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Abrigo Santa Helena recebe crianças para ‘bailinho’ de carnaval

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Bailinho no Abrigo Santa Helena uniu gerações na folia (Fotos: Marcelo Ribeiro)

Nesta quarta-feira (27), o dia começou diferente para os moradores do Abrigo Santa Helena. Os adornos coloridos que decoravam o Centro Recreativo davam pistas da festa que estava para acontecer. Chapéus, óculos e máscaras eram distribuídos aos anfitriões que se preparavam para receber, a caráter, seus ilustres convidados: cerca de 60 crianças assistidas pelo Centro de Promoção do Menor de Juiz de Fora (Ceprom).

Na ponta do salão, uma dupla observava a organização do espaço. Maria de Lurdes Martins e Jacir Alves Simões aguardavam ansiosos o início da festa. “Estou há 18 anos aqui e tem muito tempo que eu nem vejo o carnaval, porque eu sempre morei na roça e depois eu vim pra cá. Hoje eu quero curtir o carnaval, o meu primeiro carnaval”, relata Lurdinha, como é conhecida no abrigo, sobre suas expectativas para o “Bailinho do Bem”. Jacir é o oposto da parceira. Nascido em Guadalupe, no Rio de Janeiro, em 73 anos de vida não só curtiu o carnaval como compôs um dos maiores espetáculos do planeta. “Hoje em dia fica difícil por causa da cadeira [de rodas], mas antes eu dançava o carnaval no Rio. Já saí na Portela, na bateria, tocando repinique”, conta saudoso.

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Além das crianças, que estavam para chegar, outros convidados compunham a festa, como os membros do projeto Bem Comum, desenvolvido pela Secretaria de Comunicação Social (SCS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), que atuaram na organização do evento, além dos Doutores do Amor, o grupo Sou da Lira, a postos para tornar a festa ainda mais brilhante com glitter, a cantora Flávia Neves para embalar o ambiente com marchinhas e sambas, e o grupo Batuque Delas.

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Unindo Gerações

Desde o ano passado as crianças do Ceprom e os idosos do abrigo mantêm uma relação através do projeto “Unindo Gerações”, que promove atividades entre eles, como conversas e piqueniques. Observando essa relação de amizade, o Bem Comum se somou à parceria e propôs a matinê. “Queremos promover uma grande corrente do bem. A ideia é jogar luzes em bons trabalhos que estão sendo realizados em nossa cidade, como o que está sendo feito aqui entre o abrigo e o Ceprom, e ao mesmo tempo tentar promover, através de todas as parcerias, momentos especiais para a nossa população”, conta o secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Juiz de Fora, Michael Guedes.

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Enquanto os pequenos não chegavam, os Doutores do Amor ditavam a animação no lugar. Maria Luiza Alcântara, que há cinco anos faz parte do grupo, conta como o trabalho é realizado. “A gente chega sempre com cuidado, pergunta se quer dançar e vamos animando o ambiente, fazendo brincadeiras para eles também descontraírem.” Para a Doutora Clara (nome artístico de Maria Luiza), a experiência pode ser resumida em uma única palavra. “O que define para mim é gratidão por poder fazer parte desses momentos e levar um pouquinho de alegria e amor a eles”, complementa.

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‘A música faz muito bem’

A psicóloga gerontóloga Monalisa Torrez conta que durante a semana a equipe do abrigo trabalhou a temática do carnaval com os idosos e pôde perceber efeitos positivos sobre eles. “Essa semana nós fizemos uma oficina de memória, resgatando as músicas antigas, e muitos cantaram, até mesmo aqueles que têm alguma demência cognitiva. A música faz muito bem, os sambas também fazem muito bem a eles. É muito bom ver a alegria de alguns revivendo o carnaval nesta ocasião.”

Depois de tudo pronto, não demorou muito para que as dezenas de meninos e meninas apontassem nos portões do abrigo. Enfileirados, os convidados mais aguardados da manhã chegaram deixando o “bailinho” mais do que completo. Ao som dos sambas e marchinhas, as gerações se uniram, envoltas em dança e uma alegria que só o carnaval pode proporcionar.

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