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Discussão sobre binário é suspensa na Câmara

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O líder do Governo na Câmara, vereador Luiz Otávio Coelho (Pardal, PTC), retirou de pauta ontem o projeto de lei que visa à construção do binário na Rua Dom Silvério, no Alto dos Passos, Zona Sul. A medida foi adotada, segundo ele, por sugestão do prefeito Bruno Siqueira (PMDB) após orientação do Ministério Público. Na tarde dessa quinta-feira, membros dos poderes Legislativo e Executivo receberam um ofício, assinado pelo promotor de Justiça Alex Fernandes Santiago, recomendando a retirada da matéria. Ontem aconteceria a segunda discussão sobre o tema, sendo que a primeira, na quarta-feira, havia terminado de forma favorável à intervenção viária. Nesse mesmo dia, os vereadores da bancada do PT, Wanderson Castelar e Roberto Cupolillo (Betão), além de Jucélio Maria (PSB), se abstiveram de participar da votação, alegando necessidade de aprofundar as discussões a respeito das mudanças propostas. Já José Emanuel (PSC) votou contra, dizendo desconhecer o projeto de forma aprofundada. Conforme o presidente da Casa, vereador Rodrigo Mattos (PSDB), seguindo orientação da procuradoria da Câmara, a votação iria ocorrer por entender que o texto é legal e constitucional.

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A polêmica envolvendo a criação de um binário naquela região, por meio de uma “Operação urbana consorciada”, ganhou força após o engenheiro da UFJF Cézar Henrique Barra Rocha apresentar aos legisladores um projeto alternativo ao sugerido pela Settra. Na sua concepção, o tráfego de veículos em direção aos bairros da Zona Sul seria feito a partir da Avenida Rio Branco até a Rua Ibitiguaia, que teria mão única. Desta forma, a Dom Silvério teria sentido único na direção bairros/Centro até a Rio Branco. Pontos de ônibus seriam redistribuídos. Já a mensagem do Executivo propõe desapropriar parte do terreno do Seminário da Arquidiocese e da antiga Cofercil para a abertura de uma nova rua, em troca de contrapartidas. A Dom Silvério teria mão única de circulação entre o trevo do Alto dos Passos até o seminário, e os veículos que trafegam na direção contrária passariam pelo novo acesso até a Belmiro Braga. Além disso, a Rua Três Ilhas, hoje sem saída, ganharia uma extensão, dentro do terreno do seminário, até chegar à Dom Silvério.

Na opinião dos vereadores que se abstiveram na primeira discussão, ambas as ideias apresentam falhas que podem vir a prejudicar uma parcela da população daquela área. Por isso, foi pedida a ampliação das discussões. Ontem a recomendação da promotoria foi criticada por alguns legisladores. Em sua fala, Júlio Gasparette (PMDB) afirmou nunca ter presenciado tal orientação vinda do Ministério Público. A Tribuna não teve acesso ao documento entregue pelo promotor, mas alguns vereadores afirmaram que foi elencada uma série de problemas, como a mudança do coeficiente na área da Cofercil, a qual permite construções de maior porte no terreno, além de corte de parte da vegetação no terreno da Arquidiocese.

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Conforme o secretário de Governo, José Sóter de Figueirôa Neto, a recomendação do prefeito de retirar a matéria se deu pelo bem da coletividade entre os poderes. A expectativa é que, nos próximos dias, haja diálogos com o promotor e os vereadores com intuito de chegar a um entendimento para que a votação ocorra no próximo período legislativo, na segunda quinzena de abril.

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