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Polícia Civil abre inquérito para investigar caso das agulhas

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A 4ª Delegacia de Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (27) a abertura de inquérito para investigar o caso do compartilhamento de agulhas por mais de 80 pessoas durante teste de glicemia na feira de ciências realizada no último sábado na Escola Municipal Arllete Bastos de Magalhães, no Bairro Parque Independência, Zona Nordeste de Juiz de Fora. Pelo menos dois boletins de ocorrência foram registrados pela Polícia Militar na terça, incluindo vítimas com idades entre 9 e 16 anos. A delegada responsável, Ione Barbosa, informou que as diligências estão em andamento. Nesta quarta, a previsão é ouvir pessoas envolvidas no episódio, que deixou as autoridades de Saúde em alerta. A Prefeitura chegou a criar um comitê de crise para lidar com a situação e vai formalizar uma sindicância para apurar as circunstâncias do uso comum de agulhas e as possíveis responsabilidades do fato, ocorrido em instituição de ensino municipal.

Na terça, 84 pessoas que haviam aferido o nível de glicose no sangue durante o evento compareceram ao HPS e ao Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), no Morro da Glória, em busca do coquetel de medicamentos indicado como medida de Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP). Os usuários tiveram que correr contra o tempo, já que o prazo para a medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV e hepatites virais fazer efeito é de até 72 horas após o contato de risco biológico. A procura tardia aconteceu porque apenas na segunda-feira chegou ao conhecimento da direção da escola que as agulhas utilizadas no exame não haviam sido trocadas a cada uso, como é imprescindível. Estudantes e responsáveis por alunos denunciaram à Tribuna que a atividade chegou a ser realizada pelos próprios discentes sem sequer o acompanhamento de professores.

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Após a distribuição dos medicamentos que deverão ser tomados durante 28 dias consecutivos, o comitê de crise da Prefeitura promoveu uma reunião na noite de terça (26) na própria escola. Na oportunidade, representantes das secretarias de Educação e Saúde esclareceram dúvidas aos responsáveis, estudantes e moradores do bairro, já que a feira de ciências era aberta à comunidade. O médico infectologista Marcos de Assis Moura, que realizou os atendimentos no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Departamento DST/Aids, também já havia adiantado explicações sobre os possíveis efeitos colaterais da medicação. Segundo ele, a maioria do grupo exposto ao risco biológico é formada por adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos. Conforme a Prefeitura, todas as 84 pessoas identificadas fizeram o teste viral antes de receberem os remédios, e todos os exames deram negativo. Outras análises de sangue serão realizadas ao fim do tratamento de quatro semanas e repetidas daqui a três meses.

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