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Estradas da região seguem com caminhoneiros paralisados neste sábado

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Movimentação seguia a mesma no trecho da BR-040, próximo ao trevo de São Loureço, no km 780 (Foto: Olavo Prazeres

Mesmo com o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), publicado nesta sexta-feira (25) no Diário Oficial da União, a paralisação dos caminhoneiros continua. Neste sábado (26), a situação das estradas brasileiras permanece com poucas mudanças em relação aos últimos dias. No trecho da BR-040, que corta a região de Juiz de Fora, o sexto dia de paralisações segue praticamente igual. Caminhões com carga viva e remédios são os únicos liberados para seguirem viagem no km 780 da rodovia, próximo ao trevo de São Lourenço, local que a Tribuna visitou na manhã deste sábado (26). Ambulâncias, ônibus e veículos de passeio não estão sendo parados. No entanto, a movimentação de carros era pequena na BR-040.

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Por volta das 9h30, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), informou, via Twitter, que ainda há 64 pontos de interdições parciais nas estradas mineiras. Na região, além de Juiz de Fora, os caminhoneiros estão parados em Barbacena e Matias Barbosa. A informação repasada pela corporação é que a situação permanecia inalterada na região e que não há previsão de utilização de forças de segurança para desmobilizar a categoria, visto que os caminhoneiros estão paralisados mas não estão impedindo o fluxo da população.

Conforme o caminhoneiro José Fabiano da Silva, que falou à Tribuna como uma espécie de porta-voz da categoria, não houve ou haverá impedimento na circulação da população de forma geral. Apesar disso, de acordo com ele, a categoria não pretende se desmobilizar enquanto o Governo Federal não atender, de fato, suas reivindicações. “Só vamos sair quando o governo se pronunciar e nos der uma resposta satisfatória. Não temos condições de rodar e não estamos conseguindo manter os caminhões. Cerca de 70% dos motoristas autônomos não têm algum documento não conseguimos colocar em dia devido às altas do diesel. Também reivindicamos diminuição nos valores dos pedágios e fretes”. Ainda de acordo com ele, o movimento é composto por caminhoneiros autônomos, que não têm ligação com nenhum sindicato.

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Sobre a liberação de veículos com determinados tipos de carga, José Fabiano voltou a afirmar que, no trecho de Juiz de Fora, estão sendo liberados caminhões que transportam cargas vivas e remédios, e atribuiu ao governo a falta de abastecimento de outros gêneros. “A gente entende que o país está passando por um momento difícil, sei que não é fácil para o governo, mas eles tinham que ter se pronunciado bem antes. Já estávamos anunciando a greve, porque não estávamos aguentando mais parar esses tributos absurdos. Infelizmente, está faltando muita coisa para a população devido à negligência do governo, porque se o governo tivesse se precavido, sabendo que ia atingir a população dessa forma, a situação podia ter um rumo diferente.”

Apoio

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Apesar de a paralisação estar impactando o abastecimento de alimentos e de combustíveis, conforme os caminhoneiros paralisados no km 780, a população tem se mostrado receptiva ao movimento. José Fabiano aproveitou a presença da Tribuna para agradecer o apoio da população juiz-forana, e disse que, desde segunda-feira (21), quando a paralisação teve início, muitas pessoas estão indo ao local levar alimentos e demonstrar apoio à categoria.

É o caso de um grupo de motoristas de transporte coletivo urbano que estava no local na manhã deste sábado. Cerca de dez trabalhadores foram até a BR-040 para conversar com os caminhoneiros e apoiá-los. “Querem jogar nas costas da população os roubos e a corrupção. Mas, com essa greve, a população entendeu o quanto vale o trabalho do motorista rodoviário e está abraçando a causa. Estamos aqui para apoiar o movimento e nos unirmos”, declarou o motorista Disney de Lima.

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Trânsito

Na manhã de sábado, a movimentação era pequena na BR-040, em todos os sentidos. Próximo ao km 780, onde os caminhoneiros paralisaram suas atividades e estão acampados de maneira improvisada, poucos veículos passaram enquanto a Tribuna permaneceu no local. A maioria buzinava e acenava para os motoristas, em demonstração de concordância com o movimento. Desde quinta-feira (24), quando os postos de combustíveis começaram a fechar as portas por falta de abastecimento, a circulação de veículos na cidade vem diminuindo.

