “Um vizinho meu já perdeu a vida naquela avenida, e, semana passada, tivemos o atropelamento da criança. Os condutores dos carros não têm limites. Com frequência tem acidentes na via.”

A Settra informou que faz a revisão de toda a sinalização vertical e horizontal na JK com frequência para garantir a segurança. Lembrou que, na via, há três conjuntos de radares e, atualmente, estuda a viabilidade de implantar outros equipamentos eletrônicos de controle de velocidade.

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