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Trânsito da Cidade Alta sofre com crescimento da região

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Vagas destinadas a carga e descarga são desrespeitadas a todo o momento na Costa e Silva (LEONARDO COSTA/08-12-15)

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Além de não suportar o fluxo, Avenida Pedro Henrique Krambeck tem asfalto e sinalização precários (LEONARDO COSTA/08-12-15)

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Leitora denuncia que comerciantes colocam engradados para fazer reservas de vagas na avenida (Geórgia Negreiros)

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Em horários de pico, rotatória em frente ao portão Norte da UFJF não suporta a demanda de veículos que chegam de três direções distintas (FERNANDO PRIAMO/04-12-15)

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O adensamento da Cidade Alta, observado principalmente nos últimos dez anos, reflete de forma negativa no trânsito da região. Os problemas podem ser vistos, principalmente, no maior corredor de tráfego do Bairro São Pedro, a Avenida Presidente Costa e Silva, via essencial para quem mora em outros bairros do entorno. Entre eles, Aeroporto, Marilândia, Santos Dumont, Nova Califórnia e Adolpho Vireque. Conforme dados do último censo demográfico do IBGE, feito em 2010, a região é composta por 28.500 habitantes, número que, no entanto, já está defasado. Prova disso são os novos empreendimentos imobiliários da área, sem contar aqueles em fase de construção. Apenas um deles, inaugurado no fim do ano passado, é formado por mais de 500 apartamentos. Outro, com chaves entregues em setembro, é composto por 220 moradias. Neste cenário, os problemas no tráfego se potencializam.

Na Costa e Silva, situações de desrespeito são facilmente flagradas, sendo praticadas tanto por motoristas quanto por pedestres. No caso dos automóveis, são conversões irregulares, paradas em locais proibidos e alta velocidade. Para quem percorre a via a pé, a principal imprudência é quanto à travessia, feita, em muitos casos, em áreas não sinalizadas. Para quem usa a via, no entanto, há um consenso: os abusos são cometidos por falta de opção. Em 2012, quando a Costa e Silva foi revitalizada, com alterações de sentido de ruas e restrições para cruzamentos de veículos, existia a expectativa de ela se transformar, no futuro, em um binário com a Pedro Henrique Krambeck, fato não concretizado.

Moradora do São Pedro, a aposentada Maria do Rosário Galvão, 67 anos, disse que o trânsito na Costa e Silva tem se tornado cada vez mais perigoso. “São poucas as faixas de pedestres, e elas estão muito distantes umas das outras, o que dificulta nossa travessia segura”, lamentou. Já a dona de casa Solange Mendonça, 44, denuncia que o problema está pior nas madrugadas, por causa do tráfego intenso de condutores atraídos pelas casas noturnas. “Os motoristas correm muito, e vários deles não respeitam o semáforo.”

A todo o momento, é possível identificar outros problemas, como conversões irregulares e paradas de veículos em espaços não permitidos pelas placas de sinalização. A leitora Geórgia Negreiros também denunciou, via WhatsApp, reserva de vagas na Costa e Silva. Segundo ela, que tem filho com deficiência estudando em uma escola na via, existe a dificuldade em embarcá-lo e desembarcá-lo, porque não existe uma vaga exclusiva. Por conta disso, ela já teve o carro multado algumas vezes, enquanto que condutores de caminhões e comerciantes seguram os espaços com engradados e até cadeiras.

De acordo com a Settra, a pasta tem intensificado a fiscalização, por meio de agentes de trânsito deslocados para trabalharem na região. Em longo prazo, a Settra, via assessoria de imprensa, disse que as obras da rodovia BR-440 favorecerão na organização do trânsito, potencializando a segurança tanto de motoristas como de pedestres.

Proposta de binário depende da BR-440

Mas não é só a Avenida Presidente Costa e Silva que está despreparada para atender o grande fluxo de carros e pessoas. A avenida perpendicular a ela, a Pedro Henrique Krambeck, que coincide com a rodovia BR-440, também não suporta o fluxo. O trecho que não passou por intervenções para a construção da estrada, entre o trevo de acesso ao Viña del Mar e a Rua Roberto Stiegert, está saturado. Além disso, os problemas envolvem a necessidade de revitalização do asfalto e das sinalizações horizontal e vertical. O mecânico Wanderley Daniel, 28, que trabalha em uma oficina na via, denuncia a saturação. “O trânsito é horrível, principalmente nos horários de pico, pois falta infraestrutura. Por isso os acidentes são constantes. Penso que ajudaria muito as pessoas se a Prefeitura assumisse as obras (da BR-440) e fizesse as correções necessárias.”

Aposta em rodovia

Conforme a Settra, a situação da Cidade Alta vem sendo acompanhada e, no momento, os esforços estão concentrados nas obras da BR-440, a serem promovidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). “Na proposta debatida com a Settra, ocorrem modificações consideráveis, que ainda estão sendo aprimoradas pela secretaria e o Dnit”, explicou, em nota. Ainda por esta razão, a Settra informou que a construção de um binário não é o mais indicado para o momento, já que é preciso aguardar os projetos previstos para a rodovia.

Rotatória em frente ao campus é trecho polêmico

Do trevo de acesso ao Bosque dos Pinheiros até a entrada da UFJF são aproximadamente 700 metros. Sem movimento de automóveis, o trecho é facilmente vencido em cerca de dois minutos, mas, em horários de pico, o percurso pode levar até oito. O problema está, segundo os próprios condutores, na saturada rotatória que existe em frente ao acesso para o campus. De fato, o trânsito em frente a este dispositivo é complicado e exige paciência e atenção dos motoristas. “A preferência é de quem está na rotatória, mas como definir isso se todos estão nela, ao mesmo tempo, e cada veículo quer seguir para um lado diferente?”, questionou o fisioterapeuta Fernando Amorim, 33. Em 2012, a antiga administração da Prefeitura tentou uma solução para o problema que, no entanto, demonstrou-se deficiente. Na época, foi instalado um conjunto de semáforos para disciplinar o tráfego, mas as retenções foram maiores do que as habituais. Desde então, nenhuma nova solução foi apresentada.

A assessoria de comunicação da Settra explicou que, qualquer definição do trânsito naquela região, o que inclui a rotatória, só será apresentada após definição sobre as obras da BR-440, já que isso poderá interferir diretamente no comportamento do trânsito de toda a região. Recordou, no entanto, que a solução possível já foi feita, no ano passado, que foi a abertura de uma pista na saída do Pórtico Norte da UFJF.

Contorno viário

Outra possibilidade, já divulgada, é a possibilidade de construir um contorno viário na região, tirando o tráfego de passagem de dentro da UFJF. A proposta seria construir um desvio, a partir do Pórtico Sul em direção ao Estádio Municipal. Aberturas de ruas permitiriam a chegada dos condutores à Avenida Presidente Costa e Silva. Sobre isso, a Settra informou que ainda trabalha na busca de recursos para execução do projeto.

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