Com falta de combustível, BR-040 estava com pouca movimentação de carros de passeio durante passagem da Tribuna pelo local (Foto: Olavo Prazeres)

Ônibus urbano

Conforme nova atualização dos Consórcios Integrados de Transporte Urbano (Cinturb), feita neste sábado, os ônibus urbanos de Juiz de Fora vão manter uma única escala de funcionamento para domingo e segunda-feira. Nestes dois dias, os horários serão os de domingo, assim como já está ocorrendo neste sábado. Com a redução das viagens, usuários estão com dificuldades nos deslocamentos e muitos coletivos estão andando mais cheios do que o normal para dias de sábado. A assessoria também confirmou que, até o momento, não há desabastecimento em nenhuma das empresas do consórcio.

Para evitar surpresas, os usuários podem se orientar pelos aplicativos CittaMob ou Busão JF ou ainda fazer buscas por linhas no site www.astransp.com.br.

Ônibus interestaduais e intermunicipais

A administração do Terminal Rodoviário Miguel Mansur orientou quem for viajar que verifique a situação diretamente com as empresas de ônibus interestaduais e intermunicipais. Útil, Viação Cometa, Empresa Unida e Viação Kaissara, responsáveis pelas principais rotas feitas a partir de Juiz de Fora, emitiram comunicados informando a possibilidade de alteração, redução e até mesmo o cancelamento de horários. As empresas solicitaram que os clientes entrem em contato diretamente com os canais de atendimento para mais informações. Os contatos com a Útil devem ser feitos por meio dos guichês na rodoviária ou nos pontos de embarque. A Viação Cometa mantém as informações atualizadas no site www.viacaocometa.com.br . Já a Empresa Unida colocou o telefone (32) 2101-7200 à disposição dos consumidores. A Viação Kaissara divulgou o canal de atendimento por meio do telefone 0800 723 2121.

Voos

Os voos no Aeroporto Presidente Itamar Franco, entre Goianá e Rio Novo, estão mantidos. De acordo com a assessoria da administração do terminal, o combustível no local acabou na última sexta-feira (25), e as operações estão sendo realizadas conforme a possibilidade de abastecimento das empresas aéreas. Neste sábado (26), o único voo previsto na grade de horários do aeroporto foi realizado normalmente. Para o domingo (27), estão agendadas três operações com destino a Congonhas, Pampulha e Campinas. A assessoria da Gol Linhas Inteligentes, responsável pelos dois primeiros voos, informou que “não há cancelamentos previstos para o aeroporto e que, até o momento, a empresa tem conseguido manter as atividades, tendo cancelado apenas seis voos em todo o país.” A assessoria da Azul Linhas Aéreas, responsável pelo voo para Campinas, também confirmou a operação.

Abastecimento de água

A greve não afeta o tratamento de água em Juiz de Fora, como já ocorre em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Nestas duas metrópoles, a falta de insumos químicos fizeram as companhias de abastecimento apelarem para que a população não abuse do consumo. A Cesama informa que o sistema de produção e distribuição, por enquanto, se mantém dentro da normalidade. Mesmo assim, a companhia orienta a população para que faça o uso racional do produto.

Exército juiz-forano mobilizado

No início da manhã deste sábado (26), o coronel Malbatan Leal, assessor da 4ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha) informou que as tropas do Exército da cidade estão mobilizadas a nível interno. “O emprego de tropas só será desencadeado por meio do comandante do Exército, via canal de comando, chegando ao Comando Militar do Leste (CML) e, finalmente, na brigada.” Ainda segundo ele, em entrevista à Rádio CBN, os militares estariam em casa, mas de prontidão para atuar rapidamente, caso necessário.

Em nota, publicada nesta sexta-feira, a Polícia Federal (PF) informa que já está investigando a associação para prática de crimes contra a organização do trabalho, a segurança dos meios de transporte e outros serviços público.

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